A cem dias dos Jogos, chama olímpica passa para às mãos do Brasil
Atenas, 27 Abr 2016 (AFP) - Acendida nas ruínas da cidade antiga de Olímpia na semana passada, a chama olímpica passou oficialmente às mãos do Brasil nesta quarta-feira, em Atenas, a cem dias dos Jogos do Rio-2016.
A chama chegará ao país no dia 3 de maio, em Brasília, onde será iniciado um percurso de 20 mil quilômetros por mais de 300 cidades brasileiras, com 12.000 revezadores, até a cerimônia de abertura dos Jogos, marcada para o dia 5 de agosto, no Maracanã.
Às 18h45 locais (12h45 no horário de Brasília), o presidente do Comitê Olímpico da Grécia, Spyros Kapralos, entregou a chama ao presidente do Comitê Organizador dos Jogos, Carlos Arthur Nuzman, no estádio Panatenaico, palco das primeiras Olimpíadas da era moderna, em 1896.
"O Brasil está aguardando a chama com paixão e empolgação", garantiu Nuzman, que prometeu um evento cheio de "música, poesia e amor".
Antes de chegar à capital federal, a chama fará uma pequena escala na Suíça, país onde o Comitê Olímpico Internacional (COI) mantém sua sede, na cidade de Lausanne.
Na sexta-feira, ela será apresentada na sede das Nações Unidas (ONU), em Genebra, antes de chegar ao museu olímpico de Lausanne por meio de uma travessia do Lago Leman, dentro de uma embarcação de remo, o esporte predileto do barão Pierre de Coubertin, o pai dos Jogos modernos.
Uma pira será acesa na entrada do museu, na frente da estátura do barão. O embarque da chama para Brasília será no dia 3 de maio.
- Quadro sombrio -Em meio a crise política, econômica e social, o Brasil vive um clima de incertezas a cem dias do mega-evento.
As instalações esportivas estão praticamente prontas, com a exceção do velódromo, cujo avanço é avaliado em 85% e só deve ser totalmente concluído no fim de maio. A construção do Centro de Tênis também sofreu atraso (avanço de 92%).
"A obra em que tivemos problemas e escorregou o prazo é o Velódromo. A pista está praticamente pronta. Temos 30 a 40 dias de obra intensa, mas estão dentro da programação e até um pouco adiantada na reprogramação", explicou o prefeito do Rio, Eduardo Paes, numa entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira.
No início da semana, a Superintendência Regional do Trabalho do Rio de Janeiro divulgou um relatório que alerta sobre a morte de 11 operários desde 2013 em obras ligadas direta ou indiretamente às Olimpíadas.
"É um time de futebol de mortos. Isso tudo foi causado por falta de planejamento, sem dúvida. É a correria na hora de concluir", lamentou Elaine Castilho, auditora fiscal que coordenou a fiscalização.
Nesta quarta-feira, a ONG Anistia Internacional também denunciou a "multiplicação de homicídios cometidos por policiais no Rio de Janeiro".
No primeiro trimestre de 2016, os homicídios resultantes de operações policiais na cidade aumentaram 10% em relação ao mesmo período de 2015, revelou a organização em um comunicado.
"Moradores de diversas favelas no Rio de Janeiro vivem momentos de tensão após pelo menos 11 pessoas serem mortas pela polícia desde o início de abril", acrescentou Anistia.
A questão sanitária também causa preocupação, com o anúncio na terça-feira de que o país já soma 91.000 casos de Zika, com 1.198 casos de microcefalia confirmados.
Esses problemas, somados à recessão econômica, deixam o quadro bastante sombrio, o que era inimaginável em 2009, quando a Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede dos Jogos, no que deveria ser um marco da afirmação do Brasil como potência.
A cem dias dos Jogos, ainda não se sabe se a presidente Dilma Rousseff estará presente na cerimônia do dia 5 agosto, para dar o pronunciamento oficialmente da abertura os Jogos.
o Senado deve votar, com grande grau de possibilidade, a abertura do julgamento de impeachment de Dilma Rousseff, em meados de maio. A presidente seria, neste caso, afastada do cargo, deixando para seu vice, Michel Temer, a responsabilidade de inaugurar os Jogos.
