Foto de aperto de mãos de Salah e líder checheno gera polêmica
Grózni, Rússia, 12 Jun 2018 (AFP) - Mohamed Salah, astro do Liverpool e da seleção do Egito, troca um aperto de mãos com Ramzan Kadirov, homem forte da Chechênia: a foto, tirada em Grozny, onde os "Faraós" instalaram sua concentração para a Copa do Mundo da Rússia-2018, tem provocado polêmica.
"O homem que despertou Salah de seu descanso é acusado de 'torturas e mortes extrajudiciais'", ressaltou o jornal britânico The Sun.
A Chechênia é comandada com mão de ferro por Kadirov, que conta com o apoio incondicional do presidente russo, Vladimir Putin.
Organizações internacionais denunciam regularmente os graves ataques aos direitos humanos e às liberdades em geral.
A história por trás da foto também dá o que falar: o dirigente dessa república russa do Cáucaso foi de carro buscar o craque dos Reds no hotel onde está hospedado para fazê-lo ir a campo e trocar o cumprimento.
Cerca de 8.000 pessoas os aguardavam aos gritos de "Akhmat sila, Akhmat sila", em homenagem ao pai de Kadirov, presidente pró-russo da Chechênia, morto por rebeldes separatistas em 2004.
Mas, o que o Egito foi fazer em Grozny, uma cidade que não sedia jogos da Copa do Mundo? Oficialmente, a seleção queria se isolar do barulho, do público, das câmeras, para que a mídia não perturbasse a preparação da equipe, que volta a disputar um Mundial depois de um jejum de 28 anos.
Vestindo roupa turquesa e branca, Kadirov conseguiu tirar uma foto com o melhor jogador africano da temporada e não escondeu a alegria. "Salah é um dos melhores jogadores de futebol do mundo (...) Estamos felizes de receber a seleção do Egito", declarou à AFP o dirigente desta república de maioria muçulmana desde 2007.
- "Exemplar e muçulmano" -As organizações de defesa de Direitos Humanos avaliam que Kadirov queria agigantar sua imagem ao posar ao lado de um dos desportistas mais populares do planeta.
De fato, o presidente checheno também é conhecido por ser um aficcionado de MMA.
Em Grozny, nos últimos dias, as conversas sobre "Salah", "Egito" e "Ramzan" (o presidente checheno) são frequentes. Salah é "um jogador exemplar e é muçulmano", comemora Hamza Zaliyev, jovem torcedor do Liverpool.
Historicamente, a Chechênia é majoritariamente muçulmana. Sob o impulso de Kadirov, islamizou-se fortemente. Foram construídas muitas mesquitas, onde existiam ruínas em cidades e povoados devastados por duas guerras contra o governo central de Moscou.
O fato de a Copa do Mundo coincidir com o fim do ramadã, o mês de jejum sagrado do islã, pesou consideravelmente na escolha da equipe egípcia de se instalar nesta cidade muito conservadora.
Por sua vez, o diretor do novo hotel The Local, Tajeddine Soultane, avalia que o "Egito preferiu esta cidade porque se trata de um lugar conservador, onde não há discotecas e a comida halal (preparada segundo os preceitos muçulmanos) é muito importante".
De qualquer forma, para os egípcios não importa tanto o aperto de mãos entre Salah e Kadirov, mas o ombro do craque dos Reds, que permanece dúvida para a estreia da equipe contra o Uruguai, após sofrer uma lesão em 26 de maio na final da Champions contra o Real Madrid.
"O homem que despertou Salah de seu descanso é acusado de 'torturas e mortes extrajudiciais'", ressaltou o jornal britânico The Sun.
A Chechênia é comandada com mão de ferro por Kadirov, que conta com o apoio incondicional do presidente russo, Vladimir Putin.
Organizações internacionais denunciam regularmente os graves ataques aos direitos humanos e às liberdades em geral.
A história por trás da foto também dá o que falar: o dirigente dessa república russa do Cáucaso foi de carro buscar o craque dos Reds no hotel onde está hospedado para fazê-lo ir a campo e trocar o cumprimento.
Cerca de 8.000 pessoas os aguardavam aos gritos de "Akhmat sila, Akhmat sila", em homenagem ao pai de Kadirov, presidente pró-russo da Chechênia, morto por rebeldes separatistas em 2004.
Mas, o que o Egito foi fazer em Grozny, uma cidade que não sedia jogos da Copa do Mundo? Oficialmente, a seleção queria se isolar do barulho, do público, das câmeras, para que a mídia não perturbasse a preparação da equipe, que volta a disputar um Mundial depois de um jejum de 28 anos.
Vestindo roupa turquesa e branca, Kadirov conseguiu tirar uma foto com o melhor jogador africano da temporada e não escondeu a alegria. "Salah é um dos melhores jogadores de futebol do mundo (...) Estamos felizes de receber a seleção do Egito", declarou à AFP o dirigente desta república de maioria muçulmana desde 2007.
- "Exemplar e muçulmano" -As organizações de defesa de Direitos Humanos avaliam que Kadirov queria agigantar sua imagem ao posar ao lado de um dos desportistas mais populares do planeta.
De fato, o presidente checheno também é conhecido por ser um aficcionado de MMA.
Em Grozny, nos últimos dias, as conversas sobre "Salah", "Egito" e "Ramzan" (o presidente checheno) são frequentes. Salah é "um jogador exemplar e é muçulmano", comemora Hamza Zaliyev, jovem torcedor do Liverpool.
Historicamente, a Chechênia é majoritariamente muçulmana. Sob o impulso de Kadirov, islamizou-se fortemente. Foram construídas muitas mesquitas, onde existiam ruínas em cidades e povoados devastados por duas guerras contra o governo central de Moscou.
O fato de a Copa do Mundo coincidir com o fim do ramadã, o mês de jejum sagrado do islã, pesou consideravelmente na escolha da equipe egípcia de se instalar nesta cidade muito conservadora.
Por sua vez, o diretor do novo hotel The Local, Tajeddine Soultane, avalia que o "Egito preferiu esta cidade porque se trata de um lugar conservador, onde não há discotecas e a comida halal (preparada segundo os preceitos muçulmanos) é muito importante".
De qualquer forma, para os egípcios não importa tanto o aperto de mãos entre Salah e Kadirov, mas o ombro do craque dos Reds, que permanece dúvida para a estreia da equipe contra o Uruguai, após sofrer uma lesão em 26 de maio na final da Champions contra o Real Madrid.
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