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Ronaldo 'Jacaré' analisa principal mudança entre treinos no Brasil e nos EUA

Felipe Castello Branco e Lais Rechenioti, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

10/05/2018 15h54

É comum ver grandes nomes do MMA brasileiro deixarem seu país de origem e embarcarem para os Estados Unidos, como fez Ronaldo 'Jacaré' no final de 2017. Apesar de preferir novos ares, o peso-médio (84 kg) ressaltou que o Brasil tem o necessário para que um competidor chegue ao topo no esporte. No entanto, o veterano opinou que as academias nacionais deveriam agir como as americanas quando o assunto é a 'importação' de treinadores.

E para comprovar que é possível estar no topo do MMA sem sair do Brasil, o número dois do ranking oficial dos médios citou Anderson Silva como exemplo. Em conversa com jornalistas durante o 'media day', nesta quinta-feira (10), Jacaré - que atualmente mora com sua família na Flórida (EUA) - analisou que o jiu-jitsu não é mais uma vantagem para os atletas brasileiros, já que existe a migração desses especialistas para as academias do exterior, enquanto o mesmo não acontece com o wrestling americano.

"Aqui no Brasil nós treinamos muito bem, tanto é que tivemos vários campeões treinando aqui, por exemplo o Anderson Silva, que foi o campeão treinando aqui. Nós temos grandes treinadores, acho que o que a gente mais erra aqui no caso é que nós não importamos grandes wrestlers. Os caras importam todo mundo, os caras bons de jiu-jitsu eles vão buscando. Esse é o nosso vacilo. Em relação ao treinamento, estou focado no wrestling, é uma coisa que eu tinha aqui e foi onde eu me adaptei mesmo. Estou focando bastante no wrestling e estou sentindo uma melhora muito grande, estou focando em tudo", ponderou o brasileiro.

A última atuação do peso-médio foi em janeiro passado, quando nocauteou Derek Brunson na luta principal do UFC Charlotte. Mesmo com a vitória ainda no primeiro round, Jacaré garantiu que não estava no auge da sua forma física após passar por duas cirurgias. Em um cenário completamente diferente para a edição 224 do show - evento marcado para este sábado (12), no Rio de Janeiro -, o lutador rebateu as críticas que recebeu antes de subir ao octógono.

"Agora estou melhor, perto dos 100%. Tem gente que é bastante cruel com as palavras, lógico que visivelmente eu não estava bem e não estava . Muitas pessoas falaram assim: 'Ah, a idade chegou, o Jacaré não é mais a mesma coisa', falando essas coisas. Mas ninguém contou que eu saí de duas cirurgias, que dois meses antes, eu não conseguia correr dez minutos, corria dois minutos. Então, foi bastante difícil para eu voltar a forma. Eu estava bastante feliz de estar ali, fiz a luta principal contra o Derek que já tinha vindo no Brasil e tinha nocauteado. Então, estou bem melhor sim", defendeu-se.

Após o combate na frente da sua torcida, o atleta parece saber quem será o seu próximo oponente: o atual campeão dos médios, "independentemente de quem seja". Ao analisar o cenário da divisão, Jacaré concluiu que o duelo no Rio de Janeiro o colocaria na próxima disputa de cinturão, com o vencedor entre Robert Whittaker e Yoel Romero que se enfrentarão no UFC 225 - show que acontecerá no dia 9 de junho, em Chicago (EUA).

"Acho que o cinturão está próximo e será o próximo. Essa luta contra o Kelvin é duríssima, ele é sensacional. E olhando para essa luta, vejo que essa luta me credencia pelo cinturão. Porque o Chris Weidman está machucado, não se sabe quando volta, vai fazer mais uma cirurgia na mão. E quem tem disponível e quem vem de boas lutas e vitória? Eu e o Kelvin Gastelum, então essa luta com certeza nos credencia", explicou.