Brexit vira assunto de boleiro em dia sem jogo na Eurocopa
Paris, 24 Jun 2016 (AFP) - A bola não rolou nesta sexta-feira na Eurocopa, mais não faltou assunto: jogadores, treinadores e torcedores foram solicitados para comentar decisão histórica do Reino Unido de deixar a União Europeia, lamentada não britânicos.
Os principais interessados acharam melhor ficar em cima do muro. Para fugir das polêmicas, jogadores de Inglaterra, Irlanda do Norte ou País de Gales mostraram certa habilidade para driblar as perguntas sobre o Brexit.
Artilheiro da última edição da Premier League, o inglês Harry Kane parecia seguir orientações de assessores quando falou sobre o assunto em entrevista coletiva.
"É lógico que, quando acordamos hoje de manhã, vimos o noticiário e alguns conversaram sobre isso, mas não acho que o pessoal tenha focado muito nisso. O mais importante é fazer uma boa Eurocopa", desconversou.
Na véspera, dia da votação, o capitão Wayne Rooney admitiu que os jogadores tiveram a possibilidade de votar, mas não quis dar sua opinião sobre o plebiscito.
"Não sei o que meus companheiros escolheram e quero que o voto seja mantido confidencial. Depois, veremos o que vai acontecer", afirmou.
- Técnico falta ao dever de cidadão -O que aconteceu foi que a saída da UE foi aprovada, com 51,9% a favor do Brexit.
O País de Gales contribuiu para resultado, votando em sua grande maioria contra a permanência. No sábado, os galeses enfrentarão a Irlanda do Norte, cuja população pronunciou contra o Brexit, assim como a Escócia, única nação das Ilhas Britânicas que não participa da Euro.
A Irlanda, que enfrentará a anfitriã França nas oitavas não votou no plebiscito por não fazer parte do reunido, mas está indiretamente envolvida no processo, já que a vizinha do norte lançou a ideia de uma reunificação para permanecer no bloco da UE.
O técnico galês Chris Coleman também foi perguntado sobre o assunto, mas, como os ingleses, preferiu não opinar. "Ainda estamos focados na Euro, isso é o mais importante. Conversaremos sobre isso depois do torneio", justificou.
Seu adversário de sábado, o técnico norte-irlandês Michael O'Neill, também garantiu que os jogadores não pensam no assunto, mas admitiu que se sentiu culpado: "cometi um erro, não votei por correio".
- Efeito dominó -Enquanto os britânicos ficam em cima do muro, os outros falam com mais liberdade.
"A principal preocupação é com o efeito dominó que essa decisão poderia causar", teme o zagueiro italiano Giorgio Chiellini, que é formado em economia.
Para o 'xerifão' da Juve, que é conhecido por ter sido mordido pelo uruguaio Luis Suárez durante a Copa do Mundo no Brasil, o Brexit é "um sinal negativo, o sintoma de um descontentamento geral observado em toda Europa".
"Muitas das pessoas que votaram a favor da saída têm acima de 60 anos", ressaltou 'Giorgione', de 31 anos.
Já o goleiro alemão Manuel Neuer, acha "uma pena o Reino Unido, principalmente a Inglaterra, não fazer parte da UE".
"Eu cresci em uma época na qual era normal ver a Europa unida", lamentou o 'paredão' do Bayern de Munique, lembrando que o primeiro objetivo da construção do projeto europeu era a união pacífica entre países que travaram duas guerras mundiais na primeira metade do século XX, como Alemanha e Inglaterra, justamente.
No sul da França, em Nice, os primeiros torcedores ingleses começaram a chegar, antes do duelo de segunda-feira, contra a Islândia.
Rob Flynn, de 30 anos, funcionário do NHS, sistema público de saúde, votou a favor da permanência na UE.
"A maioria dos torcedores ingleses que viajam para assistir a jogos da seleção pertencem a uma categoria da população que votou pela saída, principalmente anti-Cameron (o premiê britânico, que renunciou ao cargo quando o resultado foi oficializado), talvez sem pensar nas consequências", criticou.
