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Atlético segura pressão, vence Bayern e se aproxima da final da Champions

27/04/2016 18h24

Madri, 27 Abr 2016 (AFP) - Com atuação defensiva impecável, o Atlético de Madri segurou a pressão do Bayern de Munique em casa, no Vicente Calderón, e venceu por 1 a 0, nesta quarta-feira na partida de ida das semifinais da Liga dos Campeões, com direito a golaço do espanhol Saúl e grande participação do goleiro Jan Oblak.

O jovem espanhol de 21 anos, que teve atuação inspirada, ditando os contra-ataques da equipe de Madri e infernizando a vida da zaga alemã, assinou uma verdadeira pintura aos 11 minutos de jogo, depois de entortar três marcadores.

"Tive pouco espaço para chutar para o gol. É o gol mais bonito e mais importante que marquei. Enfrentamos um adversário muito bom. Precisamos agradecer o público, que nos deu forças para seguir em frente quando estávamos mais cansados", comemorou o herói da noite.

Lá atrás, nas raras vezes em que a forte defesa do Atlético não deu conta do recado, Oblak apareceu para salvar a equipe madrilenha com lindas defesas, garantindo a vitória 'Colchonera'.

- Duelo de filosofias - Além da disputa por uma vaga na final entre Atlético e Bayern, o confronto é visto pelos amantes do futebol como um duelo entre filosofias, entre duas maneiras de se montar equipes competitivas no mais alto nível do esporte, personificadas em seus respectivos treinadores.

De um lado, o aguerrido Diego Simeone e sua 'muralha' defensiva, consistente e oportunista. Uma equipe acostumada a surpreender favoritos e vencer jogos, não importando o resultado.

Do outro, o calculista Guardiola, obcecado por controlar a posse de bola e pressionar o adversário, de preferência com todos seus jogadores chegando perigosamente à área ofensiva.

Até nas escalações, os técnicos foram fiéis as suas características.

O Atlético, algoz do atual campeão europeu Barcelona nas quartas de final, não surpreendeu em sua escalação para o duelo com o Bayern.

Sem poder contar com o lesionado Diego Godín, Simeone optou por escalar na zaga outro uruguaio, José Giménez, ao lado do montenegrino Stefan Savic.

No restante da equipe, nenhuma novidade. Os habituais Saúl, Gabi e Koke fizeram o meio de campo, enquanto o ataque foi responsabilidade de Griezmann e Torres.

Já Guardiola, famoso pelas inovações táticas, certamente pegou Simeone de surpresa ao optar por um time mais leve e jovem num delo decisivo da Liga dos Campeões, deixando os veteranos Frank Ribéry e Thomas Muller no banco.

Com isso, o brasileiro Douglas Costa e o francês Kingsley Coman ficaram encarregados de partir para cima da zaga 'colchonera' pelas duas pontas, com o polonês Robert Lewandowski como centro-avante.

Quem não se assusta com Messi, Neymar e Suárez, porém, dificilmente se abala com os inexperientes atacantes do Bayern.

Confiante em sua força, muito bem aplicado taticamente e sempre oportunista, o Atlético abdicou da posse de bola para assustar o Bayern no contra-ataque e, nessa estratégia, dominou o primeiro tempo.

Logo aos 11 minutos, o meio de campo espanhol roubou a bola e ela sobrou para Saúl mostrar toda sua qualidade.

O habilidoso meia de apenas 21 anos deixou para trás três adversários com dribles curtos, invadiu a área alemã, fintou Alaba e chutou colocado no canto de Neuer, que voou para tentar defender, mas não alcançou. 1 a 0 Atlético.

Apesar de ter a bola no pé por boa parte do primeiro tempo, o Bayern não conseguiu achar espaços para assustar o goleiro Oblak e em nenhum momento pareceu capaz de empatar a partida.

- Pressão alemã -Como não conseguiu penetrar a muralha de Simeone pelo chão, a ordem de Guardiola para seus comandados no segundo tempo foi clara: cruzamento na área espanhola e chutes de fora da área estão liberados.

A mudança deu certo e a pressão bávara na segunda etapa foi avassaladora.

Aos 10 minutos, Alaba arriscou de fora de muito longe e acertou o travessão de Oblak. Cinco minutos depois, Martínez apareceu sozinho para cabecear com perigo, mas em cima do goleiro esloveno.

A pressão foi aumentado, o tempo foi passando e Guardiola resolveu finalmente colocar em campo seus dois medalhões do banco, Ribery e Muller, tirando Coman e Thiago Alcântara.

Aos 30, o próprio Ribéry apareceu bem no ataque e tocou para Vidal, que arriscou uma bomba de muito longe que tinha endereço certo no ângulo do gol do Atlético. Oblak salvou mais uma vez.

Quando o gol bávaro parecia questão de tempo, o Atlético voltou a mostrar seu já famoso oportunismo, armando um ótimo contra-ataque que poderia ter colocado a equipe com um pé na final da Champions.

No lance, aos 35, Griezmann roubou bola no meio de campo e lançou Torres. 'El Niño' driblou Alaba e chutou colocado de trivela, mas a bola foi caprichosamente bater na trave.

O susto pareceu conter o ímpeto ofensivo do Bayern, que não conseguiu mais chegar com perigo ao gol de Oblak. Com isso, o Atlético sacramento a vitória em casa no primeiro duelo entre Simeone e Guardiola.

Para o decisivo duelo da semana que vem, jogando diante de sua torcida na Allianz Arena, Guardiola terá que voltar à estaca zero e descobrir uma nova maneira de superar a defesa do rival, que chegou a 500 minutos sem sofrer gols na Liga dos Campeões.