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Coe promete paridade na Federação Internacional de Atletismo

08/03/2021 17h03

Paris, 8 Mar 2021 (AFP) - O presidente da Federação Internacional de Atletismo (World Athletics), Sebastian Coe, garantiu nesta segunda-feira que em 2027 a paridade sexual será alcançada na instância que dirige, quando atualmente apenas um terço dos 26 membros do executivo são mulheres.

Em entrevista à AFP por ocasião do lançamento da campanha #WeGrowAthletics, coincidente com o Dia Internacional da Mulher, Coe garantiu que em 2016, quando foi iniciada uma política de paridade nas instâncias, "tínhamos paridade nas competições, paridade em termos de salários, mas não tínhamos dentro das instâncias".

O dirigente britânico descreveu como "sem sentido" que "uma medalhista de ouro receba o mesmo dinheiro que Usain Bolt", mas que esta igualdade "não exista nas instâncias esportivas".

"Atualmente, 30% dos membros do conselho (executivo) são mulheres, Ximena Restrepo foi eleita vice-presidente em 2019 e pretendemos chegar a 50% em 2027".

A colombiana Restrepo, primeira medalhista olímpica de atletismo em seu país (bronze nos 400 m em Barcelona-92), é a primeira mulher a ser designada para este importante cargo na federação internacional.

Coe, no entanto, admitiu: "Não tenho certeza se atualmente uma mulher pode se imaginar na minha posição e quero que isso mude".

Como medida simbólica de paridade, Coe também deseja que no Mundial de Eugene (nos Estados Unidos) em 2022 a competição feche com o 4x400m feminino e não com o habitual revezamento masculino.

O atletismo mundial tem sofrido críticas nos últimos anos depois de impedir a atleta sul-africana Caster Semenya de competir em alguns eventos se ela se recusar a se submeter a um tratamento para baixar seu nível de testosterona.

A especialista em 800 metros, de 29 anos, que tem um excesso natural de hormônios sexuais masculinos, pressiona a federação há mais de uma década.

Para Coe, esta questão representa "um grande desafio", embora justifique a decisão de estabelecer "igualdade na pista" e promover a "justiça" entre as atletas.

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