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Conmebol denuncia tentativa de extorsão pela "velha guarda"

23/08/2017 16h52

Asunción, 23 Ago 2017 (AFP) - A Conmebol acusou empresários e ex-dirigentes identificados com "a velha guarda" da entidade, nesta quarta-feira, de estarem planejando afundar a profissionalização do futebol sul-americano, por meio de cobranças trabalhistas milionárias.

"A velha guarda quer continuar tirando dinheiro que corresponde ao desenvolvimento do esporte, mas não vamos permitir", expressou o presidente da entidade, o paraguaio Alejandro Domínguez, ao mencionar as demandas apresentadas contra a Conmebol.

"Nosso dever é proteger os recursos do futebol sul-americano. Diante dessas demandas sem justificativa, que não passam de extorsão, vamos usar todos os recursos legais para nos defendermos", acrescentou o dirigente no site da organização.

A Conmebol acusa empresários e pessoas próximas do ex-presidente Nicolás Leoz, que está em prisão domiciliar por conta dos escândalos de subornos da Fifa que atingiram os antigos dirigentes do futebol do continente.

Além de Leoz, outros presidentes da Conmebol envolvidos no Fifagate foram o uruguaio Eugenio Figueredo e o paraguaio Juan Angel Napout.

A Conmebol está em processo de renovação para tentar deixar para trás o escândalo, que atingiu o futebol sul-americano com força.

Nesse sentido, Domínguez advertiu que na Conmebol não existe mais lugar para picuinhas. Ao mesmo tempo, pediu para a justiça paraguaia não dar ouvidos aos "personagens da velha guarda que lucraram com o futebol durante décadas".

Domínguez citou "empresas que não cumprem seus contratos, como a Global Sports do senhor (Francisco) Casal".

O dirigente lembrou que a cobrança à Conmebol foi feita por não cumprimento de contrato de 10 milhões de dólares, diante do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

"É muito estranho que, em paralelo, um personagem da velha guarda de Nicolás Leóz, que se chama Ismael Antonio Pintos, cobre da Conmebol aproximadamente 10,5 milhões de dólares", indicou.

Domínguez disse estar assustado com a velocidade que o juizado trabalhista decidiu a favor de Pintos: "apenas três dias depois da apresentação das alegações, uma celeridade inédita".

A Conmebol denunciou os três juízes que emitiram a decisão diante do Juizado de Julgamento de Magistrados, alegando irregularidades processuais.

O presidente também mencionou o brasileiro Dario Goes, investigado pela comissão de ética por denúncia formulada pelos clubes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)

Os laudos da pesquisa interna foram encaminhados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos e da Procuradoria do Paraguai.

Entre eles, segundo a auditoria, destacam-se mais de 26 milhões de dólares em pagamentos irregulares à Leoz e entidades controladas por ele. Além disso, mais de 58 milhões de dólares em transações a favor de terceiros, sem o devido suporte documental.

Ainda assim, mais de 33 milhões de dólares foram detectados em transferências de contas não identificadas.