Bernardinho destaca superação na conquista do ouro no vôlei masculino
Rio de Janeiro, 21 Ago 2016 (AFP) - Depois da conquista da medalha de ouro com vitória de 3-0 sobre a Itália nos Jogos Olímpicos, o técnico da seleção masculina de vôlei do Brasil, Bernardinho, admitiu que mudou um pouco sua relação com os jogadores para adaptar seu estilo a uma geração que era muito criticada.
"Antes dos Jogos conversei individualmente com cada jogador, para dizer o que esperava de cada um deles, que contava com cada um deles e que eles também dissessem o que esperavam de mim", revelou.
Bernardinho também falou sobre como foi duro enfrentar o último ciclo olímpicos, com cobranças, problemas de saúde e a crise na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), com acusações a respeito da gestão de dinheiro público.
"A única coisa que eu consegui mudar um pouco foi a relação com os jogadores, porque é uma geração que não deveria sofrer mais pressão do que já sofria. O resto eu tentei, mas realmente não consigo".
"Quando as coisas aconteceram daquela maneira com a CBV, isso para mim é uma ofensa pessoal. Não vou admitir as coisas como se desenrolaram e não fazer nada. Assumi um papel de contrário aquilo, levantei a a bandeira e aí as retaliações vieram. Por não comparecer a uma coletiva de imprensa levei 10 jogos de suspensão", lembrou.
"Tive um problema sério de saúde - o técnico retirou um tumor maligno do rim direito no fim de 2014 - porque pensar nisso me revolta. Queriam que eu me candidatasse, mas não posso ser candidato a nada porque se eu me eleger, se alguém morre no hospital a culpa é minha, eu vou me sentir pessoalmente responsável por aquilo. As pessoas acham tudo normal, eu não consigo".
- Líderes exaltados -Após a conquista da terceira medalha de ouro do vôlei masculino em Jogos Olímpicos, a segunda sob seu comando, o técnico enalteceu os jogadores, que enfrentaram muitas críticas na primeira fase e fizeram um jogo de vida ou morte contra a França pela última rodada do Grupo A.
"Diria que a chave da história, do ponto de vista psicológico certamente foi quando nos encostaram contra a parede contra a França, o campeonato mudou para oitavas de final, quartas de final, semifinais e final. Desde então, o Brasil vem crescendo e mostrando. E quando duvidaram o Brasil sobreviveu, quando acharam que era impossível o Brasil foi lá e fez", disse.
Ele destacou em particular a participação de dois atletas do grupo campeão, o levantador Bruninho, seu filho, e o líbero Serginho, que aos 40 anos se despediu da seleção com mais uma medalha (ouro em Atenas-2004 e Rio-2016, prata em Pequim-2008 e Londres-2012), o primeiro atleta brasileiro de esportes coletivos com quatro pódios olímpicos.
"Tenho um agradecimento especial a dois líderes dentro de campo, Bruno e Serginho. Bruno porque foi o grande pilar ao saber extrair de cada um o melhor a dar; Serginho porque foi o condutor emocional, a experiência dentro do time, até me controlando em alguns momentos em que tinha que segurar em relação aos mais novos em uma competição tão dura como esta".
- 'Não respirei ainda' -O técnico também disse que pretende descansar nos próximos dias.
"Nos próximos 15 dias não me liguem porque não vão me encontrar. Quer me encontrar, pega a bicicleta e vai atrás de mim porque eu vou pedalar, preciso pensar um pouco na vida. Não respirei até agora, saí da Superliga, entrei na seleção. São 23 anos como técnico de seleção, então preciso respirar e dar uma olhada nas coisas".
Bernardinho lembrou que tem uma filha de seis anos que não viu nascer e outra de 14 e que está perdendo momentos importantes.
Ao mesmo tempo, destacou que a motivação existe e que a atual geração deixou claro que tem condições de seguir vencendo, com princípios e porque não vai esquecer as lições. Além disso, agora está com a autoestima elevada.
"O que me move é o desafio, paixão. Existe um desafio maior do que seguir vencendo depois de uma vitória como essa? Esse é um desafio gigantesco. Estou pensando se dá para encarar uma história dessa...", disse, antes de lembrar da promessa do descanso.
