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Fifa suspende por cinco anos Ahmad, presidente da Confederação Africana

23/11/2020 16h20

Lausana, Suíça, 23 Nov 2020 (AFP) - A comissão de ética da Fifa suspendeu o presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), Ahmad Ahmad, por cinco anos e lhe aplicou uma multa de 200.000 francos suíços (cerca de 220.000 dólares), devido a uma série de atos de má gestão.

O dirigente de Madagascar, de 60 anos, chefe do futebol africano desde março de 2017 e candidato a um segundo mandato, foi preso em junho de 2019 em Paris por suspeita de corrupção.

A justiça interna da Fifa, da qual Ahmad Ahmad é vice-presidente, concluiu que o presidente da Confederação Africana "falhou em seu dever de lealdade, concordou em receber presentes e outros benefícios, administrou mal os fundos e abusou de seu papel como presidente da CAF", disse essa entidade em um comunicado nesta segunda-feira.

A investigação da comissão de ética "cobriu vários assuntos relacionados à governança da CAF, incluindo a organização e financiamento de uma peregrinação à Meca, suas relações com a empresa de equipamentos esportivos Tactical Steel e outras atividades", segundo a Fifa.

"A CAF e o presidente da CAF tomam nota desta decisão", limitou-se a comentar a Confederação Africana em um comunicado, e se manifestou "preocupada com as consequências para sua reputação".

As denúncias da instância serão detalhadas na decisão integral, publicada no prazo de sessenta dias no site da Fifa.

- Possível recurso no TAS -Ahmad Ahmad, que deixou temporariamente o cargo após teste positivo para o coronavírus, será proibido por cinco anos de "qualquer atividade relacionada ao futebol", tanto nacional quanto internacionalmente, e poderá apelar da suspensão no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

O ex-técnico de futebol e político, que foi Secretário de Estado do Esporte e Ministro da Pesca em Madagascar, havia anunciado no final de outubro que buscaria um segundo mandato à frente da CAF em março de 2021.

Em 2019, Ahmad Ahmad pediu à Fifa para ajudar a supervisionar sua organização, que foi enfraquecida devido a várias controvérsias e problemas de governança.

A número 2 da Fifa, Fatma Samoura, havia realizado um mandato de seis meses, mas este, em que se buscava acelerar o processo de reforma na instância, não foi renovado no início de fevereiro de 2020.

Por outro lado, demitido em abril de 2019, o secretário-geral da CAF, Amr Fahmy, havia enviado uma carta à Fifa na qual acusava Ahmad de corrupção (pagamento de subornos a vários dirigentes, uso pessoal de fundos da CAF) e de assédio sexual a várias funcionárias da Confederação.

Quatro candidatos se declararam dispostos a assumir a chefia do futebol africano: o senegalês Augustin Senghor, advogado e sobrinho do ex-presidente Leopold Sédar Senghor, o mauritano Ahmed Yahya, com a fama de ser próximo de Ahmad Ahmad, o marfinense Jacques Anouma e o milionário sul-africano Patrice Motsepe.

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