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Federação Francesa pede explicações a Gueye por não usar camisa com cores LGBTQIA+

18/05/2022 12h50

Paris, 18 Mai 2022 (AFP) - O Conselho Nacional de Ética (CNE) da Federação Francesa de Futebol (FFF) pediu ao jogador do Paris Saint-Fermain Idrissa Gana Gueye que dê explicações sobre supostamente ter se negado a usar uma camisa com as cores da bandeira LGBTQIA+, apurou nesta quarta-feira a AFP.

O meia senegalês deverá esclarecer se são "infundadas" ou não as acusações que recebeu nos últimos duas sobre ter se negado a participar da ação simbólica do futebol francês contra a homofobia.

O canal RMC informou no domingo que Gueye não jogou com o PSG contra o Montpellier no sábado para não ter que vestir a camisa com elementos nas cores do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQIA+.

A iniciativa fazia parte de uma campanha conjunta das 20 equipes da primeira divisão para a 37ª rodada do Campeonato Francês, para a celebração do Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia, em 17 de março.

Gueye não jogou contra o Montpellier e não estava lesionado, como informou o treinador do PSG, Mauricio Pochettino.

"Esta ausência (...) foi amplamente interpretada como uma negativa a participar nesta operação de sensibilização e de luta contra as discriminações", escreveu o CNE, que não tem poder disciplinar.

"Ou essas suposições são infundadas e o convidamos sem demora a se expressar para acabar com esses rumores, ou esses rumores estão certos. Neste caso, pedimos ao jogador que seja consciente do alcance de seu gesto e do gravíssimo erro cometido", escreveu Patrick Anton, presidente do CNE.

O CNE sugeriu a Gueye que sua respsta venha "acompanhada" de "uma foto usando a camisa em questão".

"Recusar-se a participar desta operação coletiva valida os comportamentos discriminatórios, nega o outro, e não somente vai contra a comunidade LGBTQI+", acrescenta o texto do CNE.

No ano passado, na rodada dedicada à luta contra a homofobia, Gueye não entrou em campo alegando que estava com gastroenterite.

O presidente do Senegal, Macky Sall, se solidarizou ontem no Twitter com o jogador e pediu respeito às "crenças religiosas".

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