Israel, um longo histórico de polêmicas no esporte
Paris, 6 Jun 2018 (AFP) - Entre as reações de hostilidade contra seus atletas e boicotes, a situação de Israel no mundo do esporte tem gerado diferentes polêmicas, como o cancelamento da partida amistosa de futebol contra a Argentina, que deveria ser disputada no sábado em Jerusalém.
- Um país esportivo 'europeu' -No conjunto das modalidades, Israel atualmente está unido às diferentes confederações europeias, quando geograficamente o país se encontra no continente asiático.
Não é a única nação que esportivamente está com equipes de outro continente. É algo que já acontece com alguns países do Cáucaso (Azerbaijão e Geórgia), geograficamente entre Europa e Ásia, uma situação similar à da Turquia, dividida entre dois continente.
A Austrália disputa há mais de uma década as eliminatórias da Confederação Asiática de Futebol (AFC) e não as da Oceania.
Outro caso, por exemplo, é o Suriname, país sul-americano que faz parte da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf).
No futebol, Israel fez parte da Confederação Asiática de 1954 a 1974, sediando, inclusive, a Copa da Ásia em 1964.
O país foi excluído da AFC em 1974, quando vários países do Oriente Médio boicotaram partidas em diversas ocasiões devido ao conflito israelense-palestino.
Desde 1994, Israel se juntou à Uefa, a confederação do futebol europeu, e disputa as eliminatórias para a Copa do Mundo contra as equipes do "Velho Continente". Os clubes israelenses também disputam a Liga dos Campeões e a Liga Europa.
- Hostilidades repetidas -O judô, uma modalidade olímpica de grande importância em Israel (cinco medalhistas em Olimpíadas desde 1992), tem sido habitualmente cenário de tensões.
Nos Jogos Olímpicos Rio-2016, o egípcio Islam El Shehaby perdeu no tatame para Or Sasson.
Depois se negou a apertar a mão de seu adversário israelense, quebrando uma norma não obrigatória, mas considerada de importância para o "fair play" em um esporte que respeita muito os aspectos formais e a tradição. O Comitê Olímpico Egípcio condenou o gesto de seu atleta.
No fim de outubro de 2017, os judocas israelenses participaram de uma competição em Abu Dhabi com quimonos que não mostravam as letras de seu país, "ISR", e o hino de Israel não foi tocado durante a cerimônia do pódio de Tal Flicker (66 kg). Eram condições impostas pelos organizadores do emirado para permitir a participação israelense.
Fora dos tatames, as piscinas também viveram ondas de tensões: no Mundial de Xangai em 2011, o iraniano Mohammad Ali Rezaei se negou a participar de sua série dos 100 metros peito devido à presença do israelense Gal Nevo na raia ao lado.
Nas quadras de tênis, o tunisiano Malek Jaziri não pôde enfrentar em outubro de 2013 o israelense Amir Weintraub em um torneio por conta de pressões "políticas", segundo Emir Jaziri, agente e irmão de Malek.
A Federação Internacional de Tênis (ITF) decidiu em seguida suspender a Tunísia da Copa Davis para a temporada de 2014, considerando que a Federação Tunisiana pediu a Malek Jaziri para não disputar a partida.
- Organizador discutido -Em 2013, a Uefa organizou a Eurocopa sub-21 em Israel, uma decisão assumida pelo então presidente da organização, o francês Michel Platini.
"Israel é uma associação europeia e tem os mesmos direitos e as mesmas obrigações que as outras 53 associações nacionais europeias", considerou Platini no último dia da competição.
Cerca de 60 jogadores, entre eles o belga Eden Hazard, o marfinense Didier Drogba e o francês Steve Mandanda pediram em 2012 à Uefa que retirasse a organização do torneio de Israel, após uma ofensiva israelense na Faixa de Gaza em meados de novembro.
No ciclismo, a saída do Giro da Itália de Jerusalém em maio foi acompanha de grandes polêmicas.
Durante a apresentação do percurso no fim de 2017, os organizadores utilizaram a expressão "Jerusalém Ocidental", retirada posteriormente por pressão de Israel, que considera que isto implica uma divisão de Jerusalém entre "oriental" e "ocidental". As autoridades israelenses consideram que a cidade está "reunificada" desde 1967, com a anexação de Jerusalém Oriental.
