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Caso Leandro Lo: vídeo mostra PM em prostíbulo após homicídio de lutador

Do UOL, em São Paulo

14/08/2022 10h35Atualizada em 14/08/2022 15h43

O tenente da PM Henrique Velozo foi à boate Bahamas, tradicional prostíbulo em São Paulo, após a briga que resultou no assassinato do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo no último domingo (7). Imagens de câmeras de segurança mostram o policial entrando na boate às 3h04 e saindo duas horas depois, acompanhado de uma mulher não identificada.

Os vídeos foram publicados primeiro pela TV Globo e confirmados pelo UOL Esporte junto à Polícia Civil, que investiga o caso. Velozo é o principal suspeito de atirar e matar o lutador, após uma briga durante um show de pagode no Clube Sírio. Segundo testemunhas, o policial atirou na cabeça do lutador após uma troca de provocações e agressões.

Os investigadores obtiveram relatório de consumo que mostra que o PM pagou por uma garrafa de um litro de uísque e duas doses de gim com energético na Bahamas. A Polícia Civil informou que, depois de visitar o prostíbulo, o tenente passou a manhã e a tarde domingo no motel Astúrias, na zona oeste da capital paulista, de acordo com os registros do estabelecimento.

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Ele seria preso no começo da noite, depois de ter um mandado de prisão decretado pela Justiça. Segundo os amigos que estavam com Leandro Lo durante o show de pagode no Clube Sírio, o PM se aproximou da mesa do lutador e fez provocações. Os dois brigaram, e o tenente foi imobilizado após sofrer um golpe de jiu-jítsu do campeão mundial. Ao se libertar da imobilização, o policial deu um tiro na cabeça do atleta, de acordo com as testemunhas.

Velozo era um dos seis policiais armados na casa de shows e teve o nome registrado na portaria do local. O registro ajudou os amigos do lutador a identificarem o PM após o crime.

O tenente da Polícia Militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de matar com um tiro na cabeça o lutador de jiu-jítsu Leandro Lo Imagem: Reprodução/Band

De acordo com as comandas de consumo enviadas à polícia pela empresa Keep Young, que organizava o show naquela noite, tanto Leandro quanto Velozo consumiram bebida alcoólica durante o evento O policial gastou R$ 1.835 em gim, energético e água. Já o lutador pagou R$ 1.914 em uísque e energético.

Advogado de tenente da PM pede exames no corpo do lutador

O advogado Cláudio Dalledone, defensor de Henrique Velozo, disse "estranhar a divulgação pela imprensa de imagens do policial em casas noturnas, supostamente depois dos fatos". "Estas imagens precisam ser juntada aos autos para que a defesa possa fazer uma análise e, se necessário, até solicitar uma perícia. A defesa não vai permitir que se criem conclusões precipitadas, pré-julgamentos. É preciso ter cautela para que haja um julgamento justo", afirmou Dalledone.

O advogado pediu à Polícia Civil que faça exames complementares no corpo do lutador Leandro Lo e fez uma petição endereçada ao delegado do 16º Distrito Policial de São Paulo para que o IML verifique o nível alcoólico do lutador, assim como a existência de outras substâncias.

"Requer ainda, seja realizado exame complementar de alcoolemia da vítima e no que se refere ao exame toxicólogo já determinado por Vossa Senhoria, requer seja especificada a pesquisa laboratorial para anfetaminas, codeínas, metanfetaminas, ecstasy, EPO (doping sanguíneo), heroína, morfina, cocaína, crack, hGH (hormônios de crescimento), S1 (anabolizantes) e S6 (estimulantes)", diz um trecho da petição.

"Vamos indicar assistentes técnicos que acompanharão as análises periciais e apresentarão quesitos técnicos a serem respondidos pelo Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal. A defesa irá acompanhar de forma muito diligente todos os atos de investigação do inquérito policial e ainda realizar uma investigação defensiva para que nenhum factoide e nenhuma lenda assuma a direção deste caso criminal. Tudo deve ser apurado e cada um responderá por suas responsabilidades. Para isso, a defesa não poupará esforços jurídicos e legais para fazer com que a verdade seja reestabelecida", disse Dalledone.

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