Um desses torcedores que votaram a favor do Brexit é Nigel Herrick, de 59 anos. "Não por causa da imigração, apenas por razões econômicas. Era preciso mandar um recado, foi o que fizemos", opinou.
bur-pr/adc/lg/mvv
Os principais interessados acharam melhor ficar em cima do muro. Para fugir das polêmicas, jogadores de Inglaterra, Irlanda do Norte ou País de Gales mostraram certa habilidade para driblar as perguntas sobre o Brexit.
Artilheiro da última edição da Premier League, o inglês Harry Kane parecia seguir orientações de assessores quando falou sobre o assunto em entrevista coletiva.
"É lógico que, quando acordamos hoje de manhã, vimos o noticiário e alguns conversaram sobre isso, mas não acho que o pessoal tenha focado muito nisso. O mais importante é fazer uma boa Eurocopa", desconversou.
Na véspera, dia da votação, o capitão Wayne Rooney admitiu que os jogadores tiveram a possibilidade de votar, mas não quis dar sua opinião sobre o plebiscito.
"Não sei o que meus companheiros escolheram e quero que o voto seja mantido confidencial. Depois, veremos o que vai acontecer", afirmou.
- Técnico falta ao dever de cidadão -O que aconteceu foi que a saída da UE foi aprovada, com 51,9% a favor do Brexit.
O País de Gales contribuiu para resultado, votando em sua grande maioria contra a permanência. No sábado, os galeses enfrentarão a Irlanda do Norte, cuja população pronunciou contra o Brexit, assim como a Escócia, única nação das Ilhas Britânicas que não participa da Euro.
A Irlanda, que enfrentará a anfitriã França nas oitavas não votou no plebiscito por não fazer parte do reunido, mas está indiretamente envolvida no processo, já que a vizinha do norte lançou a ideia de uma reunificação para permanecer no bloco da UE.
O técnico galês Chris Coleman também foi perguntado sobre o assunto, mas, como os ingleses, preferiu não opinar. "Ainda estamos focados na Euro, isso é o mais importante. Conversaremos sobre isso depois do torneio", justificou.
Seu adversário de sábado, o técnico norte-irlandês Michael O'Neill, também garantiu que os jogadores não pensam no assunto, mas admitiu que se sentiu culpado: "cometi um erro, não votei por correio".
- Efeito dominó -Enquanto os britânicos ficam em cima do muro, os outros falam com mais liberdade.
"A principal preocupação é com o efeito dominó que essa decisão poderia causar", teme o zagueiro italiano Giorgio Chiellini, que é formado em economia.
Para o 'xerifão' da Juve, que é conhecido por ter sido mordido pelo uruguaio Luis Suárez durante a Copa do Mundo no Brasil, o Brexit é "um sinal negativo, o sintoma de um descontentamento geral observado em toda Europa".
"Muitas das pessoas que votaram a favor da saída têm acima de 60 anos", ressaltou 'Giorgione', de 31 anos.
Já o goleiro alemão Manuel Neuer, acha "uma pena o Reino Unido, principalmente a Inglaterra, não fazer parte da UE".
"Eu cresci em uma época na qual era normal ver a Europa unida", lamentou o 'paredão' do Bayern de Munique, lembrando que o primeiro objetivo da construção do projeto europeu era a união pacífica entre países que travaram duas guerras mundiais na primeira metade do século XX, como Alemanha e Inglaterra, justamente.
No sul da França, em Nice, os primeiros torcedores ingleses começaram a chegar, antes do duelo de segunda-feira, contra a Islândia.
Rob Flynn, de 30 anos, funcionário do NHS, sistema público de saúde, votou a favor da permanência na UE.
"A maioria dos torcedores ingleses que viajam para assistir a jogos da seleção pertencem a uma categoria da população que votou pela saída, principalmente anti-Cameron (o premiê britânico, que renunciou ao cargo quando o resultado foi oficializado), talvez sem pensar nas consequências", criticou.
Um desses torcedores que votaram a favor do Brexit é Nigel Herrick, de 59 anos. "Não por causa da imigração, apenas por razões econômicas. Era preciso mandar um recado, foi o que fizemos", opinou.
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