O Giro de 2018 coincidia com o 70º aniversário da criação de Israel e foi um dos maiores eventos esportivos recebidos por este país.
- Um país esportivo 'europeu' -No conjunto das modalidades, Israel atualmente está unido às diferentes confederações europeias, quando geograficamente o país se encontra no continente asiático.
Não é a única nação que esportivamente está com equipes de outro continente. É algo que já acontece com alguns países do Cáucaso (Azerbaijão e Geórgia), geograficamente entre Europa e Ásia, uma situação similar à da Turquia, dividida entre dois continente.
A Austrália disputa há mais de uma década as eliminatórias da Confederação Asiática de Futebol (AFC) e não as da Oceania.
Outro caso, por exemplo, é o Suriname, país sul-americano que faz parte da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf).
No futebol, Israel fez parte da Confederação Asiática de 1954 a 1974, sediando, inclusive, a Copa da Ásia em 1964.
O país foi excluído da AFC em 1974, quando vários países do Oriente Médio boicotaram partidas em diversas ocasiões devido ao conflito israelense-palestino.
Desde 1994, Israel se juntou à Uefa, a confederação do futebol europeu, e disputa as eliminatórias para a Copa do Mundo contra as equipes do "Velho Continente". Os clubes israelenses também disputam a Liga dos Campeões e a Liga Europa.
- Hostilidades repetidas -O judô, uma modalidade olímpica de grande importância em Israel (cinco medalhistas em Olimpíadas desde 1992), tem sido habitualmente cenário de tensões.
Nos Jogos Olímpicos Rio-2016, o egípcio Islam El Shehaby perdeu no tatame para Or Sasson.
Depois se negou a apertar a mão de seu adversário israelense, quebrando uma norma não obrigatória, mas considerada de importância para o "fair play" em um esporte que respeita muito os aspectos formais e a tradição. O Comitê Olímpico Egípcio condenou o gesto de seu atleta.
No fim de outubro de 2017, os judocas israelenses participaram de uma competição em Abu Dhabi com quimonos que não mostravam as letras de seu país, "ISR", e o hino de Israel não foi tocado durante a cerimônia do pódio de Tal Flicker (66 kg). Eram condições impostas pelos organizadores do emirado para permitir a participação israelense.
Fora dos tatames, as piscinas também viveram ondas de tensões: no Mundial de Xangai em 2011, o iraniano Mohammad Ali Rezaei se negou a participar de sua série dos 100 metros peito devido à presença do israelense Gal Nevo na raia ao lado.
Nas quadras de tênis, o tunisiano Malek Jaziri não pôde enfrentar em outubro de 2013 o israelense Amir Weintraub em um torneio por conta de pressões "políticas", segundo Emir Jaziri, agente e irmão de Malek.
A Federação Internacional de Tênis (ITF) decidiu em seguida suspender a Tunísia da Copa Davis para a temporada de 2014, considerando que a Federação Tunisiana pediu a Malek Jaziri para não disputar a partida.
- Organizador discutido -Em 2013, a Uefa organizou a Eurocopa sub-21 em Israel, uma decisão assumida pelo então presidente da organização, o francês Michel Platini.
"Israel é uma associação europeia e tem os mesmos direitos e as mesmas obrigações que as outras 53 associações nacionais europeias", considerou Platini no último dia da competição.
Cerca de 60 jogadores, entre eles o belga Eden Hazard, o marfinense Didier Drogba e o francês Steve Mandanda pediram em 2012 à Uefa que retirasse a organização do torneio de Israel, após uma ofensiva israelense na Faixa de Gaza em meados de novembro.
No ciclismo, a saída do Giro da Itália de Jerusalém em maio foi acompanha de grandes polêmicas.
Durante a apresentação do percurso no fim de 2017, os organizadores utilizaram a expressão "Jerusalém Ocidental", retirada posteriormente por pressão de Israel, que considera que isto implica uma divisão de Jerusalém entre "oriental" e "ocidental". As autoridades israelenses consideram que a cidade está "reunificada" desde 1967, com a anexação de Jerusalém Oriental.
O Giro de 2018 coincidia com o 70º aniversário da criação de Israel e foi um dos maiores eventos esportivos recebidos por este país.
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