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Processo de abuso sexual contra ex-técnico das categorias de base do Barcelona é arquivado

28/01/2022 18h19

Barcelona, 28 Jan 2022 (AFP) - A justiça espanhola arquivou o caso com 16 denúncias contra um ex-técnico veterano das categorias de base do Barcelona, considerando prescritos os supostos crimes de abuso sexual que cometeu no centro de educação onde foi professor durante décadas, informaram fontes judiciais.

As denúncias apresentadas por ex-alunos de Albert Benaiges se referem a fatos ocorridos entre 1980 e 1999, para os quais o chefe do Tribunal de Instrução número 12 de Barcelona considerou que os eventos foram prescritos, conforme o jornal catalão ARA e fontes legais confirmaram à AFP.

O juiz, segundo a ARA, não abriu nenhum procedimento de investigação sobre as 19 denúncias que a polícia lhe enviou, embora no despacho apenas se refira a 16, tendo apresentado o caso no dia 31 de dezembro.

O escândalo havia sido desencadeado duas semanas antes, quando o mesmo jornal publicou uma extensa investigação com dezenas de depoimentos contra o ex-professor, que em 2021 voltou a ser coordenador do futebol de base do Barça.

Segundo o jornal, cerca de sessenta ex-alunos da Escola Barcelona, um centro de educação primária da cidade, alegaram ter sido vítimas ou testemunhas de abusos sexuais cometidos por Benaiges durante mais de 20 anos.

O ex-professor, segundo a ARA, "se masturbou com meninos de 13 anos, assistiam filmes pornográficos, houve toques e jogos de caráter sexual", tanto nas instalações da escola, como em casa ou durante as colônias de férias.

Além de ser professor de Educação Física do centro durante 38 anos, até 2010, Benaiges foi também durante décadas um dos treinadores de maior destaque do futebol de base do FC Barcelona, conhecido por ser o descobridor de Andrés Iniesta.

Depois de alguns anos em vários clubes estrangeiros, em 2021 voltou ao clube como coordenador das categorias de base após o retorno de Joan Laporta à presidência em março.

No início de dezembro, no entanto, ele deixou o clube "por motivos pessoais", como explicou Laporta após o escândalo estourar. Pouco depois, o presidente do Barça manifestou seu apoio às vítimas e garantiu que o clube estava colaborando com a polícia para esclarecer se havia alguma irregularidade em suas instalações.

Já Benaiges negou os abusos, embora tenha afirmado que não voltaria a "repetir nada" do que fez durante esse tempo, como disse à ARA na época.

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