Chapecoense prepara despedida coletiva para seus heróis
Chapecó, Brasil, 30 Nov 2016 (AFP) - Enquanto na Colômbia eram identificados os corpos dos mortos, a Chapecoense prepara no Brasil um velório coletivo no estádio Arena Condá para permitir que até 100.000 mil pessoas possam se despedir dos ídolos que perderam no trágico acidente que parou a cidade.
"Nosso desejo é que se faça aqui um velório coletivo. Obviamente haverá alguns casos específicos em que, talvez, vão diretamente para outra região", disse o dirigente do clube Gelson Della Costa em coletiva de imprensa.
À espera da repatriação dos corpos, transportados por avião da Força Aérea Brasileira, o clube informou não poder marcar data para o ato, que dependerá também do desejo das famílias. A equipe está pedindo sua autorização.
Por enquanto, há poucas certezas sobre os próximos dias no modesta Chapecoense, que além de assimilar um drama sem precedentes está agora ofuscado pela logística e por questões administrativas.
As forças de segurança realizaram nesta quarta-feira uma simulação de como poderia ser a chegada dos corpos e seu translado em uma comitiva que poderia levar 45 minutos do aeroporto até a Arena Condá.
Cadeiras vaziasA pequena sala onde compareciam os jogadores e o técnico toda semana estava hoje abarrotada de profissionais de meios de comunicação, diante de uma diretoria devastada pela perda de grande parte de seus membros.
Agora está à frente do clube o vice-presidente Ivan Tozzo, que se apresentou com a voz alquebrada, ao lado de outros membros do conselho.
"Foi muito difícil para nós chegar à sala de reunião na manhã e ver as cadeiras vazias de nossos companheiros, saber que eu também estava na lista para viajar e, afinal, não fui", disse, emocionado.
No sábado, ele disse ter tido um mau pressentimento que ainda não sabe explicar e decidiu não ir à Colômbia, apesar da insistência de um amigo pessoal para não perder um momento histórico.
O diretor financeiro foi e morreu no acidente com o avião da companhia Lamia que ele mesmo contratou. Uma gestão defendida por seus colegas, desmentindo que a Conmebol teria sugerido seu uso.
"Esta empresa tinha tradição de transportar equipes de futebol da América Latina com êxito, como a seleção boliviana, a argentina e outros clubes. Não tínhamos porque duvidar", afirmou o vice-presidente jurídico Luiz Antonio Palaoro.
A Chapecoense já tinha viajado com essa companhia a Barranquilla para as quartas de final contra o local Junior.
A trágica viagem teria sido negociada em 100.000 dólares.
O máximo organismo do futebol sul-americano também desmentiu essa informação.
"A Confederação Sul-americana de Futebol esclarece que, entre as atividades da organização logística que a Confederação gerencia para realizar os torneios, não está incluída a coordenação de nenhum tipo de transporte (aéreo, terrestre ou marítimo), assim como tampouco a recomendação de provedores de nenhum tipo; razão pela qual desmente os rumores que estão circulando nos meios nestes momentos de tanta dor", indicou em um comunicado.
Uma vez passado o luto e com os relatório final sobre o acidente em mãos, os dirigentes do clube pensarão em apresentar ações legais contra a companhia.
Mas com a dor ainda intensa, o futuro parece muito distante na Arena Condá.
"Perdemos praticamente todos os nossos valores. Vamos ter que começar do zero. Desde que, em 2009, estávamos na Série D até chegar à Série A", lamentou, emocionado, Tozzo.
"E sabemos que a partir da semana que vem vamos ter que começar a pensar porque não temos 11 jogadores para por em campo. Precisamos de muito apoio de todos os clubes e principalmente da CBF [Confederação Brasileira de Futebol] e da rede Globo [proprietária dos direitos de imagem]", acrescentou.
Desde que a tragédia aconteceu, as equipes da elite brasileira se ofereceram para ceder jogadores à nova Chapecoense que terá que ressurgir da dor, e há quem tenha solicitado que a CBF mantenha o clube na primeira divisão durante três temporadas consecutivas.
