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Praga de lesões no Bayern de Munique "não é azar", afirma cientista

18/02/2016 16h11

Berlim, 18 Fev 2016 (AFP) - O acúmulo de lesões em equipes de futebol, como vem acontecendo com o Bayern de Munique, "não é azar", afirmou nesta quinta-feira o alemão Lars Lienhard, cientista especializado em esporte e que trabalhou com a seleção alemã campeão do Mundo no Brasil em 2014.

"Se há rupturas ou fraturas, não podemos falar de má sorte ou de azar. Certamente tem a ver com erros sistemáticos na carga de treinamento e na coordenação do trabalho dos jogadores", explicou Lienhard, em entrevista à agência alemã SID, filial da AFP.

O cientista de prestigio usou o exemplo do Bayern de Munique do técnico Pep Guardiola, muito prejudicado por lesões. Nesta temporada, 16 atletas foram entregues ao departamento médico, como o alemão Holger Badstuber (fratura de tornozelo), última vítima, na semana passada.

Guardiola esteve no centro das críticas na Alemanha por supostamente ter apressado a volta de jogadores como Franck Ribéry e Javi Martínez, que rapidamente voltaram a se lesionar.

"É fácil demais culpar somente a equipe médica e o técnico diante da frequência das lesões. O gerenciamento da reabilitação, da reconstrução muscular e da carga de trabalho são os fatores principais", explicou Lienhard.

O cientista apontou também para um fator cerebral e para a memória das lesões. "É necessário seguir uma reprogramação neural paralela à reabilitação física".

No caso de Badstuber, que sofreu graves lesões nos últimos três anos, é "evidente" que a recente fratura no tornozelo é consequência das lesões anteriores.

"O sistema cerebral não foi corrigido", concluiu Lienhard, que hoje trabalho com a Federação Alemã de Atletismo em preparação para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.