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Trump apoia retorno de Colin Kaepernick à NFL, "se merecer"

Kaepernick (nº 7) popularizou o gesto de se ajoelhar como um ato de protesto contra o racismo e a desigualdade racial nos EUA       - Michael Zagaris/Getty Images/AFP
Kaepernick (nº 7) popularizou o gesto de se ajoelhar como um ato de protesto contra o racismo e a desigualdade racial nos EUA Imagem: Michael Zagaris/Getty Images/AFP

De Washington

17/06/2020 23h21

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (17) que é a favor do retorno de Colin Kaepernick à NFL "se ele for capaz de jogar bem", depois de criticar ferozmente seus protestos contra o racismo, quando ajoelhava durante a execução do hino americano antes dos jogos.

"Se ele merecer, deveria" ter essa oportunidade, afirmou Trump em entrevista à televisão ABC 7 News - WJLA.

"Eu adoraria que ele tivesse outra chance. Mas, obviamente, ele deve ser capaz de jogar bem. Se ele não puder jogar bem, acho que seria muito injusto", declarou o presidente.

Kaepernick não joga na NFL desde 2016, quando fazia parte do San Francisco 49ers e começou a se ajoelhar em protesto contra o racismo e a brutalidade policial com afro-americanos.

Esse gesto, que se tornou um símbolo da atual onda de indignação pela morte de George Floyd, causou críticas de muitos setores, incluindo o próprio Trump.

O presidente considerou que o protesto de Kaepernick era uma falta de respeito pela bandeira e pelo país e, em 2017, o insultou e exigiu o afastamento dos jogadores que fizessem o mesmo.

Estrelas do esporte, como LeBron James, e a própria NFL relembraram nas últimas semanas a figura de Kaepernick, que levou o comissário da liga de futebol americana, Roger Goodell, a admitir que eles estavam errados ao ignorar por anos os protestos de seus jogadores contra o racismo.

Goodell até incentivou suas equipes na segunda-feira a contratar Kaepernick, caso o jogador de 32 anos queira retomar sua carreira.

Trump disse nesta quarta que Kaepernick "começou muito bem (sua carreira) e depois não terminou muito bem como jogador".

"Ele foi fantástico no seu ano de estreia. Acho que foi muito bom no segundo ano. E então aconteceu algo, sua maneira de jogar não estava à altura", disse.

A equipe 49ers, a qual Kaepernick pertenceu até a final do Super Bowl de 2013, o liberou no início de 2017.

Cercado por controvérsias sobre seu ativismo, nenhuma franquia o contratou novamente, levantando suspeitas sobre seu desejo de ficar fora da Liga.

Diante dessa situação, Kaepernick apresentou uma queixa à NFL em 2017, e em 2019 ambas as partes chegaram a um acordo por um valor não divulgado.

O técnico do Los Angeles Chargers, Anthony Lynn, disse nesta quarta que a maioria das equipes considerará a contratação de Kaepernick e que "ele definitivamente se encaixa no tipo de quarterback" que precisamos, mas esclareceu que não entrou em contato com ele.