Blatter volta a acusar Platini e Sarkozy por atribuição da Copa-2022 ao Catar
Lausana, Suíça, 11 Mar 2019 (AFP) - O ex-presidente da Fifa Joseph Blatter voltou a afirmar nesta segunda-feira que a atribuição da Copa do Mundo-2022 ao Catar foi consequência da intervenção de Nicolas Sarkozy e Michel Platini, um dia depois das divulgação de um suposto contrato secreto entre a Fifa e a emissora Al Jazeera.
"Não entendo porque foi reaberto um dossiê de suposta corrupção que já havia sido encerrado com a publicação do relatório Garcia", disse Blatter, questionado pela AFP.
"De qualquer maneira, a escolha do Catar para a Copa do Mundo de 2022 se deu após a intervenção política do presidente da República (da França), Nicolas Sarkozy, solicitando a Michel Platini que votasse junto a pessoas próximas pelo Catar", acusou Blatter. Na época, Platini era o presidente da Uefa.
"Estes quatro votos fizeram a balança pesar a favor do Catar e contra os Estados Unidos. E esta situação provocou os ataques dos perdedores contra a Fifa e minha pessoa. A Inglaterra perdeu para a Rússia a Copa do Mundo de 2018 e os Estados Unidos perderam para o Catar", explicou Blatter.
Na votação de 2 de dezembro de 2010, a Copa do Mundo de 2018 foi atribuída à Rússia -a Inglaterra foi eliminada na primeira rodada de votação- e a edição de 2022 ficou com o Catar, que surpreendeu ao vencer os Estados Unidos.
Segundo o Sunday Times, houve um contrato secreto entre a Fifa e a emissora de televisão Al Jazeera, propriedade de Doha, três semanas antes da votação.
Esse contrato, fechado em 2010, no fim da campanha de candidaturas para sediar a Copa de 2022, segundo documentos divulgados pelo jornal britânico, contemplava especialmente o pagamento de 100 milhões de dólares a uma conta da Fifa caso o Catar fosse escolhido como sede do Mundial, o que acabou acontecendo.
Segundo o Sunday Times, o Catar pagou 480 milhões dólares à Fifa três anos depois por um segundo contrato de direitos televisivos.
No e-mail enviado na última sexta-feira ao Sunday Times para responder às perguntas do jornal, a Fifa declarou que "as acusações relacionadas à atribuição da Copa do Mundo da Fifa 2022 já foram comentadas amplamente pela Fifa, que em junho de 2017 publicou integralmente o relatório Garcia no site Fifa.com".
"Por outro lado, a Fifa apresentou uma denúncia na Procuradoria Geral da Suíça e o processo segue em andamento. A Fifa coopera e continuará cooperando com as autoridades", continuou a entidade que rege o futebol internacional.
ebe/pm/am
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