Lutadora do UFC reage a assalto e consegue imobilizar ladrão no Rio de Janeiro

Polyana Viana passou por um susto no sábado (5) à noite. A lutadora do UFC sofreu uma tentativa de assalto em frente ao condomínio onde mora, no Rio de Janeiro. O suspeito, porém, descobriu da forma mais dolorosa possível que a vítima era uma atleta de artes marciais mistas. A peso-palha (52 kg) reagiu, acertou duros golpes no rosto do homem e o imobilizou até a polícia chegar.
A paraense contou à Ag. Fight que havia chamado um motorista particular via aplicativo e foi esperar o veículo do lado de fora do condomínio, uma vez que havia previsão de dois minutos para sua partida. O curto tempo, porém, não foi suficiente para que Polyana entrasse no carro em segurança. Antes disso, percebeu a aproximação do que seria um bandido e, ao ser abordada, entrou em luta corporal com ele, como relatou à reportagem.
"O pessoal fala que aqui é perigoso, mas eu nunca vi nada, mas eu sempre olho para os lados. Eu olhei para os lados, não vi ninguém. Eu estava mexendo no celular, eu estava com o celular na mão. Ele chegou de fininho. Acho que ele ia passar de uma vez, pegar meu celular e correr. Mas eu ouvi o passo e olhei para trás. Quando eu olhei, ele sentou de uma vez, porque ele ficou todo desconfiado porque eu percebi. Aí ele sentou e perguntou a hora. Eu falei a hora, ele só balançou a cabeça e continuou sentado. Eu vi que ele não ia sair e comecei a colocar o celular na cintura devagarzinho. Ele percebeu que eu tava ligada e falou assim: 'Passa o celular e não tenta fazer nada, que eu estou armado". Ele estava sentado do meu lado mesmo. Aí eu vi o volume, eu vi que não era arma. Não sabia o que era, se era uma faca, um caco de vidro, não sabia o que era. Mas arma eu sabia que não era. Como ele estava do meu lado, eu dei dois cruzados. No segundo cruzado, ele já tinha levado knockdown - eu não percebi, pensei que ele tinha abaixado - e dei um chute no meio da cara dele", disse.
"Daí já segurei no mata-leão, imobilizando ele, comecei a xingar ele... Cara, fiquei muito puta na hora. E nisso passando muita gente, só que ninguém parava. Tipo: 'Tô c******. O problema não é meu, né?'. Muita gente passando. Só depois que eu imobilizei ele, que eu pedi para um motoboy que estava entrando no prédio chamar a polícia, que o pessoal começou a parar. Tinham até uns caras querendo bater nele, eu não deixei. Chamaram a polícia, que chegou rápido. O cara achou a arminha de papel no chão, levaram ele para a UPA e eu fui para a delegacia", falou Viana.
Polyana revelou à Ag. Fight que não foi a primeira vez que reagiu. Ela contou que isso já aconteceu em outras duas oportunidades - após perceber que o suspeito não estava armado. A peso-palha ressaltou que costuma agir com frieza neste tipo de situação, o que ajuda no resultado final. Ainda assim, deixou claro que não pretende fazer o mesmo caso perceba que há uma arma de fogo na abordagem.
"A primeira vez, eram dois (homens). Eles passaram por mim, viram que eu estava com o celular na mão, eu estava indo comprar um suco na esquina. Eu morava em Belém. Estava chovendo um pouco, eu estava com um guarda-chuva. Eles voltaram, um homem desceu da moto, e já chegou tomando minha sombrinha, quebrou e falou agressivamente: 'Bora, bora, passa o aparelho'. Eu: 'Tá ficando maluco? Não vou te dar p**** nenhuma não'. Aí ele tentou puxar da minha mão. Quando ele puxou, o celular estava na minha mão esquerda - a sombrinha estava na direita, e como ele já tinha quebrado, minha mão estava sem nada. Ele puxou, eu puxei de volta e já voltei com um soco. E cortou o rosto dele. Eu fiquei muito nervosa nesse dia. Não lutava ainda direito, estava no Jungle Fight ainda. E acho que ele ficou mais nervoso ainda. Tinha acabado de acontecer aquele caso da Monique (Bastos, lutadora de jiu-jitsu e MMA), que pegou o ladrão e segurou em um triângulo...", lembrou, referindo-se ao ocorrido em 2015.
"Tinha acabado de acontecer aquilo. Não sei se ele viu e ficou com medo de acontecer com ele também, mas sei que ele montou na moto e foi embora. Dessa vez, de novo, tinha um monte de gente perto, ninguém ajudou, mas o pessoal chamou a polícia. Não sei se pegaram eles. Chamaram depois. Quando ele tava perto de mim, ninguém veio ajudar", acrescentou.
Ainda em entrevista à reportagem da Ag. Fight, a atleta recordou também um outro episódio em que evitou sofrer um assalto. No caso, que também ocorreu em Belém, ela não conseguiu pegar o ladrão. Ela reiterou que não recomenda que se reaja a situações do tipo.
"A segunda vez foi em Belém, também. Lá no (Mercado) Ver-o-peso. Eu estava entrando no ônibus. O cara veio tomar meu cordão, deu um tapa no meu pescoço de uma vez e quebrou meu cordão, mas eu segurei e ele não conseguiu levar. Corri atrás dele para pegar ele, mas ele correu no meio dos carros, no meio do trânsito. Eu fiquei com medo de ser atropelada e larguei para lá. Mas nunca aconteceu de eu ser roubada, ou de eles me darem um soco de volta. Graças a Deus. Todas as vezes que eu reagi... Nesse da moto, ele não estava armado, eu vi, e o do Ver-o-Peso ele estava sem camisa, também vi que ele estava sem arma. Por isso que eu reagi. Mas não aconselho, de jeito nenhum, a ninguém reagir. Porque é muito perigoso, principalmente aqui no Rio. O cara pode estar com um caco de vidro, alguma coisa, e a pessoa que não sabe se defender com certeza vai levar", afirmou.
Polyana Viana é profissional de MMA desde 2013. No Brasil, obteve nove vitórias e sofreu uma derrota apenas. O bom cartel e os triunfos nos eventos Jungle Fight e WOCS carimbaram sua passagem para o UFC. Dentro da maior organização de artes marciais mistas do mundo, a 'Dama de Ferro' ganhou o seu primeiro duelo, mas perdeu o segundo e mais recente, contra JJ Aldrich, em agosto do ano passado.
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