Piatek, o artilheiro que impõe sua lei no Milan
Roma, 25 Fev 2019 (AFP) - De joelhos e com as mãos imitando duas pistolas, o polonês Krzysztof Piatek aterrissou no Milan com um punhado de gols e devolveu ao clube a capacidade de sonhar por títulos, começando pela Copa da Itália, na qual visitará na terça-feira a Lazio nas semifinais.
Em um torneio mais aberto do que de hábito devido à eliminação da Juventus, o jogo de ida da segunda semifinal vai ser disputado na quarta-feira, entre a Fiorentina e o Atalanta (17h00). As partidas de volta serão no dia 24 de abril.
Além da chegada de Cristiano Ronaldo a Turim, o outro nome que está em evidência no futebol italiano é o de Piatek, que marcou sete gols em seis jogos desde que chegou ao Milan em janeiro.
No campeonato ele já fez 18 gols em 25 rodadas, contando a primeira parte da temporada que disputou pelo Genoa, apenas um a menos que Ronaldo, o artilheiro isolado.
Contando todas as competições, Piatek soma 26 gols. Só craques como Lionel Messi e Kylian Mbappé o superam nos cinco grandes campeonatos do Velho Continente.
"Acredito em mim, mas isso é mais do que eu havia esperado", reconheceu o atacante de 23 anos.
Piatek conseguiu preencher rapidamente o vazio deixado por seu antecessor no Milan, o argentino Gonzalo Higuaín, que se transferiu para o Chelsea após alguns meses sem conseguir se adaptar em Milão.
- Robocop -"Kris é um jogador de poucas palavras, não perde tempo falando, diríamos que é um bebê que só sabe dizer 'mamãe, mamãe, mamãe', só que ele diz 'gol, gol e gol'", brinca seu técnico Gennaro Gattuso, que o chama de Robocop.
"Ele diz quatro palavras, do tipo 'quero marcar' ou 'quero quebrar tudo'", já havia contado Gattuso, dias depois da chegada do polonês a Milanello.
"Inclusive dá para ver que ele não gosta de aquecimento. Não é que ele não queira se aquecer, é que ele quer que o jogo comece logo para marcar. Ele vive para o gol", acrescentou o ex-meia da seleção italiana.
Básico, mas suficiente para que o Milan pense que enfim encontrou o verdadeiro goleador que vinha buscando há anos, uma posição pela qual já passaram Pato, André Silva, Fernando Torres, Destro, Bacca, Lapadula e Luiz Adriano.
"Quando se fala de centroavante, o protótipo é o Piatek. Existem os falsos 9, os ataques com três jogadores, mas o que define um 9 é o que o Piatek faz", resumiu no jornal 'La Gazzetta dello Sport' Marcello Lippi, treinador da Itália campeã do mundo de 2006.
- Paquetá, o outro acerto -Não demoraram a surgir comparações no Milan. Piatek e o brasileiro Lucas Paquetá, a outra contratação espetacular do clube no mercado de inverno, seriam os novos Shevchenko e Kaká.
"Vamos ser claros: Andrei (Shevchenko) era único e será sempre. Mas Piatek mostrou coisas incríveis. Tem fome, quer marcar", disse a lenda Paolo Maldini, que ao lado de Leonardo está à frente da diretoria do clube.
A trajetória do polonês é um caso a ser estudado. Ele chegou ao Genoa nesta temporada como um perfeito anônimo vindo do KS Cracóvia por quatro milhões de euros.
O presidente do Genoa, Enrico Prezioso, contou que a contratação foi fechada em sua mansão em Ibiza, diante de um prato de macarrão com camarões, depois de assistir vários vídeos pelo telefone do agente do jogador. Poucos meses depois vendeu o atacante por 35 milhões ao Milan.
E Piatek segue surpreendendo como artilheiro milanês.
stt/pm/aam
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