Enquanto se concretizam as propostas, o 'Verdão' encontrou uma luz em meio ao caos: em um dia, 13.000 pessoas de todo o Brasil pediram para ser sócios do clube.
Agora, a Chapecoense é o time de todos.
"Nosso desejo é que se faça aqui um velório coletivo. Obviamente haverá alguns casos específicos em que, talvez, vão diretamente para outra região", disse o dirigente do clube Gelson Della Costa em coletiva de imprensa.
À espera da repatriação dos corpos, transportados por avião da Força Aérea Brasileira, o clube informou não poder marcar data para o ato, que dependerá também do desejo das famílias. A equipe está pedindo sua autorização.
Por enquanto, há poucas certezas sobre os próximos dias no modesta Chapecoense, que além de assimilar um drama sem precedentes está agora ofuscado pela logística e por questões administrativas.
As forças de segurança realizaram nesta quarta-feira uma simulação de como poderia ser a chegada dos corpos e seu translado em uma comitiva que poderia levar 45 minutos do aeroporto até a Arena Condá.
Cadeiras vaziasA pequena sala onde compareciam os jogadores e o técnico toda semana estava hoje abarrotada de profissionais de meios de comunicação, diante de uma diretoria devastada pela perda de grande parte de seus membros.
Agora está à frente do clube o vice-presidente Ivan Tozzo, que se apresentou com a voz alquebrada, ao lado de outros membros do conselho.
"Foi muito difícil para nós chegar à sala de reunião na manhã e ver as cadeiras vazias de nossos companheiros, saber que eu também estava na lista para viajar e, afinal, não fui", disse, emocionado.
No sábado, ele disse ter tido um mau pressentimento que ainda não sabe explicar e decidiu não ir à Colômbia, apesar da insistência de um amigo pessoal para não perder um momento histórico.
O diretor financeiro foi e morreu no acidente com o avião da companhia Lamia que ele mesmo contratou. Uma gestão defendida por seus colegas, desmentindo que a Conmebol teria sugerido seu uso.
"Esta empresa tinha tradição de transportar equipes de futebol da América Latina com êxito, como a seleção boliviana, a argentina e outros clubes. Não tínhamos porque duvidar", afirmou o vice-presidente jurídico Luiz Antonio Palaoro.
A Chapecoense já tinha viajado com essa companhia a Barranquilla para as quartas de final contra o local Junior.
A trágica viagem teria sido negociada em 100.000 dólares.
O máximo organismo do futebol sul-americano também desmentiu essa informação.
"A Confederação Sul-americana de Futebol esclarece que, entre as atividades da organização logística que a Confederação gerencia para realizar os torneios, não está incluída a coordenação de nenhum tipo de transporte (aéreo, terrestre ou marítimo), assim como tampouco a recomendação de provedores de nenhum tipo; razão pela qual desmente os rumores que estão circulando nos meios nestes momentos de tanta dor", indicou em um comunicado.
Uma vez passado o luto e com os relatório final sobre o acidente em mãos, os dirigentes do clube pensarão em apresentar ações legais contra a companhia.
Mas com a dor ainda intensa, o futuro parece muito distante na Arena Condá.
"Perdemos praticamente todos os nossos valores. Vamos ter que começar do zero. Desde que, em 2009, estávamos na Série D até chegar à Série A", lamentou, emocionado, Tozzo.
"E sabemos que a partir da semana que vem vamos ter que começar a pensar porque não temos 11 jogadores para por em campo. Precisamos de muito apoio de todos os clubes e principalmente da CBF [Confederação Brasileira de Futebol] e da rede Globo [proprietária dos direitos de imagem]", acrescentou.
Desde que a tragédia aconteceu, as equipes da elite brasileira se ofereceram para ceder jogadores à nova Chapecoense que terá que ressurgir da dor, e há quem tenha solicitado que a CBF mantenha o clube na primeira divisão durante três temporadas consecutivas.
Enquanto se concretizam as propostas, o 'Verdão' encontrou uma luz em meio ao caos: em um dia, 13.000 pessoas de todo o Brasil pediram para ser sócios do clube.
Agora, a Chapecoense é o time de todos.
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