Novo 'goleiro do Santa' é fã de Ceni e recebeu multa por invadir campo

Talvez você não conheça Arnaldo Martins Rosendo da Silva, mas deve ter visto o vídeo onde ele, um torcedor do Santa Cruz, invade o campo e quer "ensinar" o goleiro de sua equipe a defender um pênalti.

O episódio aconteceu no último sábado (23), quando o Santa Cruz foi derrotado por 2 a 1 para o ASA, em pleno Arrudão, na 2ª rodada da Série D do Campeonato Brasileiro.

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Ele foi retirado pela polícia militar de campo sob aplausos dos torcedores que também estavam incomodados com a atuação do goleiro Kléver.

Em entrevista ao UOL Esporte, Arnaldo afirmou que virou uma celebridade nas ruas, já que todo mundo quer tirar uma foto com o "novo goleiro do Santa".

"Tem muita gente conversando comigo, não estou dando conta. Tem muita gente tirando foto com o 'goleiro do Santa' (risos). Agora eles falam: 'olha o goleiro do Santa', brincou.

Não foi à toa que Arnaldo queria ensinar Kléver a defender um pênalti. O entregador de material de construção é goleiro da equipe de seu bairro — ele diz que é bom e tem uma inspiração: Rogério Ceni.

"Meu ídolo no futebol é o Rogério Ceni, também sou são-paulino, mas primeiro vem o Santa Cruz. Torço para os dois. Eu pedi para ele [Kléver] agarrar melhor, agarrar bem, aí eu mostrei para ele agarrar assim: 'é assim que eu agarro', aí pulei. Eu sou goleiro, eu jogo aqui no meu bairro, o time chama Ilha de Deus — é um bairro aqui. O pessoal aqui fala que eu sou um goleiro bom", disse.

A repercussão do vídeo foi grande e bastante negativa ao goleiro Kléver. Arnaldo reconheceu seu erro e pediu desculpas ao jogador.

"Errei né, não faria isso novamente, por isso eu peço desculpa a ele. É que eu estou sofrendo muito com o Santa Cruz [na Série D do Brasileirão] está péssimo", acrescentou.

Por conta da invasão, o torcedor de 29 anos tem que pagar uma multa no valor de 100 reais. Pode ser um valor baixo para algumas pessoas, mas é muito para quem ganha um salário mínimo, mora de aluguel e tem dois filhos para criar.

"Eu ganho um salário mínimo e estou precisando de uma ajuda financeira, eu moro de aluguel, tenho dois filhos, uma menina e um menino. Pago 400 reais de aluguel e a minha mulher não trabalha. Eu não tenho celular [a entrevista foi feita pelo WhatsApp da empresa onde Arnaldo trabalha] e também não tenho redes socias. Se alguma coisa aparecer pra mim por conta da invasão seria muito bom", concluiu.