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Adaptado ao MMA moderno, 'Shogun' mira menos lutas por ano para evitar lesões

24/02/2017 11h00

Maurício 'Shogun' é ex-campeão meio-pesado (93 kg) do UFC - Erik Engelhart

Maurício ‘Shogun’ é ex-campeão meio-pesado (93 kg) do UFC – Erik Engelhart

Maurício Rua, mais conhecido pelos fãs de MMA como ‘Shogun’, já é um veterano no mundo das lutas. Ex-campeão meio-pesado (93 kg) do Ultimate, o brasileiro encara Gian Villante no UFC Fortaleza, evento agendado para o próximo dia 11 de março, quando tentará aumentar sua sequência de vitórias em duelo que marca seu retorno ao cage após passar quase um ano longe das competições. E o motivo para o hiato que marcou sua carreira nos últimos anos é comum: lesões que seriam fruto da constante evolução do esporte.

Consagrado como um dos brasileiros mais vitoriosos no MMA, ‘Shogun’ iniciou sua carreira em uma fase diferente e inclusive chegou a lutar cinco vezes em um único ano, quando venceu todos os rivais que cruzaram seu caminho na temporada 2005. Realidade contrária com a que vive hoje, já que o paranaense subiu aos octógonos apenas em duas oportunidades desde 2015. E de acordo com o brasileiro, a principal justificativa para atuar com menos frequência é a evolução na intensidade dos treinamentos, o que exige maior preocupação com o corpo.

“Eu lutava mais antes, no Japão. Hoje em dia procuro me poupar mais, né? Acho que o treinamento é muito puxado, muito intenso e desgasta um pouco. Imagino que dê para se fazer duas ou três lutas em um ano, mas mais do que isso começa a sobrecarregar o corpo. Eu tive algumas lesões, estou há anos no esporte, e acho que a grande diferença é essa… Antes eu pesava e não tinha problemas, agora tenho algumas lesões que já me atrapalharam”, apontou em conversa exclusiva à reportagem da Ag Fight.

Mesmo após reconhecer a necessidade de se adaptar às mudanças pelas quais o MMA passou nos últimos anos, Shogun não escondeu o desejo de ter competido mais vezes. E além de uma lesão no joelho, o brasileiro também apontou a participação  no TUF Brasil 4 (reality show do Ultimate), competição em que foi um dos treinadores principais, como razão para ter atuado tão pouco desde 2015 – quando começaram as gravações.

“Em 2016 teve o TUF. Bastante coisa que acabou me enrolando um pouco. Ano passado eu lutei em maio, e depois tive uma lesão no joelho, então acho que foi isso. Gostaria de ter lutado mais vezes, mas como teve o reality fiquei meio parado por causa das gravações finais”, relatou.

E apesar subir aos octógonos com menos frequência do que no auge de sua carreira, o brasileiro faz questão de espantar qualquer rumor que envolva uma possível aposentadoria. Aos 35 anos, Shogun apontou para o fato de que muitos atletas atingem o ápice de seu potencial físico e técnico após os 38 anos. E mesmo após reconhecer que sua melhor fase foi na época do Pride, quando foi campeão do Grand Prix dos médios (93 kg) em 2005, ele garantiu que ainda vê chances de voltar à sua melhor forma novamente.

“Eu não penso em aposentadoria, sou novo ainda, tenho 35 anos. Tem atletas que atingem seu auge com 38, 39, como o Werdum por exemplo. Sei que tenho muita lenha para queimar, e, enquanto estiver bem de saúde, continuarei lutando. Meu auge foi na época do Pride, mas com certeza acredito que posso atingir o auge novamente. Pelo menos tenho que pensar assim, né? ”, afirmou confiante.

Apesar da idade e da queda de rendimento, o brasileiro vem de duas vitórias seguidas no Ultimate e é o atual sexto colocado no ranking da divisão dos meio-pesados. Competindo profissionalmente desde 2002, Shogun acumula 24 vitórias e dez derrotas em seu cartel.