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COI diz que a Rio-2016, apesar dos problemas, foi 'icônica'

20/08/2016 15h02

Rio de Janeiro, 20 Ago 2016 (AFP) - O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, declarou neste sábado, ao fazer um balanço das Olimpíadas, que os problemáticos Jogos Olímpicos do Rio, marcados por crise financeira e estádios vazios, acabaram sendo "icônicos" e que o Brasil foi um excelente anfitrião.

Ele disse ainda que, se voltasse no tempo, entregaria de novo a organização das Olimpíadas à cidade, apesar das críticas que foram feitas.

"O Rio protagonizou Jogos Olímpicos icônicos e todos os brasileiros são ótimos anfitriões", enfatizou.

A opinião do presidente do COI ao final dos Jogos é sempre muito aguardada, principalmente no caso do Rio de Janeiro, devido à situação política e financeira do país.

"Estes são Jogos Olímpicos icônicos em muitos aspectos", disse ele, destacando os muitos recordes registrados e realizações como a de Kosovo ao ganhar uma medalha de ouro em sua primeira Olimpíada.

"Ficou demonstrado que é possível organizar Jogos Olímpicos em países que não estão no topo do ranking do PIB", acrescentou.

Ele disse ainda que foi bom para o Jogos ver a "realidade social" no Rio, uma cidade marcada por crimes violentos e grandes disparidades de rendas.

"(Os gastos) foram menores que o orçamento inicial. Há coisas que não foram construídas para os 17 dias, como o metrô, o trem... as próximas gerações de brasileiros vão se beneficiar deles. Os Jogos Olímpicos serviram como catalizador para o desenvolvimento do Rio de Janeiro", apontou.

"Não acredito que alguém esteja em desacordo com que todas essas melhorias em infraestrutura eram necessárias, criaram milhares e milhares de postos de trabalho. Foi visto que no Rio durante anos não houve melhorias. Estou absolutamente convencido de que os cariocas falarão de um Rio muito melhor depois do Jogos", acrescentou.

Bach não evitou nenhum dos temas que rodearam os Jogos desde seu começo. Problemas econômicos, sociais, assim como os casos de violência que ocorreram nas últimas semanas na cidade carioca, como roubos, explosões controladas, uma bala perdida em um centro de imprensa...

"Confiamos na segurança brasileiras. Os roubos não acontecem somente durante os Jogos. Aqui existe uma situação especial de segurança, como já sabíamos quando viemos aqui", explicou.

Bach também destacou a importância dos Jogos Olímpicos do Rio como "legado" para toda a América do Sul.

"Este é um legado para todos os atletas sul-americanos. Para a América do Sul o legado é que o mundo agora sabe mais sobre sua cultura, todos aprendemos muito sobre seu otimismo, sua alegria de viver e seus desafios. Isto só pode ajudar no futuro para um maior entendimento entre todos".

Por último, o máximo líder do COI declarou que, em sua opinião, foi "uma pena" ver tantos estádios vazios nos primeiros dias, outra das polêmicas que rodearam os Jogos.

Em muitas das instalações que abrigam as provas do Rio se repetem as imagens de arquibancadas quase vazias, o que está constituindo uma preocupação para os organizadores, sobretudo por que não há ingressos à venda na página oficial dos Jogos.

O caso mais emblemático para o Rio é o do Estádio Olímpico, com capacidade para 60.000 espectadores, e que na terça-feira apenas preencheu um terço na sessão noturna, na qual foram realizadas as finais dos 110 metros com obstáculos e salto em altura masculino e os 1500 m feminino.

"Foi uma pena, sobretudo nos primeiros dias dos Jogos. Os estádios não estavam cheios por diferentes razões. A venda de ingressos foi um pouco baixa antes dos Jogos. Nos primeiros dias ainda tivemos alguns problemas.

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