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A 3 anos do Pan, obras ainda não começaram em Lima

30/09/2016 17h50

Lima, 30 Set 2016 (AFP) - A três anos dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, as 22 instalações que receberam as 38 modalidades em disputa ainda não saíram do papel, mas autoridades locais prometam que as obras serão concluídas a tempo.

As obras estão na estaca zero, inclusive as mais importantes, do Parque Pan-Americano, no distrito de Villa María de Triunfo, e da Villa Panamericana, que deve receber 4.500 atletas em Villa El Salvador.

"Não foi colocado um tijolo sequer. Por que o prefeito (Luis Castañeda) não se pronuncia sobre isso, se Lima é a cidade que vai receber esses Jogos", questionou o ex-atleta Daniel Abugattás, que acusa o presidente do Comité Olímpico Peruano, José Quiñones, de querer boicotar o evento.

As incertezas aumentaram ainda mais depois da renúncia recente de Luis Salazar. Ele deixou a presidência do Comitê Organizador Lima-2019 (Copal) depois de acusações de má gestão e de politização de seu cargo, por ter sido nomeado por outro governo. Foi substituído por Carlos Neuhaus.

"Se a organização do Pan não for levada a sério, Lima corre risco de perder a sede do evento ou, de qualquer forma, de fazer um papelão, com um evento mal organizado", alertou Abugattás.

A deputada Leyla Chihúan, que liderou um grupo de trabalho no Congresso que avaliou o avanço das obras, criticou o Copal por falta de transferência.

"Vão fazer a Vila dos atletas em Villa El Salvador, e o prefeito está falando que nos arredores há currais e lixo. Quero que nos mostrem onde estão os avanços", cobrou Leyla.

Problemas de papeladaA secretária-geral do Ministério da Educação e ex-diretora-executiva do Projeto Especial dos Jogos, Desilú León, culpou problemas administrativos pelos atrasos.

"Muitos dizem que não há avanços, que nada está sendo construído, mas estamos liberando processos. Estamos dentro dos prazos corretos, mas estamos pedindo mecanismos legais que simplifiquem os trâmites para ter mais folga para as obras", afirmou.

De acordo com a imprensa local, representantes da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) chegam à capital peruana no final de outubro para supervisionar os preparativos.

Escolhida para sediar o Pan em 2013, Lima receberá o evento de 26 de julho a 11 de agosto de 2019. A cidade venceu a disputa contra Santiago, do Chile; Ciudad Bolívar, na Venezuela; e La Punta, na Argentina.

De acordo com o ministro da Educação, Jaime Saveedra, cuja pasta é responsável pelo evento, o país estará pronto a tempo.

"Estamos confiantes na nossa capacidade de acabar todas as obras a tempo. Tudo está previsto para que comecem em 2017. Temos que trabalhar muito", apontou Saaveedra.

"As obras serão concluídas sem problemas. Não temos a folga que gostaríamos de ter, mas teremos tempo para cumprir nossos compromissos", concordou Neuhaus, novo presidente do Copal, em entrevista à rádio local Ovación.

O dirigente garantiu que algumas obras vão começar no primeiro trimestre do ano que vem.

"Conversamos com pessoas de Comitês Olímpicos de outros países e percebemos que, se concluirmos essas obras com muita antecipação, teremos que gastar com manutenção. Por isso, é preciso ter antecipação, mas em tempo razoável", justificou.

Os Jogos Pan-Americanos acontecem a cada quatro anos desde 1951, ano de sua primeira edição, realizada em Buenos Aires. A última foi em Toronto, em 2015.