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Federer e Nadal fizeram de 2017 uma festa do tênis

22/12/2017 12h37

Paris, 22 dez 2017 (AFP) - "Nem Roger, nem eu esquecemos como se joga tênis", alertava Nadal em outubro de 2016, quando as duas lendas inauguravam a academia do espanhol, no que para muitos era visto como um primeiro passo para a carreira fora das quadras de ambos. Um ano depois, os dois tenistas voltaram a reinar no circuito.

Nadal finalizou a temporada como número 1 do mundo, com títulos em Roland Garros e no US Open. Federer ficou com um segundo posto no ranking, erguendo os troféus do Aberto da Austrália e de Wimbledon. Foi a primeira vez desde 2010 que os protagonistas da maior rivalidade da história do tênis dividiam entre eles os quatro Grand Slams do ano.

Naquele dia de outubro de 2016, o suíço, de 36 anos, e o espanhol, de 31, não competiam mais. Os dois haviam encerrado precocemente suas temporadas devido às lesões. Ninguém esperava que uma recuperação pudesse ser tão rápida: em janeiro de 2017, deram de presente aos amantes do tênis um duelo épico na final do Aberto da Austrália.

A dura batalha de cinco sets foi vencida pelo suíço, que estendeu seu recorde histórico para 18 títulos de Grand Slams, o primeiro desde 2012.

Após derrotar seu eterno rival, um Federer repleto de confiança venceu na sequência os Masters 1000 de Indian Wells e Miami.

- Djokovic e Murray lesionados -Consciente de que seu jogo ultraofensivo precisaria de muitos ajustes para se adaptar ao saibro e preocupado com o aspecto físico, Federer renunciou à temporada de terra para se preparar para a segunda metade do ano.

Com a ausência do suíço, Nadal entrou em ação. Depois de um bom início de ano, aumentou seu nível de tênis e voltou a se tornar invencível no saibro.

Conquistou os títulos de Monte Carlo, Barcelona e Madri antes de realizar uma façanha histórica com um 10º troféu em Roland Garros, algo que nenhum jogador jamais havia feito em qualquer Grand Slam.

"Minha motivação sempre esteve aí, ainda quero ganhar coisas e viver dias como o de hoje. tenho paixão pelo jogo e amo competir", declarou o espanhol ao levantar a 'Copa dos Mosqueteiros' em Paris, onde atropelou todos os adversários.

A volta à elite do tênis de Nadal e Federer coincidiu com a queda dos outros dois membros do 'Big Four', Novak Djokovic e Andy Murray. Sofrendo respectivamente com lesões no cotovelo e no quadril, Djoko e Andy desistiram de competir na segunda metade da temporada, de olho em voltar com tudo em 2018.

Nos meses finais de 2017 em que se multiplicaram as lesões no circuito, também abandonaram a disputa outros três consistentes membros do Top 10 da ATP, Stan Wawrinka (joelho), Kei Nishikori (punho) e Milos Raonic (coxa).

- Juntos na Laver Cup -Roger e Rafa sequer deixaram migalhas para a concorrência em 2017. O saibro deu lugar à grama e Federer se reconciliou com Wimbledon, levantando o título de maior prestígio do tênis pela oitava vez na carreira, outro feito inédito.

Com uma estratégia baseada em limitar ao extremo o número de jogos e aparições, Federer se acostumou a ganhar praticamente tudo que disputou. Levantou seis troféus no total, incluindo o Masters 1000 de Xangai, onde derrotou Nadal pela quinta vez consecutiva.

O suíço encontrou a receita contra o espanhol, após muitos anos de penúrias diante de seu maior rival. Já Nadal se 'contentou' em erguer o troféu do último Grand Slam do ano, o US Open, pela terceira vez na carreira.

Com isso, chegou a 16 títulos de Grand Slam e se manteve próximo aos 19 de Federer na incrível batalha pela supremacia histórica no tênis.

Além da ATP, Nadal e Federer foram responsáveis por uma das imagens do ano quando competiram juntos nas duplas na Laver Cup, um novo torneio de exibição, em que comandaram a equipe europeia na vitória sobre a seleção do mundo.

Com problemas no joelho, Nadal desistiu de disputar o Masters 1000 de Londres. Federer, grande favorito, foi surpreendido pelo belga David Goffin nas semifinais.

Quem ficou com o troféu foi o búlgaro Grigor Dimitrov, um penetra na festa das lendas em 2017.