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Brasil almeja Top-10 em casa nos Jogos do Rio-2016

26/04/2016 13h08

Rio de Janeiro, 26 Abr 2016 (AFP) - Em meio aos problemas políticos e econômicos, o Brasil tem a oportunidade de esquecer a crise com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com uma meta ambiciosa para dar alegrias ao país: chegar pela primeira vez ao top 10 em termos de medalhas conquistadas.

Para ajudar os atletas a fazer bonito em casa, o governo lançou em setembro de 2012 o Plano Brasil Medalhas, investindo nada menos de um bilhão de reais.

"Nesses três últimos anos, o Brasil alcançou o primeiro lugar em 15 modalidades, um resultado dentro do nosso planejamento", ressalta em entrevista à AFP Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Em Londres, o país terminou em 22º lugar do quadro de medalhas, com 17 no total (3 ouros, 5 pratas e nove bronzes). Para chegar ao top-10, será preciso ganhar o dobro em casa.

Em 2015, porém, o Brasil conquistou o mesmo número de medalhas em mundiais do que no ano pré-olímpico dos Jogos de Londres-2012, o que coloca em xeque as metas estabelecidas.

Vôlei e judô: os carros-chefeO vôlei traz mais uma vez a expectativa quase certa de pódios, tanto na quadra quanto na praia.

As duplas Larissa-Talita e Alison-Bruno são favoritas ao ouro na areia de Copacabana, depois de garantir o título no circuito nacional.

No Maracanãzinho, a seleção feminina tentará o tricampeonato, enquanto os homens têm como ambição voltar ao lugar mais alto do pódio, depois de duas pratas seguidas.

A concorrência será muito forte, com as americanas voando em quadra e poloneses e franceses surgindo como ameaça no masculino.

Outro carro-chefe da delegação brasileira é o judô, que trouxe quatro medalhas na capital inglesa.

Nos tatames, o Brasil terá representantes em todas as 14 categorias, com forte expectativa dos lado das mulheres, com as campeãs mundiais Mayra Aguiar (2014) e Rafaela Silva (2013).

Atual campeã olímpica da categoria ligeiro (até 48 kg), Sarah Menezes teve um desempenho ruim nesse ciclo olímpico, mas está começando a dar a volta por cima neste ano.

Outro atleta que tentará o bi no Rio será o ginasta Arthur Zanetti, medalhista de ouro nas argolas.

Campeão mundial em 2013, em Antuérpia, na Bélgica o paulista de São Caetano ficou com a prata no ano seguinte, em Nankin, na China, perdendo para o grego Eleftherios Petrounias, que será seu grande rival na Cidade Maravilhosa. No último evento-teste deu Zanetti, mas a briga promete ser acirrada em agosto.

- Modalidades emergentes -Grande astro da natação brasileira, César Cielo não poderá mergulhar na piscina olímpica. No Troféu Maria Lenk, que serviu de seletiva para os nadadores do país Cesão ficou atrás de Bruno Fratus e Ítalo Duarte, deixando escapar a vaga para os Jogos.

Na ausência do único campeão olímpico do Brasil na modalidade, Fratus é a maior aposta de medalhas, depois de ter batido na trave em Londres, ao ficar em quatro, logo atrás de Cielo, que levou o bronze.

Felipe França também chega forte, assim como Etiene Medeiros, que em 2014 se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar a medalha de ouro num Mundial, ao vencer a prova dos 50 m costas em piscina curta, em Doha, no Catar.

Outra promessa que tem tudo para virar realidade é Izaquias Queiroz, na canoagem, modalidade na qual o Brasil não tem tradição. O baiano já soma três títulos mundiais aos 22 anos, dois na categoria C1 500, que não é olímpica, e outro na C2-1000, na qual competirá com Erlon Souza.

Campeã mundial em 2013, a seleção brasileira de handebol também pode dar alegrias à torcida.

"Durante o ciclo olímpico, subimos ao do pódio pela primeira vez em modalidades como canoagem, handebol, luta e natação em águas abertas", ressaltou Marcus Vinícius Freire.

Dentro da tradição do país, a lenda viva da vela, Robert Scheidt tentará se tornar o maior medalhista da história do Brasil, buscando a sexta medalha em seis olimpíadas.

Curiosamente, no esporte que é a maior paixão nacional, o futebol, o Brasil nunca subiu no lugar mais alto do pódio.

Para conquistar o único título que falta à seleção pentacampeã mundial, Neymar será a grande estrela do time olímpico, levando até a CBF a abrir mão da participação do craque à Copa América do Centenário, em junho, nos Estados Unidos.

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