Nova era: WSL acerta ao resgatar tradição e mérito ao Mundial de Surfe
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Nem o mais otimista fã do Circuito Mundial poderia sonhar com a notícia que explodiu o mundo do surfe competitivo nesta última sexta-feira.
A WSL anunciou mudanças profundas para a temporada de 2026, que recolocam Pipeline como palco da decisão do título mundial e encerram de vez o polêmico formato com uma etapa decisiva e um corte no meio do ano. Como alguém que acompanha o Tour há mais de uma década, posso dizer: é, de longe, o anúncio mais empolgante dos últimos anos.
Tchau, WSL Finals
A principal mudança é o fim do WSL Finals, aquele formato que jogava toda uma temporada no lixo para decidir tudo em um único dia, com cinco surfistas brigando pelo título em baterias eliminatórias. Era emocionante? Sem dúvida. Mas era justo? Nem tanto.
O Circuito Mundial volta a ter um campeão definido por pontos corridos — ou quase isso. A última etapa, em Pipeline, terá pontuação maior, o que pode gerar reviravoltas na reta final, mas sem anular o mérito de quem construiu uma campanha sólida ao longo do ano.
Oi, sumida
E que lugar para essa decisão! A volta de Pipe como palco da consagração é um golaço da WSL. Não tem outro pico com tanto peso simbólico no surfe competitivo. É onde lendas foram feitas, onde o desafio é real, onde o mar fala mais alto.
Além disso, a etapa vai valer 15 mil pontos no ranking — um acréscimo significativo em relação aos 10 mil que cada evento tradicional do CT distribui. Isso aumenta a tensão e abre a possibilidade de viradas históricas na reta final, sem transformar a temporada inteira em um jogo de tudo ou nada como era no Finals.
Redução do corte
Outro acerto foi o ajuste no corte de meio de temporada. Ele ainda existe, mas de forma mais branda. Agora acontece só após a nona etapa e apenas para definir os classificados para os dois eventos da "pós-temporada" (Abu Dhabi e Portugal).
Depois disso, todo mundo volta para Pipeline — inclusive os que estavam fora —, e cada surfista vai ter algo importante em jogo: título, permanência na elite, rebaixamento? A atmosfera deve ser tensa do começo ao fim, mesmo que, num primeiro momento, pareça meio esquisito ter de volta quem já tinha sido 'eliminado'.
Só mata-mata
A única mudança que me deixou em dúvida foi o fim das repescagens. Toda bateria agora é eliminatória desde o início. Isso aumenta a pressão e deixa tudo mais emocionante para o público, claro. Mas é preciso lembrar: o surfe depende de algo que ninguém controla — o mar.
Às vezes, o melhor surfista da bateria simplesmente não tem ondas. E, sem segunda chance, isso pode custar caro. Para o espetáculo, no entanto, é um prato cheio. Resta saber como os atletas vão reagir.
Nova era
No fim das contas, as mudanças para 2026 mostram uma WSL mais atenta aos pedidos dos fãs, mais conectada com a essência do esporte e, ao mesmo tempo, disposta a evoluir. Voltar às origens sem abrir mão da modernização parece ser o espírito por trás dessa nova era. E, se tudo der certo, o Tour pode voltar a ser tão lendário quanto as ondas que o compõem.
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