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Murray vence tira-teima com Djoko e fecha o ano no topo

20/11/2016 21h26

Londres, 20 Nov 2016 (AFP) - O britânico Andy Murray sagrou-se campeão do ATP Finals pela primeira vez na sua carreira ao derrotar o sérvio Novak Djokovic por 6-3 e 6-4, neste domingo, em Londres, e garantiu que terminará o ano como número um do mundo.

Esse duelo era o verdadeiro tira-teima da temporada, com a liderança do ranking como prêmio.

A final, porém, não proporcionou o espetáculo esperado e apenas confirmou a superioridade do escocês de 29 anos no segundo semestre.

"Hoje é um dia muito especial para mim. Fechar o ano como número um é algo que eu nunca teria imaginado", se emocionou o queridinho da torcida local, que levou ao delírio o público animado que lotou a Arena O2 de Londres.

Invicto há 24 jogos, Murray conseguiu impor a consistência do seu jogo no fundo da quadra apesar do desgaste acumulado no sábado, na 'maratona' de 3h38 da semifinal contra o canadense Milos Raonic.

"Já disputamos jogos melhores um contra o outro, mas eu soube ser mais sólido nos pontos mais importantes", resumiu.

Djoko, que precisou de apenas 1h07 para despachar o japonês Nishikori na outra semi, não aproveitou a chance de recuperar o posto que perdeu há duas semanas. "Andy é o melhor, o número um, indiscutivelmente. Ele merece", reconheceu.

O aspecto físico acabou passando em segundo plano e o que fez a diferença foi a confiança: implacável, o escocês manteve a frieza a todo momento, enquanto o sérvio perdeu a cabeça várias vezes, cometendo nada menos de trinta erros não forçados.

Depois de um início de jogo parelho, com 3 a 3 no primeiro set Murray ganhou cinco games seguidos para fechar a parcial e sair em vantagem no segundo.

O número 2 do mundo até esboçou uma reação, quando devolveu uma quebra para encostar em 4-3 depois de perder por 4 a 1, mas o queridinho da torcida local acabou fechando em 6-4, no terceiro 'match point', depois de 1h42 de jogo.

"Pelo que aconteceu nos últimos meses, acho que soube aproveitar dessa confiança extra. Perdi muitas vezes para ele, inclusive algumas grande finais, mas dessa vez consegui prevalecer e isso vai me dar ainda mais motivação para 2017", analisou o britânico

- Cinco títulos seguidos -Murray se tornou o 17º tenista da história a terminar o ano no topo desde a criação do ranking da ATP, em 1973.

Ele chegou a esse nível com um segundo semestre espetacular, com destaque para o bicampeonato olímpico conquistado no Rio de Janeiro, em agosto, um mês depois de levantar pela segunda vez o troféu de Wimbledon.

O triunfo inédito no ATP Finals fechou com chave de ouro uma sequência incrível de cinco títulos seguidos desde outubro, depois de Pequim, Xangai, Viena e Paris, somando oito na temporada.

"Ele vai ter que comprar um novo armário para guardar todos esses troféus", brincou o ex-tenista inglês Tim Henman, que virou comentarista da BBC.

Djokovic pagou pelo desgaste emocional depois de tirar uma tonelada de pressão das costas ao conquistar em junho o tão sonhado título em Roland Garros, o único Grand Slam que ainda faltava na sua carreira.

"Esse ano foi fantástico para mim, principalmente os primeiros seis meses", resumiu.

Depois do triunfo no Grand Slam parisiense, o sérvio nunca foi mais o mesmo e ainda teve que enfrentar rumores de problemas conjugais.

O castigo veio no dia 7 de novembro, quando foi desbancado da liderança do ranking, depois de 122 semanas de reinado.

Djoko ainda leva a melhor com folga no confronto direto com Murray, com 24 vitórias e 11 derrotas, mas o escocês mostrou que é capaz de inverter a tendência, diante de um rival que enfrenta desde a adolescência.

O ano de 2017 promete, com novos capítulos dessa grande rivalidade, que pode ser apimentada com o retorno de dois monstros sagrados, Roger Federer e Rafael Nadal, que perderam o final da temporada por lesão.

"Acho que o tênis está em um bom momento, mas estaria ainda melhor com Roger e Rafa. Tomara que voltem saudáveis, são campeões muito carismáticos. Muitos jovens também estão chegando, com personalidade e um jogo muito espetacular. O futuro promete ser emocionante", completou o novo número um do mundo.