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Marlon Moraes agradece treinador por repetir golpe "dez mil vezes"

Ag. Fight

06/06/2018 14h33

Foram 10 mil tentativas. É esse o número de vezes que Marlon Moraes estima ter praticado o chute alto que o levou à vitória no UFC Utica sobre Jimmie Rivera, nessa sexta-feira (1º), em Nova York. A repetição do movimento à exaustão durante os seis meses de treinamento para o confronto garantiu o fim do combate aos 33 segundos e o título de performance da noite ao peso-galo (61 kg).

O objetivo era alcançar a perfeição, mas apesar do triunfo arrasador, Moraes classificou sua atuação apenas como muito boa. Por outro lado, de acordo com o brasileiro, o mero fato do golpe ter aberto espaço para o nocaute já foi o suficiente. "Estávamos treinando para essa luta há muito tempo, talvez seis meses, então eu provavelmente dei aquele chute mais de dez mil vezes", disse Moraes na edição dessa segunda-feira do 'The MMA Hour'.

"Nós treinamos duro. Todas as aulas de kickboxing e boxe nós repetimos e repetimos para tentar alcançar a perfeição. Eu não acho que foi perfeito. Foi muito bom, mas meu corpo estava pouco ajustado. Mas fiquei feliz por ter conseguido acertar, foi difícil", afirmou.

O campeão dos galos do World Series of Fighting credita o sucesso do golpe a seu treinador, Mark Henry, que estudou detalhadamente Rivera e notou que o americano tendia a deixar seu lado esquerdo livre para um chute na cabeça.

"Ele assistiu a lutas cinco vezes por dia. Eu não consigo imaginar como ele encontra tempo para treinar a todos nós e assistir vídeos provavelmente 2-3 horas por dia. Ele me disse que era difícil para Rivera, que ele não via muito bem chutes no lado esquerdo. Então, nós treinamos muito para tentar fazer com que ele pensasse que eu estava fazendo outra coisa, para que eu pudesse acertar o chute. Ele é um homem que acerta socos fortes, então estávamos treinando muito wrestling para a luta também. Eu estava pensando muito sobre isso", revelou.

Mesmo com um plano traçado, Moraes não entrou no octógono imaginando que levaria tão pouco tempo para bater o oponente. "Sabíamos que poderíamos nocauteá-lo com o chute, mas eu não achava que ia ser tão rápido", contou.

"Quando eu o vi cair eu estava tipo 'cara, eu não preciso de uma queda para levá-lo ao chão, eu vou agora'. Eu apenas fui e ele ainda estava forte, eu senti. Ele foi se levantar, eu estava em cima dele e consegui dar alguns socos no lado da cabeça. No primeiro, ele meio que desistiu, no segundo ganhou, ele acordou, no terceiro, ele parou", descreveu.

Além da dedicação e do forte treinamento, um detalhe dos bastidores da luta foi essencial para dar um gás extra ao brasileiro. Segundo Moraes, durante uma coletiva de imprensa, Rivera lhe deixou um autógrafo como provocação.

"Foram as pequenas provocações, sabe? Nós sentamos com a imprensa e ele estava diante de mim, então, ele assinou um autógrafo para mim e deixou na mesa: 'Esse é o autógrafo do futuro campeão do UFC, Jimmie Rivera'. Eu peguei e coloquei no alto da minha geladeira e olhei para ele todos os dias", disse.