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Escalado para o TUF Finale 28, ex-sparring de Aldo comemora luta no 'Maracanã do MMA'

Fábio Oberlaender, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

25/11/2018 08h00

Raoni Barcelos estreou no UFC em julho, quando nocauteou Kurt Holobaugh no terceiro assalto. Passada a ansiedade da primeiro duelo, o carioca - que já foi sparring de José Aldo - agora terá um novo desafio na organização: no dia 30 de novembro, ele enfrentará Chris Gutierrez, em Las Vegas (EUA), cidade que destaca ter o mesmo prestígio para o lutador de MMA que o Maracanã tem para o jogador de futebol.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Raoni apontou a cidade como "maior palco do mundo" para o MMA e ressaltou que todo lutador tem o sonho de se apresentar lá. Em 2013, ainda no início da sua carreira profissional, Barcelos viajou com a equipe de José Aldo, então campeão peso-pena (66 kg) do UFC, e ajudou o manauara na preparação para o duelo em que defendeu com sucesso seu cinturão diante de Frankie Edgar.

"A ansiedade que eu estava passou na primeira luta. Agora, quando fiquei sabendo que lutaria em Las Vegas, o maior palco do mundo... Las Vegas seria o Maracanã para o jogador de futebol. Todo lutador tem esse sonho de ir para lá e lutar. Já tive a oportunidade de estar lá, quando o José Aldo lutou com o Frankie Edgar eu fui sparring dele, tive a oportunidade de ver tudo acontecer e nem sonhava ainda em ser um grande lutador", confessou.

"Hoje tenho essa oportunidade de ir para lá e lutar no maior palco, onde a galera luta, com o MGM, Mandalay Bay e outros cassinos gigantes. O escritório do UFC é lá, a casa do TUF é lá, então tudo gira em volta de Vegas. Fora a visibilidade muito grande, pois o TUF ainda é muito assistido nos EUA. Também terei a oportunidade de conhecer um pouco mais da estrutura do UFC e estou muito feliz", comemorou.

Agendado para lutar no card em que ocorrerá a final do The Ultimate Fighter (TUF) 28, Raoni sabe que precisará da vitória para continuar em busca do sonho pelo cinturão. Agora na categoria dos pesos-galos (61 kg), o lutador carioca destacou os cuidados que terá de tomar contra o seu próximo adversário, o estreante americano Chris Gutierrez, que, além de lutar em casa, é um experiente kickboxer.

"Cada oponente é duro, sempre tenho esse respeito, mas eu sempre entro para finalizar, nocautear ou levar a luta da melhor maneira possível. Ele é um cara do kickboxing, chuta bastante, tem alguns nocautes de chute, mas é um cara completo. Tenho que tomar cuidado com esses chutes, é um cara que é canhoto, mas acho que o jogo dele não casa muito com o meu, porque eu jogo dentro, derrubando, boxeando. Na estratégia que bolamos, vamos chegar lá e matar o jogo dele", projetou.

Curiosamente, Raoni estreou no UFC como peso-pena, divisão em que pôde sentir não apenas o poder dos golpes dos rivais mais pesados, mas também enfrentar oponentes mais altos. E foi justamente essa diferença de altura e envergadura que pareceu convencer o atleta carioca de que seu lugar seria na divisão de baixo.

"A minha estreia seria de 61 kg, mas acabou sendo no 66 kg porque eu estava precisando lutar. Estava há quase dois anos sem lutar, a oportunidade veio, deu tudo certo, e, quando veio essa proposta do UFC para a segunda luta, eu pedi que fosse de 61 kg. É uma estratégia que tenho desde que lutava no RFA, acho que os meus adversários nos 66 kg já estão muito grandes, com a envergadura muito grande. Não estou perdendo no aspecto de força e nem nada disso, mas a envergadura estava me complicando um pouco", explicou, antes de apontar para a possibilidade de se destacar com maior facilidade no atual peso.

"E, também, foi estrategicamente, porque a categoria dos 66 kg está embolada, tem uns caras brigando muito, e nos 61 kg acho que chegaria mais próximo do título. Estou entrando no evento para ser campeão, mas sei que é passo a passo, mas eu pegar um top 10 ou um top 15 seria mais fácil, então optamos porque meu peso já estava baixo, já tínhamos feito um trabalho para isso, e agora eu estou perdendo peso e só esperando a última semana da desidratação para bater o peso tranquilo", completou.

Aos 31 anos, Raoni Barcelos só possui uma derrota em seu cartel profissional. Em busca da segunda vitória na maior organização de MMA do planeta, o atleta carioca somou doze triunfos ao longo da carreira nas artes marciais mistas.