"Eu tenho dito desde o início desse ambiente político e econômico muito ruim que a Olimpíada não seria afetada e algumas razões me levavam a crer nisso. Porque independentemente de colorações partidárias, crenças políticas e ideológicas, impeachment ou não impeachment, eu acho que todos no Brasil têm noção da importância do evento", resumiu Paes.
hec-od/ol/dr/ra/pm/lg
A chama chegará ao país no dia 3 de maio, em Brasília, onde será iniciado um percurso de 20 mil quilômetros por mais de 300 cidades brasileiras, com 12.000 revezadores, até a cerimônia de abertura dos Jogos, marcada para o dia 5 de agosto, no Maracanã.
Às 18h45 locais (12h45 no horário de Brasília), o presidente do Comitê Olímpico da Grécia, Spyros Kapralos, entregou a chama ao presidente do Comitê Organizador dos Jogos, Carlos Arthur Nuzman, no estádio Panatenaico, palco das primeiras Olimpíadas da era moderna, em 1896.
"O Brasil está aguardando a chama com paixão e empolgação", garantiu Nuzman, que prometeu um evento cheio de "música, poesia e amor".
Antes de chegar à capital federal, a chama fará uma pequena escala na Suíça, país onde o Comitê Olímpico Internacional (COI) mantém sua sede, na cidade de Lausanne.
Na sexta-feira, ela será apresentada na sede das Nações Unidas (ONU), em Genebra, antes de chegar ao museu olímpico de Lausanne por meio de uma travessia do Lago Leman, dentro de uma embarcação de remo, o esporte predileto do barão Pierre de Coubertin, o pai dos Jogos modernos.
Uma pira será acesa na entrada do museu, na frente da estátura do barão. O embarque da chama para Brasília será no dia 3 de maio.
- Quadro sombrio -Em meio a crise política, econômica e social, o Brasil vive um clima de incertezas a cem dias do mega-evento.
As instalações esportivas estão praticamente prontas, com a exceção do velódromo, cujo avanço é avaliado em 85% e só deve ser totalmente concluído no fim de maio. A construção do Centro de Tênis também sofreu atraso (avanço de 92%).
"A obra em que tivemos problemas e escorregou o prazo é o Velódromo. A pista está praticamente pronta. Temos 30 a 40 dias de obra intensa, mas estão dentro da programação e até um pouco adiantada na reprogramação", explicou o prefeito do Rio, Eduardo Paes, numa entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira.
No início da semana, a Superintendência Regional do Trabalho do Rio de Janeiro divulgou um relatório que alerta sobre a morte de 11 operários desde 2013 em obras ligadas direta ou indiretamente às Olimpíadas.
"É um time de futebol de mortos. Isso tudo foi causado por falta de planejamento, sem dúvida. É a correria na hora de concluir", lamentou Elaine Castilho, auditora fiscal que coordenou a fiscalização.
Nesta quarta-feira, a ONG Anistia Internacional também denunciou a "multiplicação de homicídios cometidos por policiais no Rio de Janeiro".
No primeiro trimestre de 2016, os homicídios resultantes de operações policiais na cidade aumentaram 10% em relação ao mesmo período de 2015, revelou a organização em um comunicado.
"Moradores de diversas favelas no Rio de Janeiro vivem momentos de tensão após pelo menos 11 pessoas serem mortas pela polícia desde o início de abril", acrescentou Anistia.
A questão sanitária também causa preocupação, com o anúncio na terça-feira de que o país já soma 91.000 casos de Zika, com 1.198 casos de microcefalia confirmados.
Esses problemas, somados à recessão econômica, deixam o quadro bastante sombrio, o que era inimaginável em 2009, quando a Cidade Maravilhosa foi escolhida como sede dos Jogos, no que deveria ser um marco da afirmação do Brasil como potência.
A cem dias dos Jogos, ainda não se sabe se a presidente Dilma Rousseff estará presente na cerimônia do dia 5 agosto, para dar o pronunciamento oficialmente da abertura os Jogos.
o Senado deve votar, com grande grau de possibilidade, a abertura do julgamento de impeachment de Dilma Rousseff, em meados de maio. A presidente seria, neste caso, afastada do cargo, deixando para seu vice, Michel Temer, a responsabilidade de inaugurar os Jogos.
"Eu tenho dito desde o início desse ambiente político e econômico muito ruim que a Olimpíada não seria afetada e algumas razões me levavam a crer nisso. Porque independentemente de colorações partidárias, crenças políticas e ideológicas, impeachment ou não impeachment, eu acho que todos no Brasil têm noção da importância do evento", resumiu Paes.
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