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Ferguson descarta usar "sangue latino" para acelerar crescimento no UFC

Alex Trautwig/Getty Images
Imagem: Alex Trautwig/Getty Images

Ag. Fight

30/08/2017 08h00

 

Além do desempenho dentro dos cages, uma série de fatores pode influenciar a ascensão de um atleta profissional rumo ao posto de astro do MMA. Confirmando tal argumento, Tony Ferguson, peso-leve (70 kg) do UFC que disputará o cinturão interino da categoria contra Kevin Lee no próximo dia 7 de outubro, reconheceu o fato de que ser diferente é um ponto de atração e que chama a atenção do público no atual cenário do esporte nos Estados Unidos, mas garantiu que não fará uso de sua ascendência latina para aumentar sua popularidade e apelo junto aos fãs.

Em entrevista concedida durante conversa com jornalistas no UFC Retreat, complexo esportivo do Ultimate localizado na cidade de Las Vegas (EUA), o lutador ressaltou aquilo que já é quase um consenso entre os especialistas e atletas das artes marciais mistas: fatores extra octógono podem interferir e as vezes se sobrepor aos méritos esportivos. No entanto, nem mesmo esses aspectos são capazes de fazê-lo repensar sua forma de se autopromover.

"Estou sempre fazendo um favor para o UFC, que se ferre isso. Se eu fosse mexicano… Não participo desse tipo de jogo, não tenho sotaque. Infelizmente a nossa indústria na América gosta de pessoas que têm sotaque e que são diferentes, o que não é uma coisa ruim porque amo ser diferente. Mas, falando de mim, eu não venderei algo que não sou. Continuarei sendo incrível, sexy e f****. Continuarei sendo incrível e um baita cara que trabalha duro", ponderou o norte-americano.

Os números de Tony Ferguson realmente são expressivos no Ultimate, e com sua vitória mais recente, conquistada sobre Rafael dos Anjos em novembro de 2016, ele bateu o recorde de vitórias consecutivas na divisão dos leves (70 kg). Justamente por considerar seus resultados espetaculares, o norte-americano revela estar insatisfeito com a pouca repercussão de seus últimos tentos. Dados estes que, quando comparados ao de outros astros do MMA, realmente fazem sentido.

"Farei a luta principal? Não sei, e isso mostra quem eu sou, porque tudo em que estou focado no momento é no Kevin Lee, e, se o UFC me deve ou não um favor, não prolongarei isso. Mas prolongarei o fato de ser 12 x 1 no UFC, e será 13 x 1. O que soa melhor do que 10 vitórias consecutivas? Minha porcentagem agora é de 92 %. Superei Jon Jones e Conor McGregor , e o que quero dizer é que estou fazendo algo aqui que ninguém comenta sobre. Continuarei fazendo o que já faço e deixarei os números crescerem", assegurou.

Além de analisar o apelo de seu nome junto aos fãs de MMA e garantir que não fará uso de seu sangue latino para se promover no esporte, Ferguson fez questão de alfinetar Conor McGregor, campeão da divisão dos leves, e se autoproclamar como o verdadeiro dono do cinturão da categoria até 70 kg do Ultimate.

"Eu ganhei esse espaço. Como falei, conquistei isso. Não foi como se eles tivessem me dado . Conquistei isso, cara. Sempre disse que sou o campeão de verdade. Trabalhei duro e só perdi em uma luta que quebrei o braço. Sou um atleta de três esportes: futebol, beisebol e wrestling. Daquele momento até agora, conquistei nove vitórias consecutivas", finalizou o norte-americano.