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Ginastas vítimas de abuso por Larry Nassar fecham acordo milionário

Simone Biles depôs ao Senado sobre a condução do FBI nos casos de abuso -  Anna Moneymaker/Equipe/Getty Images
Simone Biles depôs ao Senado sobre a condução do FBI nos casos de abuso Imagem: Anna Moneymaker/Equipe/Getty Images

13/12/2021 22h33

As vítimas do ex-médico da equipe feminina de ginástica dos Estados Unidos, Larry Nassar, receberão US$ 380 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões), segundo um acordo fechado com a Federação de Ginástica, o Comitê Olímpico e Paralímpico americano (USOPC) e suas seguradoras.

O acordo, celebrado em uma corte federal de falências de Indianápolis (EUA), é um dos mais importantes da história para vítimas de abuso sexual nos Estados Unidos e encerra uma batalha legal de cinco anos.

Larry Nassar, de 58 anos, cumpre pena de prisão perpétua depois de ter sido condenado a várias sentenças severas entre 2017 e 2018 por agressões sexuais contra mais de 250 ginastas, a maioria menores de idade, cometidas na Federação de Ginástica (USA Gymnastic), na Universidade estadual de Michigan e em um ginásio em Lansing, onde ele trabalhava.

A indenização a ser paga será uma das mais elevadas concedidas a vítimas de agressão sexual, depois dos US$ 500 milhões que a Universidade estatual de Michigan se comprometeu a pagar em 2018 a mais de 300 vítimas.

Entre as afetadas estão as campeãs olímpicas Simone Biles, Aly Raisman e McKayla Maroney, que depuseram em setembro em uma audiência no Senado dos Estados Unidos.

Elas não só descreveram os abusos sofridos, mas também culparam funcionários da USA Gymnastic, do USOPC e o FBI de inação para evitar os abusos cometidos por Nassar.

"Este acordo histórico encerra mais um capítulo no escândalo de Larry Nassar. Os sobreviventes agora terão recebido um total de 880 milhões de dólares em compensação por sua dor e sofrimento nas mãos deste monstro", respondeu John. C. Manly, advogado que representa as vítimas.

"Ainda resta um capítulo a escrever, o processo criminal dos agentes do FBI que não investigaram e detiveram Nassar, assim como a USA Gymnastics e membros do USOPC que conspiraram com eles para obstruir a investigação", concluiu Manly.

Rachael Denhollander, que em 2016 foi a primeira mulher a acusar Nassar publicamente, comemorou o acordo. "Este capítulo finalmente está encerrado. Agora, pode começar o trabalho árduo de reforma e reconstrução. Que se faça justiça ou não, e se faça a mudança, depende do que vai ocorrer a seguir".

A USA Gymnastic se declarou em bancarrota em 2018, mergulhada em uma série de ações apresentadas pelas vítimas de Nassar.

O acordo desta segunda-feira pôde ser alcançado depois que a companhia de seguros TIG concordou em pagar "parte substancial" da indenização.

O pacto inclui o pagamento de US$ 34 milhões diretamente do USOPC, assim como um empréstimo de US$ 6 milhões do USOPC à USA Gymnastics.

Finalmente, como parte do acerto, uma vítima destas agressões sexuais será nomeada membro da junta diretora da Federação Americana de Ginástica.