Brasileiro multicampeão no MMA estreia aos 37 anos no UFC: 'Eu fui teimoso'
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O potiguar Patrício Pitbull se vê novamente diante de uma primeira vez após 14 anos construindo a carreira mais vitoriosa da história do Bellator. O brasileiro fará hoje a sua estreia no UFC aos 37 anos e contou ao UOL que sua "teimosia" foi o motivo por ter demorado a se juntar à maior organização de MMA do mundo.
Teimosia em vencer
Pitbull debuta no Ultimate enfrentando o mexicano Yair Rodriguez, quinto colocado do ranking dos penas. Os dois fazem uma das lutas principais da edição numerada 314, em Miami (EUA), que conta com a disputa do cinturão da categoria até 66 kg entre Volkanovski e Diego Lopes.
Ele faz a estreia no 20º ano de sua já consagrada carreira no MMA. Orgulhoso de sua trajetória, o brasileiro de 37 anos é o maior lutador do antigo Bellator, organização que encerrou as atividades no início deste ano, ostentando diversos recordes e tendo sido quatro vezes campeão mundial —conquistou o cinturão dos penas três vezes e o dos leves uma vez.
A demora para ingressar no UFC se deu por sua "teimosia" em vencer, mas ele não traz nenhum arrependimento. Atleta com mais vitórias na história do Bellator, Pitbull acionou a cláusula de renovação automática repetidas vezes com seus consecutivos triunfos e defesas bem-sucedidas de cinturão. Estando com contrato em vigor, não poderia conversar com outra organização, e contato só foi possível após ter sido liberado do vínculo anterior.
Não [teve contato com o UFC antes], foi a única vez em que foi possível ter uma brecha contratual para negociar com a organização. Aqui nos Estados Unidos é um crime sério você ser um atleta exclusivo de alguma organização e negociar com outra. Então, não existia essa possibilidade. Na verdade, eu fui teimoso em ir vencendo, aí o contrato ia se estendendo automaticamente.
Patrício Pitbull, ao UOL
Todas as vezes que eu cheguei em final de GP e eu fui campeão, renovava automaticamente por 18 meses. O período que eu já tinha garantido de contrato, mais 18 meses. Então, foram múltiplas extensões. Não me arrependo. Foi uma carreira vitoriosa, mas chegou o momento de assinar com outra organização.
Credenciado pelas conquistas, o potiguar já chega pegando um atalho e pode ingressar no top 5 se bater o rival. O brasileiro sente que precisa se provar no UFC e se coloca à disposição para lutar "todo mês", caso precise, inclusive em categoria acima ou abaixo. Ele diz que não sente o peso da idade e quer mostrar não só para o mundo do MMA e os fãs, como também para os haters, que seu auge não passou.
Eu acho que sim [precisa se provar]. Tenho uma experiência vasta, muitos números e recordes batidos. Reconheço isso e sei que sou capaz, mas me coloco no novo capítulo da minha carreira. Eu vou fingir um pouquinho que isso nunca aconteceu agora que eu estou em um território novo para conquistar. Então, isso acaba me motivando, me levando mais aos treinos.
Muita gente falando da idade, é algo que preocupa todo mundo ao redor, mas eu me sinto ainda jovem. Continuo batendo meus recordes fisiológicos na academia, meu aspecto físico ainda rende, então estou bem. Vou fazer uma boa estreia e conto com a força dos fãs. E dos haters também, continuem me incentivando que eu acho que essa é uma das melhores partes da preparação, é ter essa motivação de alguém estar duvidando de você.
Patrício Pitbull, ao UOL
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