Elizeu Capoeira reclama por não levar prêmio no UFC Rio: "Achei que mereci"

Elizeu Zaleski vive a melhor fase da carreira. Após estrear com derrota no Ultimate em abril de 2016, o Capoeira se recuperou do resultado negativo e venceu cinco combates seguidos, conquistando nada menos que três prêmios por suas performances. E, no último sábado (12), o brasileiro podia ter levado para casa mais um bônus após o nocaute fulminante em Sean Strickland no UFC Rio. Pelo menos, na opinião do meio-médio (77 kg), ele merecia ter faturado o cheque de 50 mil dólares (cerca de R$ 170 mil) no lugar do ucraniano naturalizado russo Alexey Oleynik que finalizou Junior Baby.
Já acostumado a dar show no octógono, Capoeira mostrou velocidade de raciocínio e oportunismo ao variar seus ataques e liquidar o combate ainda no primeiro assalto. Com um rápido chute rodado, o brasileiro levou o americano a knockdown e liquidou a fatura no ground and pound. Para Elizeu, o nocaute aplicado de forma minuciosa deveria ter lhe rendido um dos prêmios por performance.
"Acho que o nocaute foi muito bem trabalhado e, da forma como aconteceu, eu não entendi porque o russo levou prêmio de performance e eu não. Foi muito estranho, achei que eu mereci. Não que eu seja um 'caçador de bônus', mas acho que o meu trabalho, por si só, é recompensado pela forma como eu venho desenvolvendo", afirmou, em conversa com a reportagem da Ag. Fight.
Mesmo antes de encarar Strickland, Capoeira já acumulava uma boa sequência de quatro vitórias seguidas com excelentes atuações. E, assim mesmo, Elizeu ainda não entrou para o ranking da categoria. Essa situação fez com que o meio-médio levantasse uma velha questão: a suposta falta de valorização dos atletas brasileiros no UFC.
"Eles deveriam dar uma olhada melhor em todos os brasileiros, afinal de contas, nós somos os melhores nesse esporte. Acho que falta uma valorização não só comigo mas com todos os brasileiros. É uma coisa meio geral. Temos tudo que passou, a exemplo do Jacaré, que passou tanto tempo esperando pelo título e só teve uma oportunidade agora faz pouco tempo. O mesmo aconteceu com o Demian Maia. São situações complicadas e a gente não sabe realmente o que se passa pela cabeça deles. Como eu sou um cara que vivo a filosofia do esporte, gosto mesmo é de lutar e mostrar essa filosofia e a essência do esporte e isso muitas vezes foge por fanfarronismo e muita falação. É algo que vende? Sim, vende, mas acaba perdendo um pouco a essência", analisou.
Conhecido por seu jeito calmo e tranquilo, Capoeira já deixou claro que não é adepto do trash talking. No entanto, o atleta reconheceu que provocações podem ser efetivas para a promoção do combate - desde que sejam feitas de forma saudável.
"Com certeza a promoção faz a diferença. O que eu não concordo é a forma como ela muitas vezes é feita. Justamente por esse fato de estar fugindo do que o esporte realmente proporciona. Mas essas provocações, se forem saudáveis e diretamente para o atleta, dentro daquilo que não atinja outras pessoas - como o país do atleta. Isso é sem sentido e feio dentro do esporte. Não é essa a disciplina e a metodologia do esporte", apontou.
Lutador de MMA desde 2009, Elizeu conquistou o cinturão meio-médio do Jungle Fight em 2014 antes de ser contratado pelo UFC. Aos 31 anos de idade, Capoeira acumula na carreira um cartel com 19 vitórias e cinco derrotas.
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