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Bethe Correia pede que Ronda não se aposente: "quero a revanche"

Matthew Stockman/Getty Images
Imagem: Matthew Stockman/Getty Images

27/01/2017 12h00

 

Quase dois anos após perder para Ronda Rousey no combate principal do UFC 190, Bethe Correia retorna à uma edição do show de MMA no Brasil, quando encara Marion Reneau em Fortaleza, no dia 11 de março. E diferentemente daquela ocasião, a peso-galo (61 kg) garante que contará com o apoio da torcida local.

Se em agosto de 2015 as polêmicas declarações disparadas contra a rival impulsionaram a popularidade da judoca entre os fãs brasileiros, Bethe aponta para o acolhimento dos irmãos nordestinos como seu porto seguro. Afinal, a atleta garante que não mudará em nada o seu estilo fora do octógono, então nada melhor do que contar com a simpatia natural das arquibancadas antes mesmo de depender da aceitação de seu discurso.

“Acho que o Nordeste é bem diferente”, afirmou em conversa com a reportagem da Ag. Fight se referindo ao público que compareceu à sua luta no Rio de Janeiro. “Acho que a realidade que tive com a Ronda, se fosse aqui no Nordeste, não teria torcida dividida. O nordestino nunca abandona o fiho da terra, e sei que não me abandonariam mesmo com a mídia a favor da Ronda. Se eu fui mal interpretada? Acredito que sim. Algumas pessoas passaram a não gostar de mim, mas não me arrependo. Com o tempo as pessoas vão me conhecer mais”.

E foi com essa mesma mentalidade que a atleta paraibana encarou os duros meses após a perde da invencibilidade no MMA. Uma nova derrota no octógono, a tentativa frustrada de morar nos EUA e o racha no time ‘Pitbull Brothers’, academia que a revelou, tornaram seu recomeço ainda mais difícil, embora não a tenham feito diminuir seu ímpeto até que ela fizesse as pazes com a vitória diante de Jessica Eye, em setembro.

Como o novo gás, Bethe agora treina para o novo desafio sem esquecer do passado. Afinal, uma revanche contra Ronda Rousey ainda está na sua lista de prioridades, o que lhe garantiu uma curiosa torcida contra a possível aposentadoria da ex-campeã do UFC, que perdeu suas duas últimas lutas no octógono.

“Eu não queria que ela se aposentasse, mas por motivo meu mesmo. Mais egoísmo da minha parte. Foi uma luta muita polêmica, o resultado também foi indesejado. Sei que tenho capacidade de lutar bem com a Ronda e ali foi um momento muito difícil da minha vida pessoal. Ficou engasgado de querer uma revanche. O mundo queria ver eu lutar com a Ronda novamente. Mas se para ela acabou, que descanse em paz. Agora é a minha vez”, garantiu.

Curiosamente, caso Ronda pendure as luvas, fato que somado à aposentadoria de Miesha Tate e a mudanã de categoria de Holly Holm – que agora vai competir como peso-pena (66 kg) -, Bethe pode ter seu caminho encurtado rumo ao topo da divisão. E isso parece agradar.

“Foi positivo. Eu acho que ficaria muito sem graça se o MMA feminimo ficasse só focado nela. Apesar de que acho que ela faz um diferencial, não acho que ela deveria se aposentar. Desfocou um pouco e mostrou mais qualidades de outras garotas. Essa história de aposentar e que nunca vai perder é mito do MMA. Muito dificil alguém conseguir Nunca me senti longe do cinturão. Com mudanças ou não na categoria, vou atrás dele. Tenho um nome muito grande na organização e no mundo, tenho muita coisa a fazer. Acho que com a derrota da Ronda e a variação de categoria eu me credencio mais rápido, mas mesmo que não tivesse, eu buscaria isso do mesmo jeito”, finalizou.