Topo

Eurocopa, 'uma dificuldade e uma oportunidade', diz assessor de saúde da Uefa

02/03/2021 17h33

Lausana, Suíça, 2 Mar 2021 (AFP) - Preparar a Eurocopa em 12 países é "uma dificuldade, mas também uma oportunidade", ao permitir alternativas em função da evolução da pandemia de covid-19, explica o médico Daniel Koch, que foi assessor para o combate ao coronavírus do governo da Suíça, e que atua como conselheiro de saúde da Uefa (entidade que comanda o futebol na Europa).

Pergunta: Quais opções que existem para a realização de grandes competições este ano, como a Eurocopa ou os Jogos Olímpicos, tendo em conta as atuais variantes do vírus e restrições na Europa?

Resposta: "Não existe garantia de 100% porque a pandemia continua reservando surpresas. Mas no momento tenho muita confiança na disputa desses eventos, sejam os Jogos Olímpicos ou outras competições importantes. Grandes mudanças teriam que surgir para impedir esses eventos. Não vamos nos livrar totalmente do vírus, mas temos a experiência do ano passado, com novos avanços: diferentes exames de diagnóstico e uma campanha de vacinação que já adquiriu um bom ritmo em vários países. Naturalmente, há mais pessoas imunizadas porque já tiveram contato com o vírus. Por outro lado, em quase todos os países a situação é melhor do que há algumas semanas. As infecções diminuem e a sobrecarga dos hospitais também. Estou convencido de que no verão (no hemisfério norte) a situação epidêmica não será como a atual."

P: O formato desta edição da Euro - com doze cidades-sede em doze países diferentes - exige que se leve em consideração doze diferentes situações da epidemia e políticas de saúde. Como preparar o evento nestas condições?

R: "É uma grande dificuldade, mas também uma oportunidade. Por um lado, você tem que falar com todos esses países, com todas as cidades também, porque são os governos que vão decidir o que é possível ou não. Provavelmente surgirão diferenças de um lugar para outro. Mas não apenas um problema: se não pudermos fazer nada em um país, temos outros onze em que os preparativos já estão em andamento. Por outro lado, se o evento fosse em um único país e nada funcionasse, estaríamos perdidos. Além disso, o diálogo com vários governos permite comparar abordagens. "

P: A Uefa estabeleceu como missão "elevar o número de torcedores nos estádios ao mesmo tempo que minimiza os riscos". É só uma questão de limites nos estádios ou vocês vão avaliar os riscos de viagens e aglomerações antes e depois dos jogos?

R: "O meu trabalho é precisamente dizer que devemos pensar em todos estes pontos e falar sobre isso com os países anfitriões. O centro das discussões não gira em torno das 'bolhas de segurança' para os jogadores ou para a imprensa, porque já estão definidas. Para os profissionais não haverá grandes mudanças. Para os torcedores, nenhuma decisão será tomada antes de abril. Mas ir a eventos, não só esportivos, mas também culturais, é uma necessidade legítima. É por isso que procuramos caminhos que permitam essa retomada, sem correr riscos irresponsáveis. "

cfe/jed/smr/dr/lca