Chumbo surfou a maior onda do Brasil após 22h no carro: 'Uma avalanche'
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Era para ser apenas mais um dia de férias na Bahia. Mas, em poucas horas, a tranquilidade de Lucas 'Chumbo' Chianca virou correria: 22 horas de estrada até o Rio, voo noturno para Santa Catarina e a expectativa de um swell histórico.
No fim dessa maratona, ele surfaria a maior onda já registrada no Brasil — um paredão de 14,82 metros na Laje da Jagua, em Jaguaruna (SC). O feito aconteceu no fim de julho, mas só foi confirmado oficialmente no mês passado, após análise técnica do projeto Big Waves Brasil (BWB).
Em entrevista exclusiva ao UOL, Chumbo relembrou os bastidores daquela sessão que marcou sua volta depois de uma lesão.
O começo
Tudo começou quando Fabiano Tissot, seu manager na Mormaii, ligou com um alerta que mudaria o rumo da viagem na Bahia. Tissot é conhecido por só dar a 'call' em dias realmente especiais — e, naquele dia, cravou que a Laje da Jagua receberia "a maior ondulação da história".

Ele nunca chama a não ser quando tem certeza que vai ser perfeito. Quando falou que seria a maior Laje da Jagua da história, não pensei duas vezes Lucas Chumbo
Naquele momento, o surfista precisou tomar uma decisão rápida. "Eu estava na Bahia com a família, tinha ido de carro. Quando recebi a ligação, falei: 'Família, vou tocando meu barco aqui, vocês pegam um avião, que eu vou ter que trabalhar'", lembrou.
O plano virou uma maratona: 22 horas de volante até o Rio, malas trocadas, pranchas carregadas e um voo rumo a Santa Catarina.
"Era assustador"
O que encontrou ao chegar foi algo que nem ele esperava.

De manhã, quando vi o mar, falei para o meu câmera: 'Tu já viu isso no Brasil? Meu Deus do céu, tem dez metros fácil'. Depois, percebi que tinha ainda mais, porque se a onda que peguei tinha 14 metros, aquela outra devia ter uns 16, 18 metros. Era muito grande, assustador Lucas Chumbo
Recorde em uma 'avalanche'
O recorde viria logo na primeira onda de verdade que entrou no dia.
Já tinha ido em uma só para sentir a prancha. Na seguinte, fomos lá para trás e esperamos. O Tissot apontou a da frente, mas eu gritei para ele ir para a de trás. Era um muro d'água, uma mistura de Jaws com Nazaré, abrindo para os dois lados, uma avalanche vindo por trás, querendo te pegar. Foi sensacional, uma das sessões da vida Lucas Chumbo




















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