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Morte de Maradona segue gerando reações na Europa

26/11/2020 20h47

Paris, 26 Nov 2020 (AFP) - A morte do mítico Diego Maradona na quarta-feira (25) continuou gerando reações e na Europa diferentes personalidades e importantes figuras do esporte, sobretudo do futebol, compartilhavam nesta quinta seu pesar pela notícia e também suas lembranças de 'El Pibe'.

Confira algumas das reações de maior destaque nesta quinta-feira na Europa:

Marcelo Bielsa (ARG/técnico do Leeds United, em coletiva de imprensa): "Nos dá muitíssimo pesar que não esteja mais aqui. A perda de um ídolo é uma sensação de fragilidade para todos nós (...) Maradona foi um artista. A dimensão da repercussão de sua arte tem uma infinidade de reconhecimentos. Para dar um exemplo fora do comum, as canções escritas sobre ele são extraordinárias".

Gennaro Gattuso (ITA/técnico do Napoli, após a vitória sobre o Rijeka na Liga Europa): "Diego não está morto porque nunca vai morrer. Desde ontem à noite um ar triste paira na cidade. Diego foi um símbolo, um campeão e em Nápoles é provavelmente mais importante do que San Gennaro (patrono da cidade). Se falará de Maradona para sempre, esta é a sua terra e gostaríamos algum dia de dedicar-lhe um troféu".

José Mourinho (POR/técnico do Tottenham, antes do jogo vencido sobre o Ludogorets na Liga Europa): "Era meu amigo, uma pessoa com um grande coração. Todo mundo pode procurar no Google coisas sobre ele no que diz respeito ao futebol, mas eu vou sentir falta da pessoa dele".

Lothar Matthäus (ALE/ex-jogador de futebol, adversário de Maradona nas finais da Copa do Mundo de 1986 e 1990, ao jornal Bild): "Sempre era um desafio enfrentá-lo. Esteve comigo na metade da minha vida, foi meu melhor rival. Morreu cedo demais, aos 60 anos. A notícia me deixou muito triste (...) "A bola o obedecia sempre, inclusive na velocidade mais alta, o que só se pode ver hoje com Messi".

Peter Shilton (ING/ex-goleiro da Inglaterra, que sofreu o gol da 'Mano de Dios' na Copa do Mundo do México-1986, ao jornal Daily Mail): "O que eu não gosto é que nunca se desculpou. Em nenhum momento disse que tinha trapaceado e que gostaria de pedir perdão. Ao invés disso, usou 'la mano de Dios' e isso não foi bom. Parece que tinha grandeza, mas infelizmente não esportividade (...) Minha vida esteve ligada durante muito tempo à de Diego Maradona e não da forma da qual teria gostado".

Kevin Keegan (ING/ex-jogador de futebol, à BBC): "Tinha um cérebro incrível como jogador de futebol (...) Antes de que outras coisas começassem a incomodar, não se podia jogar contra ele, não dava para tirar a bola dele".

Emmanuel Macron (FRA/presidente da República Francesa, em um comunicado na noite de quarta-feira e divulgado nesta quinta em espanhol pela Presidência argentina): "A mão de Deus depositou um gênio do futebol na Terra. Acaba de recuperá-lo em uma jogada imprevista, que enganou todas as nossas defesas. Queria com esse gesto dirimir o debate do século, se Diego Maradona é o maior jogador de futebol de todos os tempos? As lágrimas de milhões de órfãos respondem hoje com uma evidência dolorida".

Javier Tebas (ESP/presidente da LaLiga espanhola de futebol, em um ato em Bilbao): "Partiu uma parte muito importante da história do futebol, sua lembrança vai ser sempre a de um dos dois ou três melhores jogadores do mundo. Mas também tem a nos ensinar a lição da vida e do futebol. Temos que aprender que os últimos anos de Maradona não foram o melhor final que todos os que o amamos como jogador de futebol teríamos gostado. Desejamos-lhe o melhor no além, no céu, porque terá ido para o céu, era uma boa pessoa, apesar de tudo o que fazia. Mas é importante que nós, que dirigimos o futebol, saibamos que temos que fazer com que estas figuras e todos os jogadores de futebol tenham finais melhores".

Jon Smith (ING/ex-agente britânico de Diego Maradona, em entrevista à AFP): "Eram duas pessoas realmente. Tinha o Diego, o jovem encantador dos bairros pobres de Buenos Aires, isso ele nunca perdeu. Era um garoto encantador e muito amável de certo modo, nunca conseguiu dizer não. Depois tinha o Maradona, que era uma antítese disso. Era o artista, o showman, o homem da festa. Era tudo o que o pequeno Diego não era. Era um personagem complexo".

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