Ela deixou a Globo e se tornou um dos rostos do vôlei brasileiro: 'Sonho'

Ex-repórter da TV Globo, Renata Heilborn trilha, atualmente, um caminho no mundo digital e se tornou um dos rostos da divulgação do vôlei brasileiro, modalidade que está no DNA.

Filha de Carlão, medalhista de ouro em Barcelona-1992, ela acompanhou de perto a rotina das equipes feminina e masculina durante as etapas da Liga das Nações no Rio de Janeiro, em trabalhos para a federação internacional e Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

Surgiu o convite da CBV, foram eles que pensaram, e sou muito grata. A matéria-prima da minha paixão é o vôlei, e o esporte olímpico de uma maneira geral. Me reconheço muito mais nesse lugar, gosto de contar essas histórias. Estou vivendo um sonho, muito feliz.
Renata Heilborn

Ao longo da Liga das Nações, também fez ativações de patrocinadores e foi embaixadora da marca de café Melitta. Após a VNL, a jornalista, que integra a RonaldoTV, ainda participou da Maratona do Rio.

Foram 10 anos de Rede Globo. A saída aconteceu em 2023, por decisão própria após o desejo de buscar novas aspirações na carreira.

Acho essencial buscarmos o nosso caminho, e demorei muito para chegar nesse. O que é muito louco, porque nasci no vôlei. A primeira vez que me engatinhei foi na Granja Comary, que era onde a seleção de vôlei treinava, mas eu trabalhava muito com futebol na Globo. E mesmo quando eu saí da Globo, demorei a entender que poderia trabalhar com vôlei. A gente fica meio bitolado naquela coisa de só futebol.

Renata, inclusive, elogia os movimentos das televisões digitais na cobertura de modalidades olímpicas. Recentemente, a CazéTV transmitiu a Copa do Mundo de tênis de mesa que teve o brasileiro o Hugo Calderano como campeão, e o Mundial em que ele ficou em segundo.

Acho que o Comitê Olímpico do Brasil faz isso muito bem e estamos observando mudanças significativas. Fiquei vendo o Brasil torcendo para o Hugo Calderano, todo mundo mobilizado, compartilhando... Minhas amigas que não faziam ideia do que era tênis de mesa assistindo. Isso faz o esporte chegar a mais pessoas, modalidades que, talvez, você não conhecesse e tem a oportunidade de se apaixonar.

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"O poder das mídias, se bem utilizado, vai fazer um bem enorme esporte, para chegarem mais marcas, mais dinheiro, impactar no dia a dia desses atletas, para eles poderem viver do esporte. Fazer uma criança pensar que pode viver, por exemplo, do tênis de mesa. Tem a RonaldoTV, a CazéTV... Elas se colocam nessa posição de estar onde os esportes estão. Isso é maravilhoso", completou.

O que mais ela falou?

Como foi migrar da TV para o digital? "Sempre busquei me atualizar e sempre gostei muito de rede social, internet. Curtia mostrar os bastidores da notícia, o que estava por trás daquilo tudo que mostrávamos em frente às câmeras. Eu mesma achava mágico como as coisas funcionavam e pensava que seriam coisas legais para as pessoas verem. Comecei a pesquisar, estudar e, realmente, entender um pouco mais sobre esse universo que muda o tempo inteiro, é muito dinâmico, mas mergulhei nisso.

Fiz um curso de marketing digital quando eu morava em Londres e comecei a entender um pouco mais desse universo, que é diferente da televisão, da Globo, e fui tentando sempre abrir essa brecha. Produzia conteúdo para mim mesma, sem marca ou algo assim envolvido. Foi um processo zero doloroso, porque eu acho que eu fiz isso aos poucos, de forma fluida e tentando me reinventar sempre para correr atrás"

Você se tonou uma marca... "É pauleira o tempo inteiro. Trabalho com marcas, com a CBV pontualmente. Na VNL estive com a Federação Internacional, com algumas marcas como a Melitta, e a gente negocia. Hoje [na competição] tem conteúdos para três marcas, tem de fazer três reels em um jogo. No dia seguinte, isso muda, Outro dia são stories... Eu não durmo (risos), como mal, isso quando eu como. Mas são períodos. Tento cuidar um pouco da minha saúde quando tenho as pausas entre os eventos. É difícil, trabalhamos pra caramba. Há um cansaço físico e mental porque você tem de ser criativo, ter ideias diferentes, às vezes, sobre o mesmo assunto. A vida de rede social é de muito trabalho, mas é que o estou me propondo a fazer. Também trabalhava muito na Globo".

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Como vê essa proliferação de canais por streaming, YouTube e redes sociais? "Acho maravilhoso. Na época em que estava fazendo faculdade e me formando em jornalismo, o caminho na TV era Globo, Band, SBT, Record... Eram poucas opções. É importante que se dissipe, que os jornalistas tenham mais oportunidade, mais lugares para trabalhar, melhores condições. Hoje se tem mais opções para crescer. Existe hoje um caminho enorme para quem quer seguir pelo digital, mas eu acho que estudar é fundamental. Porque, apesar de estar no digital, tem de ter responsabilidade na hora de falar, sobre as perguntas que você vai fazer. É muito importante entender como circular nesses meios, precisa estar bem preparado".

Como é trabalhar com o Ronaldo? "O Ronaldo é um dos caras mais legais que conheço. Parece que estou puxando o saco dele, né? Mas o Ronaldo é maravilhoso, gente boa, parceiro. Ele é um ídolo, e não só dentro de campo. É um cara que atende vários requisitos fora do campo também. E entende muito de futebol, é muito apaixonado, obcecado. É aberto, interessado. Ele queria saber como editávamos os vídeos, quais programas usávamos, essas coisas".

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