Contra "mediocridade", 'Mutante' espera vaga no ranking e ainda planeja cinturão

Aos 33 anos, Cezar 'Mutante' não é mais um garoto no MMA. Mas a recente evolução, com cinco vitórias em seis lutas, e a própria personalidade o impedem de desistir do sonho de todo lutador: chegar a um cinturão do UFC. O peso-médio (84 kg), embora não esteja ranqueado no momento, declarou à reportagem da Ag Fight que trabalhar sem ter este objetivo seria "medíocre", uma vez que, em qualquer profissão, é necessário buscar sempre ser o melhor.
Desde 2015, o atleta da MMA Masters perdeu apenas um duelo, contra Elias Theodorou, em fevereiro de 2017. Na ocasião, porém, a decisão unânime em favor do canadense foi muito contestada, tanto por jornalistas especializados quanto pela própria equipe do brasileiro. Um dos fatores de questionamento foi o fato de que o confronto aconteceu em Halifax (CAN), no país natal de Elias. À reportagem, Cezar disse que contabiliza o combate como vitórias e que espera voltar ao ranking oficial de sua categoria se bater Ian Heinisch no UFC Buenos Aires, neste sábado (17). Apesar do desejo de retornar à listagem, o paulista destacou o que considera incoerente no sistema de ordenamento dos lutadores.
"Eu quero entrar no ranking. Estive algumas vezes no top 15, ali, entrei e saí. O ranking está sempre embolado. Teve uma hora que o Adesanya me empurrou para baixo. Acho que se eu ganhar essa luta eu entro no ranking, com certeza. Mesmo porque esse ranking é um pouco complicado: as pessoas que fazem não entendem nada de luta, não é uma coisa matemática. Eu não sei quem é o 15º, mas antes era o Marreta. Não faz sentido nenhum: o cara está ganhando tudo, e jogaram o Marreta em 15º. Aí o 14º era um polonês que estava vindo de três derrotas seguidas, todas por nocaute . Então, é difícil saber o que tem que fazer para estar no ranking. Eu não me preocupo com isso. Eu me preocupo com estar em evidência, em vencer as minhas lutas. A oportunidade de enfrentar um cara ranqueado vai surgir. O que eu tenho que fazer é estar preparado para. quando ela surgir, eu estar pronto", declarou.
'Mutante' ainda comentou seus planos para o futuro. O lutador, que tem seis anos e meio como contratado do UFC, afirmou que não faria sentido continuar a trabalhar se não fosse para buscar o cinturão peso-médio. De acordo com o dono de nove vitórias na maior organização de MMA do mundo, seria "medíocre" treinar apenas pelo pagamento.
"É por isso que eu acordo todo dia de manhã para ir treinar. É um pouco medíocre a pessoa estar numa carreira hoje... Se você está em uma carreira e você faz o que você ama, faz para ser o número 1, faz para ser o melhor. Não importa se você é médico, lutador, o que seja; faz o seu melhor, dá o seu melhor. Busca sempre estar no topo. Porque senão, você ficar sempre lutando para sobreviver, para ganhar um dinheirinho aqui, uma coisa ali... Se esse é seu objetivo, legal. Mas é um pouco medíocre, eu acho", falou.
Representante da geração que viveu a explosão de popularidade do UFC no Brasil, Cezar analisou também as diferenças entre o MMA nacional de seu início de carreira e o de hoje. Para 'Mutante', a força do Ultimate e as consequências da realização de grandes eventos no país melhoraram a situação dos atletas iniciantes.
"Quando eu comecei a lutar no Brasil, a minha primeira luta... Foram duas lutas na noite, recebi R$ 300. Não me pediram nem a minha identidade para subir no octógono. Quando eu venci o TUF, o TUF foi um divisor de águas para o MMA no Brasil. Até então, o MMA era conhecido e famoso por um grupo seleto de pessoas. Quando veio o TUF, eu entrei na casa de todo mundo. Todo mundo passou a comentar sobre, igual futebol. Minha sogra outro dia chegou e: 'Você lutou bem, mas mexe a cabeça'. Legal, né? Até pouco tempo atrás o pessoal achava que era coisa de marginal e hoje todo mundo gosta, sabe os nomes. Saber que eu contribuí para isso me deixa muito feliz", declarou.
"Com relação ao pessoal que está chegando hoje, hoje tem Comissão Atlética, na minha época não tinha. O negócio está mais organizado, dá para fazer um plano de carreira, os pagamentos estão ficando melhores... Dá para o cara encarar como uma carreira. Eu comecei a lutar MMA porque eu amava o que eu fazia. Então, pouco importava se eu iria ganhar os R$ 300 por aquela luta ou se eu iria ganhar R$ 1 milhão", recordou-se.
Cezar é um dos seis brasileiros que estarão no card do UFC Buenos Aires, encabeçado por Santiago Ponzinibbio e Neil Magny, em um duelo meio-médio (77 kg). Também representam o Brasil no evento Johnny Walker, Poliana Botelho, Michel 'Trator', Alexandre Pantoja e Anderson 'Berinja'.



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