"Este tipo de coisa me motiva, me instiga, mas eu não quero pensar nisso porque senão é capaz de eu embarcar direto nisso aí, então não dá para embarcar. Mas é um desafio enorme".
"Antes dos Jogos conversei individualmente com cada jogador, para dizer o que esperava de cada um deles, que contava com cada um deles e que eles também dissessem o que esperavam de mim", revelou.
Bernardinho também falou sobre como foi duro enfrentar o último ciclo olímpicos, com cobranças, problemas de saúde e a crise na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), com acusações a respeito da gestão de dinheiro público.
"A única coisa que eu consegui mudar um pouco foi a relação com os jogadores, porque é uma geração que não deveria sofrer mais pressão do que já sofria. O resto eu tentei, mas realmente não consigo".
"Quando as coisas aconteceram daquela maneira com a CBV, isso para mim é uma ofensa pessoal. Não vou admitir as coisas como se desenrolaram e não fazer nada. Assumi um papel de contrário aquilo, levantei a a bandeira e aí as retaliações vieram. Por não comparecer a uma coletiva de imprensa levei 10 jogos de suspensão", lembrou.
"Tive um problema sério de saúde - o técnico retirou um tumor maligno do rim direito no fim de 2014 - porque pensar nisso me revolta. Queriam que eu me candidatasse, mas não posso ser candidato a nada porque se eu me eleger, se alguém morre no hospital a culpa é minha, eu vou me sentir pessoalmente responsável por aquilo. As pessoas acham tudo normal, eu não consigo".
- Líderes exaltados -Após a conquista da terceira medalha de ouro do vôlei masculino em Jogos Olímpicos, a segunda sob seu comando, o técnico enalteceu os jogadores, que enfrentaram muitas críticas na primeira fase e fizeram um jogo de vida ou morte contra a França pela última rodada do Grupo A.
"Diria que a chave da história, do ponto de vista psicológico certamente foi quando nos encostaram contra a parede contra a França, o campeonato mudou para oitavas de final, quartas de final, semifinais e final. Desde então, o Brasil vem crescendo e mostrando. E quando duvidaram o Brasil sobreviveu, quando acharam que era impossível o Brasil foi lá e fez", disse.
Ele destacou em particular a participação de dois atletas do grupo campeão, o levantador Bruninho, seu filho, e o líbero Serginho, que aos 40 anos se despediu da seleção com mais uma medalha (ouro em Atenas-2004 e Rio-2016, prata em Pequim-2008 e Londres-2012), o primeiro atleta brasileiro de esportes coletivos com quatro pódios olímpicos.
"Tenho um agradecimento especial a dois líderes dentro de campo, Bruno e Serginho. Bruno porque foi o grande pilar ao saber extrair de cada um o melhor a dar; Serginho porque foi o condutor emocional, a experiência dentro do time, até me controlando em alguns momentos em que tinha que segurar em relação aos mais novos em uma competição tão dura como esta".
- 'Não respirei ainda' -O técnico também disse que pretende descansar nos próximos dias.
"Nos próximos 15 dias não me liguem porque não vão me encontrar. Quer me encontrar, pega a bicicleta e vai atrás de mim porque eu vou pedalar, preciso pensar um pouco na vida. Não respirei até agora, saí da Superliga, entrei na seleção. São 23 anos como técnico de seleção, então preciso respirar e dar uma olhada nas coisas".
Bernardinho lembrou que tem uma filha de seis anos que não viu nascer e outra de 14 e que está perdendo momentos importantes.
Ao mesmo tempo, destacou que a motivação existe e que a atual geração deixou claro que tem condições de seguir vencendo, com princípios e porque não vai esquecer as lições. Além disso, agora está com a autoestima elevada.
"O que me move é o desafio, paixão. Existe um desafio maior do que seguir vencendo depois de uma vitória como essa? Esse é um desafio gigantesco. Estou pensando se dá para encarar uma história dessa...", disse, antes de lembrar da promessa do descanso.
"Este tipo de coisa me motiva, me instiga, mas eu não quero pensar nisso porque senão é capaz de eu embarcar direto nisso aí, então não dá para embarcar. Mas é um desafio enorme".
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