Infantino defende arbitragem com vídeo apesar de polêmicas
Yokohama, Japão, 17 dez 2016 (AFP) - O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse neste sábado que espera ver o sistema de arbitragem com vídeo implementado para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, apesar das polêmicas nos testes realizados durante o Mundial de Clubes.
"Estamos em fase de testes e o sistema ainda precisa ser aperfeiçoado", afirmou o dirigente em entrevista coletiva na véspera da final do Mundial, entre Real Madrid e Kashima Antlers.
"Ainda é cedo para saber quando vamos poder implementar de fato esse sistema, mas espero que os resultados dos testes sejam positivos, para que entre em vigor na próxima Copa do Mundo", completou.
Na quinta-feira, a controvérsia afetou ninguém menos que Cristiano Ronaldo, quatro dias depois de o craque português conquistar sua quarta Bola de Ouro, na vitória por 2 x 0 na semifinal contra o América do México.
Seu gol marcado nos acréscimos da etapa final foi validado, anulado um minuto depois por um suposto impedimento, antes de ser confirmado definitivamente, depois de muita confusão e incompreensão dos jogadores e do público.
"Se você pedir minha opinião pessoal, acho que isso pode causar problemas", tinha afirmado o técnico do Real, Zinedine Zidane, depois da partida.
Já o meia croata Luka Modric foi bem menos diplomático. "Para ser sincero, não gosto muito dessa invenção, só causa confusão. Espero que isso não continue, porque, para mim, isso não é futebol", desabafou.
- 'Problema de comunicação' -Infantino reconheceu que houve "um problema de comunicação", principalmente por causa da demora entre o momento do lance e a interrupção do jogo pelo árbitro para ver o replay.
No caso do gol de CR7, o América já tinha feito a reposição de jogo e a bola estava rolando.
"Se levar apenas alguns segundos para tomar a decisão pode ser benéfico, porque será a decisão certa", alegou Infantino.
"O juiz ouviu no ponto eletrônico a conversa entre os assistentes de vídeo, que estavam conferindo se havia ou não impedimento, e achou que eles estavam falando com ele", esclareceu Massimo Busacca, diretor de arbitragem da Fifa.
Na verdade, falta definir quando o recurso pode ser acionado, e por quem deve ser acionado.
No futebol americano, por exemplo, os árbitros de campo ou os técnicos de ambas as equipes pedem para rever a jogada em determinadas situações, pré-estabelecidas por regras muito claras.
No Mundial de Clubes, o juiz sempre esperou a sugestão dos assistentes de vídeo para parar a jogada, sempre com bola rolando.
Foi isso que aconteceu na primeira vez em que o recurso foi acionado, na outra semifinal, perdida por 3 a 0 pelo Atlético Nacional, diante do Kashima.
O pênalti que resultou no primeiro gol do time japonês foi duvidoso e só foi marcado um minuto depois pelo juiz.
"O árbitro não viu a falta, por isso deixou o jogo correr, até ser avisado pelo assistente de vídeo. Demorou demais, e temos que corrigir isso", admitiu Busacca.
- Zidane pede 'paciência' -Infantino argumentou, porém, que a espera pode valer a pena, ressaltando, inclusive, que, muitas vezes, o jogo é parado por atletas que fazer 'cera' ao simular lesões.
"Não queremos interromper o decorrer da partida, mas o que são 30 segundos ou um minuto em uma Copa do Mundo quando se pode perder ou ganhar um jogo por causa de um erro de arbitragem?", indagou.
O presidente da Fifa acabou recebendo o apoio do próprio Zidane, que, depois de questionar a medida no calor do momento, pediu "paciência" neste sábado.
"Todo mundo quer melhorar as coisas, e a tecnologia não vai prejudicar ninguém", analisou.
"Se puder ajudar o árbitro, acho que a tecnologia pode ser boa para o futebol, como é o caso do 'Hawk Eye' no tênis (tira-teima que analisa com vídeo se a bola entrou nos limites da quadra)", opinou.
"Se for possível evitar situações como a que viveu a Espanha na Copa do Mundo de 2002, será ótimo", completou o capitão do Real, referindo-se a um gol da 'Roja' mal anulado pela arbitragem na derrota nos pênaltis para a anfitriã, Coreia do Sul, nas quartas de final da competição.
