Iuri "Marajó" dribla falta de patrocínios com dinheiro do próprio bolso
Atualmente com 36 anos, Marajó apontou que a falta de patrocínios faz com que ele mesmo tenha que arcar com parte dos custos de seu treinamento para o próximo duelo. E a razão para isso, de acordo com o atleta, é a crise econômica enfrentada pelo Brasil - o que, na sua opinião, fez com que muitas companhias deixassem de investir no MMA. No entanto, ele, que optou por se preparar na Jackson Wink, renomada academia nos Estados Unidos, driblou a situação e garantiu enxergar o sacrifício financeiro como investimento pessoal.
“Sem dúvida a crise atrapalha, porque os patrocinadores ficam com menos recursos para investir. Mas estou fazendo o camp para essa luta no Greg Jackson, pois sinto que aqui tive bons resultados e evolui bastante. Infelizmente, ainda preciso tirar parte dos custos do meu bolso, pois a crise continua atrapalhando os patrocínios. Mas tenho certeza que isso não é despesa, mas investimento, e o retorno virá na luta”, apontou em conversa exclusiva com a reportagem da Ag. Fight.
E para que o investimento em sua preparação valha a pena, ele terá que bater Luke Sounders, adversário bem menos experimentado no MMA e que nem sequer figura no ranking da divisão. Para aumentar ainda mais a pressão sobre o duelo, Marajó será o único brasileiro que competirá no evento - o que, naturalmente, faz com que os holofotes do esporte no Brasil estejam voltados para ele. No entanto, Iuri garantiu que usará a responsabilidade como motivação contra o americano.
“Apesar dele vir de uma vitória por finalização contra o Blanco, pelas lutas anteriores dele dá para ver que é um cara da trocação. Então, acho que o jogo dele é excelente para mim, pois, apesar de ter faixa preta no jiu-jitsu, gosto mesmo é de lutar em cima. Eu encaro com tranquilidade essa responsabilidade. Sei que nosso país tem muitos torcedores apaixonados pelo MMA e que não gostam de ver os lutadores brasileiros perdendo, mas não deixo isso se tornar um peso. Pelo contrário: me motiva ainda mais para dar um bom show e sair com a vitória”, afirmou.
E a confiança de Marajó não se resume apenas ao próximo combate. Apesar da idade avançada e da inconstância de resultados desde que chegou ao Ultimate, o brasileiro garantiu que ainda sonha em disputar o cinturão de sua divisão e revelou que essa é a motivação para seguir no esporte. Para completar, ele ainda revelou o desejo de enfrentar o campeão de sua categoria.
“O dia em que eu não sonhar mais com o cinturão, peço as contas do UFC. Ainda espero lutar pelo título. Mas não deixo isso virar uma fixação: sempre penso na próxima luta, no meu próximo adversário. E sei que, ganhando e me apresentando bem, a oportunidade de lutar pelo cinturão vai acabar aparecendo naturalmente. Como eu disse anteriormente, meu negócio é lutar, independentemente de quem for meu adversário. Mas, se tiver que escolher alguém, não escolheria um nome específico, mas sim o cara que estiver com o cinturão”, encerrou.
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