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Werdum confirma intenção de seguir carreira fora do UFC: "Não respeito a USADA"

Diego Ribas, em Las Vegas (EUA), e Fàbio Oberlaender, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

28/12/2018 15h00

Fabrício Werdum vive um certo 'cabo de guerra' em sua carreira: embora ainda tenha condições de lutar em alto nível aos 41 anos, cumpre suspensão por doping e deseja continuar lutando fora do UFC, mas trabalha como comentarista da transmissão oficial do Ultimate em espanhol. Em meio à incerteza sobre o futuro próximo do lutador, Ali Abdelaziz, empresário do brasileiro, declarou que Werdum não deve voltar ao octógono, mas continuar a carreira em outros eventos. A Ag. Fight ouviu o ex-campeão dos pesados, que confirmou a informação e criticou a atuação da USADA (agência antidoping americana), a quem acusou de não levar em consideração o seu retrospecto limpo como atleta e a pouca quantidade do esteroide trembolona em seu organismo.

O gaúcho fez questão de destacar que suas críticas se aplicam especificamente à USADA, e não ao Ultimate. Werdum - que, inclusive, é conhecido pelo corpo menos atlético do que o de seus rivais - alegou que nunca fez uso de substâncias proibidas e faria ainda menos sentido utilizá-las fora do período de competição, quando seus exames registraram o esteroide em seu corpo.

"Eu achei uma injustiça o que a USADA fez comigo. Eu quero que as pessoas entendam que o UFC é uma coisa e a USADA é outra. As pessoas confundem às vezes, como se fosse a mesma organização. Eu lutei praticamente a minha vida inteira no UFC, respeito muito mesmo o UFC, mas tenho que continuar a minha carreira. Claro que eu não queria que tivesse acontecido nada disso na minha carreira, porque todo mundo sabe que eu nunca tive nenhum problema com doping, com nada, não tenho antecedentes. A USADA sabe que foi uma contaminação, pela quantidade que tinha. A USADA sabia de tudo isso. Essa coisa de não ter antecedentes... E não levar em conta isso...", falou.

"Cada caso é um caso, mas o meu caso dava para ver nitidamente que não estava ultrapassando nada, não tentei burlar nada, não tinha por que eu fazer. A minha vida inteira limpo, e eu não ia ser burro de tomar uma substância ilegal para ir correr na praia. Eu quero que as pessoas entendam isso: que a USADA é uma organização e o UFC é outra. Eu continuo trabalhando no UFC, fico muito feliz de fazer os comentários, continuo trabalhando no UFC, mas eu não respeito a USADA, porque não é uma organização justa. Não é uma empresa justa com todos. Não é direitos iguais para todos. Eu respeito muito o UFC, mas não respeito a USADA, porque não é uma empresa justa com todos os atletas", declarou à Ag. Fight.

Werdum ressaltou que "assina embaixo" das declarações de seu empresário, que revelou a intenção do brasileiro de seguir carreira fora do Ultimate, e afirmou que pretende se manter ativo, por planejar seguir no MMA por até cinco anos. Enquanto não define sua saída do UFC, Fabrício vai se aventurar em uma nova modalidade, contra Gordon Ryan, grande nome da luta agarrada.

"Eu assino embaixo do que ele falou. Eu estou lutando no dia 22 de fevereiro no Combat Jiu-Jitsu, que é uma modalidade nova, que é o grappling com tapa, e vou continuar minha vida como comentarista do UFC, fazer os meus outros 'businesses', porque eu não vivo só da luta, tenho outros negócios, vários investimentos, e me manter na ativa. Isso que eu quero fazer, porque eu tenho de quatro a cinco anos de carreira ainda no MMA. Sempre pensando para frente", falou.

"Só pela USADA eu fiz 26 testes de doping, nunca tive nenhum problema, e a quantidade era tão pequena que a USADA sabia que era uma contaminação, mas eles não levaram em conta essa coisa de não ter antecedentes na carreira. Acho que foi uma injustiça, mesmo. E eu assino embaixo do que o Ali falou", concluiu.

Profissional de MMA desde 2002, Fabrício Werdum sagrou-se campeão linear do UFC em 2015, ao finalizar Cain Velasquez. Antes, ele havia conquistado o cinturão interino, nocauteando Mark Hunt.