Topo

Chile humilha México com goleada histórica e chega à semi da Copa América

19/06/2016 02h36

Santa Clara, Estados Unidos, 19 Jun 2016 (AFP) - Com placar de Touchdwown de futebol americano no palco da última edição do Superbowl, o atual campeão Chile garantiu sua vaga para as semifinais da Copa América do Centenário em grande estilo ao massacrar o México por 7 a 0, neste sábado, em Santa Clara.

Na goleada chilena, não havia quarterback para lançar a bola, mas um ex-atacante do Grêmio para balançar as redes. Eduardo Vargas, marcou quatro vezes e assumiu a artilheria isolada do torneio, com seis gols no total.

Uma bela história de superação para o atacante de 26 anos, que na quinta-feira quase voltou a Santiago para ficar perto da sua mãe, que teve um problema cardíaco, mas Doña Paola convenceu o filho a permanecer nos Estados Unidos.

"Estou muito feliz com a vitória e a classificação e quero dedicar essa partida a minha mãe e toda minha família", afirmou Vargas, que joga hoje no Hoffenheim, da Alemanha.

O Chile volta a campo na próxima quarta-feira, em Chicago, para disputar uma vaga na final com a Colômbia, que na sexta-feira eliminou o Peru nos pênaltis, depois do empate sem gols com bola rolando.

O único ponto negativo da noite de festa chilena foi o cartão amarelo levado por Arturo Vidal, que estava pendurado e portanto não poderá enfrentar os colombianos.

"A sensação é de muita felicidade, mas também de muita tranquilidade, porque estamos conscientes do nosso trabalho", comentou o técnico da 'Roja1, Juan Antonio Pizzi.

Em Santa Clara, havia muita expectativa em torno duelo entre duas seleções com estilo ofensivo, mas ninguém esperava que o México fosse levar tamanha surra. O Levi?s Stadium estava lotado com 70.547 torcedores, a grande maioria mexicanos, que presenciaram a maior humilhação da história do futebol do país.

Afinal, não era o Haiti levando goleada de 7 a 1 do Brasil, como aconteceu na primeira fase do torneio, em Orlando.

O técnico Juan Carlos Osorio mal conseguia encontrar palavras para justificar tamanho 'apagão'. "Quero pedir minha mais sinceras desculpas ao povo mexicano. O que aconteceu hoje foi uma vergonha", resumiu o colombiano, que deixou o São Paulo para assumir a seleção mexicana em outubro, estava invicto em dez partidas, com nove vitórias e um empate.

Na verdade, o México de Osorio, que impressionou na primeira fase com seu jogo rápido e envolvente, acabou provando do próprio veneno, diante de um adversário que jogou com intensidade impressionante.

"Queríamos disputar a posse de bola, mas nunca conseguimos controlar o jogo. Fomos muito frágeis defensivamente. O Chile teve um grande rendimento coletivo e uma atuação extraordinária", resumiu Osorio.

- Intensidade e verticalidade -Além do toque de bola, marca registrada de Jorge Sampaoli, que levou a 'Roja' ao título inédito no ano passado, o técnico atual Juan Antonio Pizzi também apostou num jogo mais vertical, aproveitando a velocidade dos seus atacantes.

Para isso, resolveu inovar na escalação escalando Puch como titular pela primeira vez na competição, para formar o trio de ataque com o astro Alexis Sánchez e o ex-gremista Eduardo Vargas.

O treinador argentino não se arrependeu da escolha. O camisa 22 quase abriu o placar logo aos 9 minutos de jogo, quando recebeu lançamento primoroso de Arturo Vidal, escapou pela direita e foi travado por Araujo na hora da finalização.

O atacante da LDU encontrou o caminho do gol aos 15, na conclusão de uma linda trama coletiva.

A jogada começou com um longo lançamento do 'Pitbull' Gary Medel desde o campo de defesa chileno. A bola chegou à direitada área para Alexis Sánchez, que dominou com categoria e tocou para Aránguiz.

O ex-jogador do Internacional rolou para Marcelo Diáz soltar a bomba. O goleiro defendeu, mas Puch apareceu para pegar o rebote e deixar o Chile na frente.

O chile continuava trocando passes em alta velocidade e as redes do goleiro Ochoa balançaram mais uma vez aos 36, mas o gol foi anulado porque Vargas estava impedido.

O camisa 11 teve outra chance aos 43, dessa vez em posição legal, e não desperdiçou, ao se desvencilhar da marcação para finalizar com frieza em cruzamento rasteiro de Sánchez.

- Pontaria em dia -O México simplesmente não viu a cor da bola no primeiro tempo. Para tentar mudar esse panorama, Osorio fez duas alterações no intervalo, colocando Raúl Jimenez e Carlos Peña no lugar de Lozano e Dueñas, mas de nada adiantou.

Os mexicanos tentaram partir para cima de qualquer jeito e levaram dois gols relâmpago em contra-ataques letais.

Aos 4 da segunda etapa, Herrera foi desarmado no meia e a bola sobrou para Vidal, que invadiu a área, entortou um marcador e rolou para Sánchez fazer 3 a 0.

Três minutos depois, o México voltou a errar na saída de bola e e foi castigado mais uma vez por Vargas, que arrancou pelo meio tocou na saída do goleiro.

O ex-gremista ainda tinha fome de gol e garantiu o 'Hat Trick' aos 12, ao pegar a sobra de um chutaço de Sánchez.

O México até tentou fazer o gol de honra, em bela jogada de Jiménez, que cruzou na medida para Peña, mas o meia se atrapalhou todo na finalização.

Vargas, que não tem problema de pontaria, aumentou ainda mais a humilhação mexicana aos 28. A goleada com placar de set de tênis virou touchdown de futebol americano.