'Loucura': Julia Kudiess relata recuperação de lesão que a tirou de Paris
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Em maio do ano passado, Julia Kudiess viu o sonho de representar a seleção brasileira nas Olimpíadas de Paris virar pó ao sofrer uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito. Nove meses depois, a central retornou às quadras e contou ao UOL como lidou com o longo processo de recuperação.
Julia se machucou no primeiro set da vitória do Brasil sobre a Sérvia na Liga das Nações do ano passado. A atleta deixou a quadra do Maracanãzinho chorando numa cadeira de rodas e comoveu a torcida e as delegações de ambas as equipes. Pouco depois, a lesão foi confirmada e ela precisou ser submetida à cirurgia.
"Foi uma loucura. O início foi bem difícil, mas eu acredito que com a equipe que eu tive todo esse tempo no Minas, e com a força das meninas, da minha família, dos meus amigos, além dos fãs também, o processo foi um pouco mais fácil", disse Julia em entrevista ao UOL.
A central de 22 anos retornou às quadras para defender o Minas Tênis Clube no dia 23 de janeiro, em duelo contra o Brasília. Julia celebrou a retomada da carreira e comentou sobre o primeiro mês de treinos e jogos após o processo de recuperação da cirurgia.
"Está sendo muito tranquilo meu retorno. Acredito que ao pensar no dia a dia que estou fazendo, tenho muito mais tranquilidade, serenidade para voltar a tocar, pegar ritmo, potência e melhorar cada fundamento", analisou a atleta.

Vivência Olímpica
Julia ficou fora da equipe que ganhou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris. Apesar disso, a central acompanhou a campanha das companheiras de perto, já que participou do Vivência Olímpica, um projeto do COB que leva atletas promissores para acompanhar as Olimpíadas in loco.
"Estar em Paris abriu muito os meus olhos e me fez trabalhar cada dia com mais vontade, mais convicção de que eu quero estar nas Olimpíadas um dia. A gente acompanhou não só os bastidores, mas a sua atmosfera. Deu para ver a grandiosidade do evento e aumentou ainda mais a vontade de estar ali, viver aquilo", destacou.
"Ajudou no processo de recuperação, porque eu estava voltando da cirurgia me sentindo um pouco baqueada ainda. Lá, eu pensei: 'Vou trabalhar duro nos nove meses, porque tenho que voltar logo para poder estar aqui'", acrescentou Julia.
Para domar a ansiedade pelo retorno e esquecer das limitações temporárias, Julia focou na recuperação por etapas, pensando na superação do dia a dia. Desta maneira, ela acabou sentindo o tempo passar mais rápido.
"Eu sou muito de pensar no hoje. Foram nove meses, mas a cada mês eu pensava no objetivo a curto prazo, tipo: 'Ok, essa semana, a meta é essa'. E quando eu vi, já tinha acabado", contou.
Agora, além da seleção, Julia está focada em ajudar o Minas a seguir no topo da Superliga feminina, brigando pelo título.
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