O 'estilingue de um anjo' que ajuda promessa do vôlei brasileiro em quadra

Um sinal da cruz e um carinho em uma tatuagem no braço esquerdo. Após esse breve ritual, a entrada em quadra. Promessa do vôlei brasileiro e integrante da seleção que disputa a Liga das Nações, Helena Wenk tem nos ataques e defesas uma "ajuda especial": a homenagem ao avô materno, que foi um grande incentivador e morreu quando ela tinha 14 anos.

Em tinta preta com traços finos, a imagem de um estilingue (ou atiradeira) com a assinatura de Tomaz Wenk. Ainda na pele, a ponteira do Sesc RJ Flamengo demonstra a importância da família. Tem também tatuagem para a avó, Darci Wenk, com a reprodução de um trecho de uma carta dela à neta.

Ele é um anjo para mim. Lá de cima, me ajuda sempre e é por ele que eu sempre rezo. Sinto muita falta dele. Foi bem difícil porque foi tudo muito rápido. Uso isso como uma força maior, vamos dizer assim. A minha avó me acompanha e torce muito por mim. Vai a todos os lugares (risos). São pessoas importantes para mim e que dão um gás. Quando as coisas não estão tão boas, pego a força deles para seguir

Helena Wenk tem tatuado no braço esquerdo uma homenagem ao avô
Helena Wenk tem tatuado no braço esquerdo uma homenagem ao avô Imagem: Alexandre Araújo / UOL

A atleta tem, no braço direito, uma tatuagem para o irmão, Heitor, com duas imagens do Jerry, do desenho animado "Tom e Jerry", e promete mais. "São pessoas muito importantes para a minha vida. Não tenho uma tatuagem para o meu pai e para a minha mãe porque eu ainda não achei a ideia que quero, mas tenho certeza que eu vou fazer".

Helena, de 20 anos e 1,99m de altura, faz parte de uma renovação da seleção brasileira após Paris-2024. Natural de Joinville, chegou à Gávea ainda para a categoria de base. "Estar nesse ciclo para Los Angeles é muito importante. São quatro anos, é uma preparação muito longa, tem vários campeonatos, mas fico feliz de estar nessa lista e viver essa possibilidade com o time. Que eu possa ajudar. É trabalhar duro até chegar a Los Angeles".

Na Liga das Nações, até aqui, foi acionada no decorrer da vitória por 3 sets a 0 sobre os Estados Unidos, na última quinta-feira. "Fiquei feliz de ter entrado, do Zé Roberto ter confiado. O time foi bem, conseguiu dar conforto ao jogo para todo mundo entrar e ele mudar um pouco o jogo."

A jovem, inclusive, tem a chance de trabalhar de forma paralela com dois dos principais nomes do vôlei nacional: José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina, e Bernardinho, técnico da seleção masculina e do feminino do Sesc RJ Flamengo.

É um privilégio muito grande trabalhar com os dois. São duas escolas totalmente diferentes. Acho que os dois são muito parecidos no quesito de 'vamos treinar', 'precisamos fazer mais', 'se esforçar mais'. Mas em questão de técnica, de jogo, são totalmente diferentes. Então, é muito bom porque você pega um pouco desse e um pouco daquele, junta e faz uma fórmula mágica, vamos dizer assim (risos).

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"Tento aprender o máximo com os dois. Quando estou com o Zé, tento pegar tudo que ele me passa de informação, de aprendizado. Quando estou com o Bernardo, também. Pegar de todo mundo um pouco para, se Deus quiser, ser uma grande jogadora", completou.

Pan um mês após cirurgia no coração

Helena integrou o elenco que conquistou a prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, como publicou o UOL à época. Ela disputou a competição um mês após uma cirurgia cardíaca, que aconteceu em setembro daquele ano.

A atleta tinha ciência da condição desde 2021, mas, inicialmente, não era nada grave. Até que exames de rotina apontaram a necessidade da intervenção. Ela adiou para a disputa do Mundial sub-21.

A ideia era ser operada no fim de setembro e voltar às quadras em novembro, já com a Superliga andando. "Eu ia fazer a cirurgia no dia 20 e, um dia antes, fui no médico. E ele disse que eu só precisava ficar parada 15 dias. Depois poderia fazer tudo normal", contou, na ocasião. Desta maneira, ela retornou as atividades tão logo o repouso acabou e ficou à disposição da comissão técnica da seleção.

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