A dois anos da Copa do Mundo, russos não querem saber de futebol
Moscou, 29 Jan 2016 (AFP) - Estádios parcialmente cheios, audiência medíocre na televisão e resultados decepcionantes da seleção nacional: a dois anos de sua Copa do Mundo, o futebol russo está longe de seduzir a população do país.
O problema é sério: de acordo com uma pesquisa recente do instituto oficial VTSIOM, 83% dos entrevistados não apresenta interesse pelo futebol.
"Infelizmente, é um fato. Nossos cidadãos não vão aos estádios e não acompanham futebol pela televisão", lamentou recentemente o ministro dos Esportes e presidente da Federação Russa de Futebol, Vitali Moutko.
Grande parte do problema é a deficiência na estrutura do esporte. Muitos dos estádios são sobreviventes da época soviética e somente os mais fanáticos se atrevem a frequentar estes recintos abertos num território com um clima tão duro como o russo.
"Nesta temporada, a média de público do Campeonato Russo antes da parada invernal era de 11.000 espectadores", explicou Serguei Priadkine, presidente da Premier league de Futebol Russo (RFPL).
Este número, invariável nos últimos 20 anos, se aproxima da média de público de campeonatos de primeira divisão de Bélgica e Suíça, longe dos grandes torneios europeus.
Uma grande parte do dinheiro destinado à Copa do Mundo-2018, cujo orçamento é de 7,4 bilhões de euros, serão usados na construção e renovação dos estádios.
"Pensamos que a média de público poderia dobrar quando os estádios novos forem inaugurados", completou Priadkine, que parece ter esquecido que cerca de metade dos estádios previstos para o Mundial ficarão sobe direção de equipes que não estão na primeira divisão.
- Torcida organizada e racismo -Enquanto as autoridades do país esperam que a modernização dos estádio provoque um aumento da média de público, alguns torcedores acreditam que o que esporte realmente precisa é de uma mudança cultural.
"Não quero ver as partidas num ambiente fechado, rodeado de brutos agressivos", afirmou Evgueni Dimitriev, de 23 anos e torcedor do Spartak Moscou.
"Eles não querem saber do jogo, não gostam de futebol, tudo que querem é lançar insultos, gritos de macaco aos jogadores negros e acender sinalizadores", completou.
Mudar o comportamento e a imagem do futebol no país é uma tarefa complicada para as autoridades russas que, a principio, preferem fechar os olhos diante dos problemas que envolvem o esporte.
Outra missão crucial é lutar contra o racismo, num momento em que os responsáveis pela competição minimizam os muitos incidentes desta natureza registrados desde o início da temporada.
- Seleção sem brilho -No plano esportivo, a campanha de classificação da seleção russa para a Eurocopa-2016, que será disputada em junho na França, foi complicada e chegou após um Mundial-2014 que viu a equipe comandada por Fabio Capello ser eliminada na fase de grupos.
O italiano era o técnico mais bem pago do mundo até ser demitido em julho de 2015. Muitos russos o consideram o responsável por todas as mazelas da equipe.
"É fácil ver causa e efeito: si não há resultado, não há interesse. A equipe jogou um futebol medíocre com Capello e o nível de interesse do público caiu", explicou Moutko.
Um panorama mais esperançoso nasceu quando assumiu a seleção Leonid Slutsky, que também exerce a função de técnico do CSKA Moscou e é uma figura muito respeitada na Rússia.
Com Slutsky, a seleção russa endireitou o caminho nas eliminatórias da Euro e conseguiu a classificação, terminando a campanha com quatro vitórias em quatro jogos.
"Tenho certeza que o povo segue amando o futebol. O público voltará se nossa equipe fizer uma bela apresentação na França", concluiu Moutko.
O problema é sério: de acordo com uma pesquisa recente do instituto oficial VTSIOM, 83% dos entrevistados não apresenta interesse pelo futebol.
"Infelizmente, é um fato. Nossos cidadãos não vão aos estádios e não acompanham futebol pela televisão", lamentou recentemente o ministro dos Esportes e presidente da Federação Russa de Futebol, Vitali Moutko.
Grande parte do problema é a deficiência na estrutura do esporte. Muitos dos estádios são sobreviventes da época soviética e somente os mais fanáticos se atrevem a frequentar estes recintos abertos num território com um clima tão duro como o russo.
"Nesta temporada, a média de público do Campeonato Russo antes da parada invernal era de 11.000 espectadores", explicou Serguei Priadkine, presidente da Premier league de Futebol Russo (RFPL).
Este número, invariável nos últimos 20 anos, se aproxima da média de público de campeonatos de primeira divisão de Bélgica e Suíça, longe dos grandes torneios europeus.
Uma grande parte do dinheiro destinado à Copa do Mundo-2018, cujo orçamento é de 7,4 bilhões de euros, serão usados na construção e renovação dos estádios.
"Pensamos que a média de público poderia dobrar quando os estádios novos forem inaugurados", completou Priadkine, que parece ter esquecido que cerca de metade dos estádios previstos para o Mundial ficarão sobe direção de equipes que não estão na primeira divisão.
- Torcida organizada e racismo -Enquanto as autoridades do país esperam que a modernização dos estádio provoque um aumento da média de público, alguns torcedores acreditam que o que esporte realmente precisa é de uma mudança cultural.
"Não quero ver as partidas num ambiente fechado, rodeado de brutos agressivos", afirmou Evgueni Dimitriev, de 23 anos e torcedor do Spartak Moscou.
"Eles não querem saber do jogo, não gostam de futebol, tudo que querem é lançar insultos, gritos de macaco aos jogadores negros e acender sinalizadores", completou.
Mudar o comportamento e a imagem do futebol no país é uma tarefa complicada para as autoridades russas que, a principio, preferem fechar os olhos diante dos problemas que envolvem o esporte.
Outra missão crucial é lutar contra o racismo, num momento em que os responsáveis pela competição minimizam os muitos incidentes desta natureza registrados desde o início da temporada.
- Seleção sem brilho -No plano esportivo, a campanha de classificação da seleção russa para a Eurocopa-2016, que será disputada em junho na França, foi complicada e chegou após um Mundial-2014 que viu a equipe comandada por Fabio Capello ser eliminada na fase de grupos.
O italiano era o técnico mais bem pago do mundo até ser demitido em julho de 2015. Muitos russos o consideram o responsável por todas as mazelas da equipe.
"É fácil ver causa e efeito: si não há resultado, não há interesse. A equipe jogou um futebol medíocre com Capello e o nível de interesse do público caiu", explicou Moutko.
Um panorama mais esperançoso nasceu quando assumiu a seleção Leonid Slutsky, que também exerce a função de técnico do CSKA Moscou e é uma figura muito respeitada na Rússia.
Com Slutsky, a seleção russa endireitou o caminho nas eliminatórias da Euro e conseguiu a classificação, terminando a campanha com quatro vitórias em quatro jogos.
"Tenho certeza que o povo segue amando o futebol. O público voltará se nossa equipe fizer uma bela apresentação na França", concluiu Moutko.
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