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Argentina busca título inédito da Copa Davis na Croácia

24/11/2016 15h26

Zagreb, 24 Nov 2016 (AFP) - A equipe argentina de tênis tentará acabar com um incômodo a partir de sexta-feira, contra a Croácia, em Zagreb, onde busca o título inédito, depois de amargar quatro vice-campeonatos.

A Argentina é o único país de tradição no tênis mundial que nunca levantou a 'Saladeira de Prata': Austrália, Estados Unidos, Espanha, França, Grã-bretanha, Suécia, Rússia, Sérvia, República Tcheca conseguiram, assim como a própria Croácia, em 2005.

Isso apesar de os 'Hermanos' terem contado com grande campeões em Grand Slams, como Guillermo Vilas, Gaston Gaudio ou Juan Martin Del Potro, maior destaque da equipe atual.

Além dos astros, a Argentina sempre produz uma grande quantidade de bons tenistas, com nada menos de nove integrantes no top 100 do último ranking da ATP, ficando atrás apenas de França (12) e Espanha (11).

A safra atual, porém, tem apenas dois top-50, Del Potro (38º) e Federico Delbonis (41º), que disputarão os jogos de simples contra Marin Cilic (6º) e Ivo Karlovic (20º).

- Leve favoritismo croata -Com esses dados, a Croácia encara a decisão com leve favoritismo, ainda mais por jogar em casa, com apoio da sua fanática torcida.

Nas duplas, Ivan Dodig, ex-parceiro do Bruno Soares, que joga hoje com britânico Jamie Murray, também é uma grande arma para a Croácia, qualquer que seja seu parceiro, Franko Skugor ou o próprio Cilic.

"As condições são favoráveis a eles. Cilic está no seu melhor momento, Karlovic fez uma grande temporada e Dodig é um duplista melhor que qualquer um de nós", reconheceu Del Potro.

Para não bater mais uma vez na trave, depois dos vice-campeonatos de 1981, 2006, 2008 e 2011, os 'Hermanos' apostam justamente na garra de 'Delpo'.

Fora da Copa Davis desde 2012, por causa de repetidas lesões (foi operado três vezes no punho) ou de desentendimentos com outros membros da equipe, a 'Torre de Tandil' voltou em grande estilo nesta temporada.

Quando retornou às quadras, em janeiro, estava além do milésimo lugar no ranking. Em menos de um ano, subiu para 38º, com o título no torneio de Estocolmo, o primeiro em três anos.

Mas a grande força de Del Potro é a capacidade de se superar quando representa seu país.

Nos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto, conquistou a medalha de prata, derrotando o espanhol Rafael Nadal na semifinal e perdendo apenas para o atual número um do mundo Andy Murray na decisão.

Ele deu o troco na semifinal da Copa Davis, com vitória épica em cinco sets, em Glasgow, cidade natal do britânico.

"Eles são favoritos, mas mostramos nos últimos confrontos como visitantes que podemos superar qualquer adversidade", lembrou Del Potro, lembrando que neste ano os 'Hermanos' venceram Polônia, Itália e Grã-Bretanha fora de casa

"O retorno de Del Potro é incrível. Não é fácil voltar como ele fez depois de sofrer uma lesão séria. É um tenista com muito caráter e é uma grande, grande pessoa", elogiou Cilic.

- O retorno do gigante -Tudo indica que o número um croata ganhará o primeiro jogo da final, contra Delbonis.

Depois disso, Del Potro encara o 'gigante' Ivo Karlovic, veterano de 37 anos e 2,10 m de altura, convocado pela primeira vez desde 2012, para substituir o jovem Borna Coric, carrasco do Brasil na primeira rodada, recém-operado no joelho.

O duelo de duplas é uma incógnita. Em Glasgow, o capital Daniel Osanic escalou Del Potro, que ficou tão exausto que acabou ficando fora do quinto jogo decisivo, vencido pelo seu substituto, Guido Pella.

A não ser que uma equipe vença as duas primeiras partidas de simples, o duelo de gigantes entre Cilic e Del Potro, no domingo, deve ser o grande destaque do confronto.

Os dois têm a mesma idade (28 anos), praticamente a mesma altura (1,96 m para o primeiro e 1,98 m para o segundo), um jogo parecido, baseado na potência do saque e do forehand.

A principal semelhança, porém, é o fato de terem chegado ao auge de suas carreiras com títulos no US Open (2009 para Del Potro e 2014 para Cilic) sem conseguir se manter no mais alto nível na sequência.