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Richarlyson, ex-jogador e comentarista da Globo, assume ser bissexual

Do UOL, em São Paulo (SP)

24/06/2022 09h53

O ex-meio-campista Richarlyson, multicampeão com a camisa do São Paulo e hoje comentarista do Grupo Globo, revelou pela primeira vez sua bissexualidade — atração romântica ou sexual voltada tanto a homens e mulheres, ou por mais de um sexo ou gênero.

"A vida inteira me perguntaram se sou gay. Eu já me relacionei com homem e já me relacionei com mulher também. Só que aí eu falo hoje aqui e daqui a pouco estará estampada a notícia: 'Richarlyson é bissexual'. E o meme já vem pronto. Dirão: 'Nossa, mas jura? Eu nem imaginava'. Cara, eu sou normal, eu tenho vontades e desejos. Já namorei homem, já namorei mulher, mas e aí? Vai fazer o quê? Nada", disse o comentarista em entrevista ao podcast 'Nos Armários dos Vestiários'.

"Vai pintar uma manchete que o Richarlyson falou em um podcast que é bissexual. Legal. E aí vai chover de reportagens, e o mais importante, que é pauta, não vai mudar, que é a questão da homofobia. Infelizmente, o mundo não está preparado para ter essa discussão e lidar com naturalidade com isso", acrescentou.

Richarlyson se tornou o primeiro jogador que atuou na Série A do Campeonato Brasileiro e na seleção a falar sobre o tema abertamente.

De acordo com os jornalistas do podcast, em nenhum momento Richarlyson foi questionado diretamente sobre a sua sexualidade — como em muitas vezes aconteceu na carreira do atleta.

"Pelo tanto de pessoas que falam que é importante meu posicionamento, hoje eu resolvi falar: sou bissexual. Se era isso que faltava, ok. Pronto. Agora eu quero ver se realmente vai melhorar, porque é esse o meu questionamento", afirmou.

A sexualidade de Richalyson virou debate público em junho de 2007, quando José Cyrillo Júnior, um dirigente do Palmeiras na época, insinuou em rede nacional que ele era gay.

Ricky registrou uma queixa-crime contra o cartola, e ele se desculpou publicamente. No entanto, Manoel Maximiniano Junqueira Filho, o juiz do caso, arquivou o processo alegando que não seriam aceitáveis homossexuais no futebol brasileiro porque prejudicaria o pensamento da equipe. Ele ainda citou na sentença que futebol era 'coisa de macho'.

"Isso, sim, me deixou muito triste porque em nenhum momento eu senti que aquilo era uma coisa normal. Era uma coisa muito pejorativa. Isso foi muito ruim não só para mim. Ser homossexual não é demérito para ninguém, e no futebol não deveria ser um assunto tão polêmico. Nunca deixei que isso atrapalhasse o que eu quero para minha vida, não vai ser uma frase, uma palavra, uma discussão ou um cara babaca que tentou de forma vulgar maltratar uma classe? Pelo amor de Deus, quanto sofrimento tem na classe LGBTQIA+?", concluiu.

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