Brasileiro minimiza possível fim dos moscas no UFC: "Subo para os galos"

Raulian Paiva está prestes a realizar seu debute no UFC, contra Kai-Kara France, neste sábado (9). E o foco na estreia parece ser tamanho que o brasileiro minimizou a possibilidade dos pesos-moscas (57 kg) - categoria em que compete atualmente - deixarem de existir no Ultimate. Durante entrevista exclusiva com a equipe de reportagem da Ag Fight, o atleta revelou que possui uma alternativa para essa situação.

Raulian conseguiu a tão sonhada vaga no UFC após se destacar no 'Contender Series Brasil', programa que revela novos talentos para o Ultimate, ainda em 2018. No entanto, sua luta no reality show também marcou sua estreia com 57 kg. Antes disso, o atleta competia apenas na categoria dos galos (61 kg), histórico que o acalma diante de um possível fim dos moscas.

"Não me incomoda tanto não. Eu só tenho que estrear no UFC com uma boa vitória, uma boa performance. Para futuramente, caso acabe essa categoria do UFC, o peso-mosca, eu subo para o peso-galo. Tenho estrutura para lutar 57 kg e também de galo (61 kg)", analisou a amapaense.

Logo em sua estreia no Ultimate, Paiva já fará parte de um card numerado e recheado de estrelas como o compatriota Anderson Silva. Mas a inexperiência dentro da liga não parece impedir o brasileiro de almejar objetivos ousados. Em caso de vitória na Austrália, Raulian já pretende integrar a lista dos 15 atletas mais bem ranqueados do peso-mosca.

"É um grande teste, né? (lutar no UFC 234). Recentemente o Kai-Kara entrou no ranking, entre os 15 melhores da categoria, e isso me motivou mais, me deixou mais focado. Kai-Kara é celebridade aqui em Melbourne, mas isso só me deixou mais motivado para chegar lá, conquistar a vitória e conquistar meu espaço", afirmou o atleta de 23 anos, antes de demonstrar seu interesse pelo ranking.

"Com certeza, espero isso. Depois que eu ganhar do Kai-Kara espero tomar o lugar dele, espero que o UFC considere me tornar um atleta ranqueado no peso-mosca. Focar em fazer uma boa luta, somar uma boa vitória e vamos que vamos", completou Paiva, em conversa com a Ag Fight.

O combate deste sábado (9) também marcará a primeira vez que Raulian retorna aos octógonos após ter vivido um drama pessoal. Em outubro, o brasileiro e a noiva foram atropelados após uma confusão em uma festa no Amapá. Na ocasião, a parceira do lutador não resistiu aos ferimentos e faleceu. A morte da companheira de Paiva, que era uma das principais incentivadoras da carreira do atleta, fez com que o peso-mosca se motivasse ainda mais para a estreia no UFC.

"Sim, essa luta é uma bela homenagem e com certeza isso me motiva ainda mais, me deixa mais focado na vitória e vamos que vamos. Sim, depois de ter ocorrido o fato eles (indivíduos envolvidos no atropelamento) foram presos e continuam presos. Em fevereiro agora, dia 18, se não me engano, está marcada a audiência com eles, mas continuam presos", declarou Raulian.

Apesar de lutar apenas há cerca de seis anos profissionalmente, Paiva possui um cartel de respeito, digno de um atleta de renome. O brasileiro soma 18 vitórias e apenas uma derrota em sua trajetória no MMA até então.