Luis Enrique, técnico do arquirrival Barcelona, concorda com esta visão. "Sou a favor de tudo que possa melhorar o futebol e ajudar os árbitros", afirmou o treinador, que pediu, no entanto, que seja "definido exatamente em que tipo de lance o jogo pode ser parado".
bur-ybl/pga/cd/lg/lb
"Estamos em fase de testes e o sistema ainda precisa ser aperfeiçoado", afirmou o dirigente em entrevista coletiva na véspera da final do Mundial, entre Real Madrid e Kashima Antlers.
"Ainda é cedo para saber quando vamos poder implementar de fato esse sistema, mas espero que os resultados dos testes sejam positivos, para que entre em vigor na próxima Copa do Mundo", completou.
Na quinta-feira, a controvérsia afetou ninguém menos que Cristiano Ronaldo, quatro dias depois de o craque português conquistar sua quarta Bola de Ouro, na vitória por 2 x 0 na semifinal contra o América do México.
Seu gol marcado nos acréscimos da etapa final foi validado, anulado um minuto depois por um suposto impedimento, antes de ser confirmado definitivamente, depois de muita confusão e incompreensão dos jogadores e do público.
"Se você pedir minha opinião pessoal, acho que isso pode causar problemas", tinha afirmado o técnico do Real, Zinedine Zidane, depois da partida.
Já o meia croata Luka Modric foi bem menos diplomático. "Para ser sincero, não gosto muito dessa invenção, só causa confusão. Espero que isso não continue, porque, para mim, isso não é futebol", desabafou.
- 'Problema de comunicação' -Infantino reconheceu que houve "um problema de comunicação", principalmente por causa da demora entre o momento do lance e a interrupção do jogo pelo árbitro para ver o replay.
No caso do gol de CR7, o América já tinha feito a reposição de jogo e a bola estava rolando.
"Se levar apenas alguns segundos para tomar a decisão pode ser benéfico, porque será a decisão certa", alegou Infantino.
"O juiz ouviu no ponto eletrônico a conversa entre os assistentes de vídeo, que estavam conferindo se havia ou não impedimento, e achou que eles estavam falando com ele", esclareceu Massimo Busacca, diretor de arbitragem da Fifa.
Na verdade, falta definir quando o recurso pode ser acionado, e por quem deve ser acionado.
No futebol americano, por exemplo, os árbitros de campo ou os técnicos de ambas as equipes pedem para rever a jogada em determinadas situações, pré-estabelecidas por regras muito claras.
No Mundial de Clubes, o juiz sempre esperou a sugestão dos assistentes de vídeo para parar a jogada, sempre com bola rolando.
Foi isso que aconteceu na primeira vez em que o recurso foi acionado, na outra semifinal, perdida por 3 a 0 pelo Atlético Nacional, diante do Kashima.
O pênalti que resultou no primeiro gol do time japonês foi duvidoso e só foi marcado um minuto depois pelo juiz.
"O árbitro não viu a falta, por isso deixou o jogo correr, até ser avisado pelo assistente de vídeo. Demorou demais, e temos que corrigir isso", admitiu Busacca.
- Zidane pede 'paciência' -Infantino argumentou, porém, que a espera pode valer a pena, ressaltando, inclusive, que, muitas vezes, o jogo é parado por atletas que fazer 'cera' ao simular lesões.
"Não queremos interromper o decorrer da partida, mas o que são 30 segundos ou um minuto em uma Copa do Mundo quando se pode perder ou ganhar um jogo por causa de um erro de arbitragem?", indagou.
O presidente da Fifa acabou recebendo o apoio do próprio Zidane, que, depois de questionar a medida no calor do momento, pediu "paciência" neste sábado.
"Todo mundo quer melhorar as coisas, e a tecnologia não vai prejudicar ninguém", analisou.
"Se puder ajudar o árbitro, acho que a tecnologia pode ser boa para o futebol, como é o caso do 'Hawk Eye' no tênis (tira-teima que analisa com vídeo se a bola entrou nos limites da quadra)", opinou.
"Se for possível evitar situações como a que viveu a Espanha na Copa do Mundo de 2002, será ótimo", completou o capitão do Real, referindo-se a um gol da 'Roja' mal anulado pela arbitragem na derrota nos pênaltis para a anfitriã, Coreia do Sul, nas quartas de final da competição.
Luis Enrique, técnico do arquirrival Barcelona, concorda com esta visão. "Sou a favor de tudo que possa melhorar o futebol e ajudar os árbitros", afirmou o treinador, que pediu, no entanto, que seja "definido exatamente em que tipo de lance o jogo pode ser parado".
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