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Deschamps: 'não existe revanche no futebol'

25/06/2016 18h02

Lyon, 25 Jun 2016 (AFP) - O técnico da seleção francesa, Didier Deschamps, fez questão de minimizar o clima da revanche do duelo das oitavas de final da Eurocopa contra a Irlanda, que foi prejudicada em 2009 por um toque de mão de Thierry Henry que a tirou da Copa do Mundo.

-O que você acha dessa seleção irlandesa?

"É uma equipe que joga com o coração, mas não só isso, tem bons jogadores. Todos atuam na Premier League e estão acostumados a enfrentar os melhores clubes ingleses. São capazes de colocar a bola no chão, apesar de optar mais pelo jogo direto".

-Você teme um sentimento de revanche dos irlandeses pelo toque de mão de Henry?

"Não vou usar esse fator e tampouco acho que meu colega o usará. Faz parte da história. Agora, há uma nova história a ser escrita, pelos dois países. No futebol, não existe revanche. Não podemos mudar o passado. Esse sentimento não pode existir no mais alto nível".

-Como foi a preparação para o mata-mata?

"Não existe repescagem. Depois do jogo, ou você está classificado, ou vocês está eliminado. Isso nos deixa mais ansiosos, mas não pode nos deixar mais frágeis. Estamos aqui para isso, um outro torneio está começando.

-Qual é a importância da defesa nessa altura da competição?

"No mais alto nível, é preciso saber defender bem, mas para avançar de fase, temos que fazer mais gols que o adversário. Trabalhamos muito para isso e tentamos ser o mais eficiente possível apesar dos desfalques nesse setor (Varane e Mathieu foram cortados antes do torneio e Sakho sequer foi convocado por ter sido flagrado em exame antidoping). Deu certo nos três primeiros jogos, porque sofremos apenas um gol, de pênalti. Será importante repetir isso amanhã (domingo)".

-Como Dimitri Payet está lidando com o novo status astro dos 'Bleus'?

"Esse negócio de status vem de vocês (os jornalistas). Estou muito feliz com tudo que Dimitri está fazendo porque ele é decisivo. Ele consegue lidar com isso bem. Teve muitos elogios, merecidos, mas continua trabalhando para manter esse nível. Dimitri não é mais um garoto (tem 29 anos). Ele não tem muita vivência com a seleção, mas por tudo que passou antes de chegar aqui, sabe porque chegou e não quer mudar isso".

-Como você avalia o início de torneio de Paul Pogba?

"Paul teve um primeiro jogo difícil. Ele entrou bem no segundo jogo e fez um ótimo primeiro tempo contra a Suíça. Muita gente fala sobre ele, mas ele ainda é novo (23 anos) e só precisava de um pouco de tranquilidade para manter o foco".

-O goleiro Hugo Lloris vai bater seu recorde de jogos disputados como capitão da seleção francesa (55 partidas). Como você descreveria o papel dele na equipe?

"Ele tem uma legitimidade, é reconhecido no grupo porque dá o exemplo. Não fala o tempo todo, mas quando tem algo a dizer, consegue se fazer ouvir. Ele ganhou mais segurança".